I'll eat you

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Carina's Point Of View

Eu estava muito estressada. A obra havia começado há quatro meses e já estava atrasada, tínhamos uma reunião de emergência em cinco minutos e eu ainda estava em minha sala terminando de atualizar o novo cronograma e os novos prazos para os clientes. 

O telefone da minha sala começou a piscar anunciando uma chamada, eu bufei e aproximei os olhos para ver quem estava ligando. Era Jo Wilson, minha secretária. 

- Carina. - Sua voz era sempre feliz, porém estava insegura ao pronunciar meu nome, posso até imaginar a cara que ela estava fazendo. Fechei meus olhos já imaginando que notícias boas não era. 

- Oi, saudade eu sei que não é. - Ouvi a mulher soltar uma risada forçada do outro lado da linha. 

- Carlos esta aqui. Quer falar contigo. - Ela respirou fundo. - Ele esta com a carta de demissão. - Me alertou receosa. 

- Deixe-o entrar e, por favor, providencie-me outro mestre de obras com urgência e avise que atrasarei para a reunião.

- Tudo bem senhorita Deluca.

Desliguei sem me despedir. Revirei os olhos assim que vi o homem atravessar a porta. Carlos era meu mestre de obras há um ano e meio, essa era nossa segunda obra. A primeira foi um sucesso, mas essa não começou muito bem. Tivemos diversos atrasos com material e a preparação do terreno para a obra. Por esse motivo, nosso cronograma estava apertado. Era um empreendimento grande, um hotel luxuoso localizado não muito longe do centro de Vancouver e próximo a um dos pontos turísticos da cidade, o Lago Capilano. 

O dia não foi nada produtivo e por motivos de falta de supervisão, a obra estava parada. De novo, pra variar. Mas graças aos esforços de minha secretária, amanhã ela voltaria com todo vapor. 

O céu amanheceu limpo, o sol era fraco, mas sem sinal de chuva. Eu agradeci a Deus, hoje eu iria direto para a obra no período da manhã, receberia o novo mestre de obras. Eu podia pedir pra um dos meu co-workers fazer isso, mas eu prefiro eu mesma averiguar de perto e deixar claro a esse novo mestre que precisamos que ele acelere o processo ao máximo. 

Parei meu carro próximo a obra, ela ainda estava com muita terra em volta, precisei trocar meus sapatos por um tênis, não queria meus saltos caros atolados no barro. Coloquei o capacete de proteção na cor branca. Na obra temos um técnico da segurança do trabalho que supervisionava todos esses itens de segurança, ele sorriu ao me ver passar e acenou de longe e veio se aproximando. 

- Bom dia senhorita Deluca. - O homem me olhou sem jeito.

- Bom dia Lincoln. Jo me disse que hoje chegaria o novo mestre de obras, preciso conversar com ele. 

- Acho que terá uma surpresa, mas o mestre de obras está lá no contêiner com o encarregado, estão conhecendo o local. 

Não entendi direito, mas ignorei. Segui para o contêiner, ele era usado como um escritório e era lá que ficava toda a papelada, como plantas, desenhos e os computadores com os sistemas necessários para se comunicarem conosco que ficamos nos escritórios. Assim, trocávamos as alterações no projeto com mais eficiência.

Entrei no contêiner que tinha as portas abertas. O encarregado dos pedreiros me olhou e endireitou a coluna.

- Senhorita Deluca, bom dia. - Eu me aproximei e apertei a mão do homem.

- Bom dia, tudo bem Roger? - Sorri fraco.

- Sim, acredito que veio conhecer...

- Olá, senhorita Deluca. Sou Maya Bishop. - A mulher que estava com a atenção nos mapas que estavam sobre a mesa, se virou. 

Mi DelirioOnde histórias criam vida. Descubra agora