Capítulo 15: Ao lado

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Na névoa, o perfume das rosas penetrou no nariz. A imagem adiante tornou-se mais clara, uma atmosfera que Charan conhecia bem.

Jardim de flores da mansão Pitakthewa.

Este lugar é uma cúpula de vidro, uma estufa, especialmente para criação de rosas. A beleza das pétalas coloridas das flores é espetacular. Indica que existem pessoas que cuidam bem deste local.

Charan sabe que isto é um sonho... porque a sua mãe faleceu. Ele quase nunca voltou a pisar neste jardim conservatório, provavelmente porque sua mente não era forte o bastante.

O aroma único da rosa, pronunciado e difuso, misturado com cheiro do chá preto, que é excepcional para guardar bem na memória.

Quanto mais inala, mais o lembra do passado que está perdido há muito tempo...

"Hoje tenho bolinho de oxicoco que você também gosta, Charan... Mamãe vai te dar", a mulher que tinha um lindo sorriso no rosto falou docemente, fazendo o coração do menino Charan crescer.

À luz do sol atravessava o telhado da roseira. O menino sorriu docemente antes de abrir a boca como um passarinho esperando a comida da sua mãe. Foi um dia muito feliz para Charan naquela época, tão feliz que ele nunca poderia poupar o seu coração...

Suas pernas longas e esguia caminhavam em seu sonho. Ver seu eu de infância e aquela que faleceu fez com que uma nuvem de calor invadisse o seu peito.

Os olhos que antes estavam cheios de estabilidade, agora tremiam quando olhava a pessoa de quem sentia falta, tocando o seu coração com tristeza. Porque ele sabia que a jovem que ainda falava com o garotinho à sua frente não sabia da sua existência aqui.

"Mãe, você pode ficar comigo um pouco mais?", disse Charan quando criança com uma voz suplicante, incitando sua mãe a estender a mão e acariciar seu cabelo escuro afetuosamente.

"Mamãe quer ficar com você um pouco mais... mas todos nós temos nossas próprias responsabilidades. Você tem que estudar, aprender a socializar e a mamãe tem que ir trabalhar..."

"Mas o seu trabalho faz com que raramente nos vejamos... será possível você não fazer esse trabalho e voltar a ficar comigo em casa?", disse o menino tristemente.. Charan lembrou-se de como sentia quando era criança.

Ele ficava triste e solitário a cada vez que a sua mãe ia trabalhar. O garotinho de antigamente se sentava e contava os dias esperando a folga da mãe chegar todas as vezes. Cada dia era como uma eternidade em seu coração.

"De jeito nenhum. Como mamãe disse, todos nós temos um dever", a voz da mãe soou doce e a palma da mão que gentilmente acariciava a cabeça da criança fazia o calor espalhar-se para o centro do seu coração.

"Mas a mãe de nenhum dos meus amigos... tem que ir trabalhar durante a noite em outro lugar."

"A sua mãe trabalha como guarda-costas... Quer que estejam dormindo ou acordados, a sua mãe precisa estar lá para cuidar deles o tempo todo."

"E eles não podem cuidar de si mesmos?", a pergunta de Charan fez sua mãe parar e soltar uma leve risada antes de puxar seu amado filho para sentar-se em seu colo.

"Você pode cuidar de si mesmo... mas preste atenção: mantê-los seguros é o trabalho da sua mãe."

"Então por que deve mantê-los seguros?"

Quanto mais ele perguntava, mais o garotinho franzia a testa para ela por não compreender. O motivo era porque ele ainda não conseguia encontrar uma resposta para o porquê... sua mãe tinha que sacrificar seu tempo para ficar junto a outra pessoa.

O Próximo Príncipe (Pelo Céu ao Seu Lado)Onde histórias criam vida. Descubra agora