Os tempos injustos da bruxaria:o retorno

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   Eu esperei...Esperei tempo suficiente em que eu tivesse força....Quando completei meus 14 anos meus olhos se encheram de sangue, eu estava pronta para voltar para a aldeia, pisei na grama seca da floresta, dei 10 passos e olhei para trás como forma de me despedir desta velha cabana, eu costumava colocar lenços nas árvores que indicavam até onde era o ponto seguro da floresta, para que evitasse encontrar um urso, ou um lobo...Ou até outra coisa que podia me estraçalhar.
   Eu também costumava por tochas que afastaria esses seres que eu citei, eu  tinha aprendido a conviver com essa floresta e sobreviver, provavelmente meu pai pensa que estou morta que era oque ele queria.
   Aquilo que ele disse de me libertar para não morrer acusada de bruxaria era uma farsa, ele só queria se livrar de mim...
   Eu finalmente tinha chegado no último lenço, e logo percebi uma tocha semi apagada, dei um passo depois do limite...Depois do lenço, e com muita coragem segui em frente, eu não tinha nenhuma noção de para onde eu estava indo, mas minha sede de vingança me controlava, me possuía...
   Eu estava tranquila até que vozes me diziam:

-Cateline...Siga pela direita...

   Essas vozes eram calmas, baixas, ofegantes, mas era o suficiente para conseguir ouvir, pela floresta silenciosa...

-Na esquerda....

-Reto...

-Direita...

   A voz parou, mas nem quando ela parou, já conseguia ouvir a aldeia gritando por estar queimando outra bruxa, quando encontrei uma cabana da aldeia me infiltrei nela e achei um casaco que tinha toca, ele era vermelho...Foi a coisa perfeita para ir no ritual da queima da bruxa e não me percebessem, cheguei lá e me enfiei entre as pessoas, por meio dos gritos consegui saber o motivo de a coitada ser queimada, ela era muito bonita...Só que não consegui enchergar seu rosto...Já estava deslacerado pelas chamas do fogo...

Os tempos injustos da bruxaria Onde histórias criam vida. Descubra agora