Prólogo de uma caçada

Nas planícies abertas em algum lugar do continente mágico de Monir se encontra duas figuras em relento da noite, o estalar de uma fogueira ecoa pela mata aberta sendo um convite e ao mesmo tempo um aviso. Uma flauta doce é toca pelo menor dos humanoides ali sentado, um meio elfo com cabelos escuros olha para as lebres ao fogo ansioso pela refeição que está por vir, seu parceiro de jornada um pouco a sua frente se encontra como uma fortaleza de aço armadurada, desanimado por uma caça rápida a qual seu grandioso martelo não fora eficaz.

-Acho que já pode parar com isso aquele seu amigo bardo não esta aqui para partilhar de música contigo. Disse o Paladino, sua expressão humanizada revela um certo desdém para com a cultura élfica.

-Deveria aprender a praticar outras artes se não apenas usar de sua arma Thariell, veja que a carne esta dourando e quando comendo não poderei desagradar seus ouvidos celestiais. Uma relação de inimizade, mas ainda companheirismo era o que marcava entre o caçador e o paladino, um aturando a presença do outro por necessidade da força alheia, a noite entra mais a fundo e fria enquanto nossos heróis se agasalham em suas respectivas montarias, ao que carregava sangue divino foi reservado um nobre Pégaso que a seu chamado sempre viria, para o mestiço caçador lhe foi conquistado uma coruja de tamanho descomunal a quem lhe chamava Platinas.

Com a chegada da alvorada o acampamento não precisou nem ser desfeito já que o alvo da viagem era a planície em si, Vargon o meio-elfo havia encontrado escrituras antigas com criaturas de outro plano, meios arcaicos de se viajar para um outro mundo diferente de tudo que ele teria visto até seus precoces 22 verões, Thariell embora não seja o melhor dos conjuradores poderia quebrar um galho para seu companheiro, não antes de questionar é claro;

-Afinal o que você tanto quer nesse lugar? Não deve nada para criaturas de outros mundos e seu dever enquanto ''bloodhunter'' se diz respeito aos homens e elfos deste mundo.

O meio elfo terminando um círculo no chão responde em alto tom (não em afronta, mas por conta do vento forte que aumentará ali)

-Sempre achei que não se preocupava com os mais fracos... Mas o que vou fazer lá é puramente para ganho de mais poder meu companheiro, tivemos nosso momento heroico salvando Monir a pouco mas creio que não seja o suficiente. Vargon ouviu dos Tengus sobre uma lâmina sombria naquele outro mundo, arma perigosa para estar nas mãos erradas e ele não iria deixar passar sem investigar, mesmo que custasse caro. -Eu devo voltar em algumas semanas... meses ou não sei... tome conta da Guilda nesse tempo. O paladino não mais esperando explicações acena com afirmação para o mestiço enquanto inicia os rituais, onde energia azulada envolve nosso caçador e sua fiel montaria que rapidamente começam a fragmentar magicamente.

-E cuide dos outros três paspalhos lá no rei-.

Antes de terminar sua fala os dois olhos azuis de Vargon somem da vista de Thariell, junto de platinas e agora só na planície com seu Pégaso o Aasimar murmura algo símbolo o que para a língua humana poderia significar boa sorte enquanto se virava com a finalidade de arrumar suas tralhas de volta a viagem, Vargon não deu boas informações sobre esse processo de autoconhecimento que ele faria o que deixaria a maioria das pessoas preocupadas, mas Thariell é um veterano militar que escolheu confiar na capacidade de seu companheiro licantropo, preferiu acreditar que ele sabia onde estava se metendo.

Para o meio elfo começou com um frescor em todo seu corpo, como se em um dia quente e suado uma brisa gelada caísse sobre seu corpo, então veio um baque físico de chocar seus órgãos em efeito chicote, o intestino embrulhado por uma fala interrompida quase coloca o jantar para fora da barriga do caçador e então a grama que se encontrava em um clarão de luz se transforma em uma mata mais alta, densas selvas ao seu redor e ao seu lado uma cena engraçada em meio ao caos, Platina como nos contos falsos sobre avestruzes tentava enfiar sua cabeça contra o solo por agonia, uma sensação facilmente acalmada pelos carinhos de seu mestre.