Ele é a obsessão e o desejo que me enlouquece.
Victor Bretonne não planejava ter a vida de Pietro Martinez em suas mãos, mas sabendo que ele é filho do homem que assassinou seu pai, ele não hesita em jurar tornar a vida do garoto a mais miserável de...
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Nada.
Havia ligado mais de dez vezes para Verônica e ela não tinha atendido nenhuma das minhas ligações. Aquela recusa estava me deixando frustrado, não conseguiria suportar a ideia de provavelmente ter perdido minha única amiga e confidente por conta de uma fala estúpida que sairá da minha boca.
Verônica mais do que ninguém sabia muitas coisas sobre mim, e se notasse que eu estava mudando eu concordaria porque era a mais pura verdade. De uma forma estranha, a convivência com Victor havia me dado mais coragem para mostrar uma outra versão minha que parecia estar encondida a muito tempo, e eu gostava dessa versão que enfrentava as coisas de frente sem se importar com as consequências. Me sentia mais a vontade para dizer coisas que meu antigo eu se reprimia em dizer, porém, não queria permitir que esse outro lado afastasse aquela que sempre esteve disposta a me ajudar em tudo.
Enquanto terminava de arrumar o material para a faculdade, a imagem de Victor ─ e o que quase fizemos na noite anterior ─ me pegou desprevenido. Fechei meus olhos por um segundo e uma sensação quente tomou conta de mim por pensar em como as mãos dele haviam percorrido por todo o meu corpo de uma maneira habilidosa e experiente, como se quisesse tocar minha alma. O mais terrível naquilo tudo é que eu havia gostado da sensação de ter Victor em cima de mim, de ter sentido o gosto dos seus lábios nos meus e da maneira como seus beijos e toques me renderam por completo.
A culpa me matava por ter baixado minha guarda e me deixado ser domado por completo em poucos segundos, mas não conseguia afastar o sentimento louco de felicidade que aquele beijo me proporcionou depois que fui para o meu quarto. Em todo caso, tratei de afastar aqueles pensamentos para longe e desci. Assim que passei em frente a varanda dos fundos a mesa vazia me chamou a atenção, pois geralmente era ali onde tomavamos café. Fui até a cozinha e encontrei Safira segurando uma xícara de café com leite enquanto desfrutava de um pedaço de bolo e uma fatia de queijo branco.
── Bom dia. - falei a vendo me cumprimentar levantando sua xícara. ── Victor não acordou ainda? - arrisquei-me a perguntar sobre ele, tentando não demostrar meu completo desapontamento por não ter o visto.
── Ele teve que sair mais cedo para resolver algumas questões sobre manutenção em um dos hotéis. - ela explicou, abrindo um sorriso em seguida. ── O que você disse ontem para ele quando estavam no quarto?
── O que?
── Victor acordou com um ótimo humor hoje. Eu presumi que você tivesse dito algo ou usado alguma técnica muito boa para acalma-lo da furia de ontem. - Safira aproximou a xícara de sua boca e me olhou por cima dela, com um olhar insinuativo que dizia claramente algo do tipo eu sei que vocês fizeram algo. ── Estranho não acha? Ninguém fica feliz assim de uma hora para a outra, muito menos ele. - finalizou, mordendo um pedaço do queijo.
── Eu... É, acho que vou comer algo no caminho para a faculdade. - gaguejei dando meia volta, saindo do cômodo.
Respirei com mais tranquilidade, pelo menos já sabia que Victor não estava me evitando. Se ele estivesse seria horrível e me deixaria com um pensamento de ter sido apenas usado em um momento de puro estresse dele. Ja do lado de fora da casa vi Erik parado ao lado do carro me esperando, caminhei até ele e entrei, peguei meu celular e tentei ligar uma última vez para Verônica, sem sucesso.
