Capítulo 24

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Louis's POV

Acordei num local escuro. Fechado e abafado. Era dia, pela pouca luz que a janela me deixava ver. Não sabia as horas. Não havia nada naquele lugar, fora as correntes que prendiam minhas mãos.

Minha cabeça latejava. Meu corpo doía. Meu pulso parecia em carne viva. Me sentia fraco. Meus olhos pesavam e minha boca estava seca.

-O Tomlinson acordou - ouvi.

-Onde eu estou? - minha voz saiu embargada.

-Cala boca, filho da puta.

Ai, minha mãe sentiu essa dor, pensei, ironizando.

Tentei ver a figura em minha frente. A luz da porta me impediu, queimando meus olhos.

-Doniya...?

-Ele ta preocupado com a namorada... - riu o homem. - Quanto ela já gritou hoje?

-Batemos nela 500 vezes - respondeu outro.

O sangue em minhas veias ferveu. Doniya estava em perigo. Eu vim junto a ela para impedir que isso acontecesse, mas aconteceu. Niall vai me matar... Zayn vai se matar! Como vou sair daqui?

Meu estômago roncou. Me curvei para frente com a dor. Harry uma vez comentou que Zayn tinha gastrite. Bom, a minha é avançada. Se ficar muito tempo sem comer, chego a parar no hospital de tanta dor.

O homem me olhou.

-O que foi, babaquinha?

Não vou dar essa satisfação a ele. Não vou!

Fiquei calado até sentir meu cabelo ser puxado para trás, o que me fez gemer de dor.

-Responda!

Fiquei calado. Tinha que ficar.

-Peguem o menino Styles. Isso o fará abrir a boca.

Meu coração pulou no peito com ódio e preocupação. Eles sabem que gosto do Harry. Como eles sabem que gosto do Harry?

Ouvi um zíper. Eu sabia o que ia acontecer. Eles sempre estupram as pessoas que raptam. Não podia deixar isso me afetar. Tinha que pensar que era o Niall. Teria que fazer isso.

Agora que me toquei... a voz dos homens... eram Niall e Harry!

Mas parecia mecânica demais... por que tão robótica? Um aparelho? Eles os gravaram dizendo essas coisas?

Passos. O com a voz do Harry vinha até mim. Já sabia dizer qual era qual pelo peso dos passos. O "Harry" era mais pesado e bruto. "Niall" era mais leve, na dele. Totalmente os opostos dos verdadeiros.

O toque áspero das mãos do homem em meu rosto me fez olhar para cima. Eu não conseguia vê-lo, mas percebi o óculos de visão noturna que ele usava. Se eu pudesse me soltar e obter esses óculos...

-Você até que é bonitinho, Tomlinson.

-Você é um doce - ironizei em resposta.

O trabalho de um detetive é achar pessoas, fatos, locais. No momento, eu só poderia usar a audição e o olfato como amigos. Isso era muito complicado. Se ao menos pudesse usar o tato... mas não dá.

Essa brutalidade não me era desconhecida, apesar que muita gente podia ser assim. Muita gente pode amar machucar. Mas as mãos asperas pareciam tão conhecidas... nem todos tem as mesmas mãos. Não conseguia imaginar que pudessem ser aqueles dois. Tinha que sentir o toque do outro. O bruto teria que me chupar.

Quantas pessoas boas em boquete existem no mundo, Tomlinson? Você está na Inglaterra, não no Brasil!

Certo?

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