Corvo

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Oi. Aqui é a pessoa que está escrevendo esse livro, então, só devo dizer que essa não é minha primeira tentativa de escrever uma história. Já escrevo a muito tempo, mas nunca consegui realmente completar algo. Quiçá, esse livro vá ser o meu cobaia, eu tenho uma história praticamente inteira planejada, e se alguém por ventura decidir acompanhar isso, já digo de antemão... Muito obrigada!! É muito bom ter alguém que acompanhe ativamente meu trabalho. 

Enfim, eu tenho uma vida corrida fora do Wattpad então pode ser que eu demore um pouco para fazer as coisas, então peço paciência. De todo modo, já vou avisando aqui também que minha escrita é bem amadora, então tem muito a melhorar, e gostaria que não só comentassem mas também criticassem o trabalho, para que assim eu possa melhorar. 

Ah, e minha escrita tem muitos... Floreios, por assim dizer, perdão se estiver cansativo demais. De todo modo, aproveitem!!

Lembro da primeira vez que Morcego, meu melhor amigo, me mostrou um conto de Edgar Allan Poe

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Lembro da primeira vez que Morcego, meu melhor amigo, me mostrou um conto de Edgar Allan Poe. Éramos ambos crianças, do tipo que ainda não conheciam nada da vida e habitavam o próprio mundinho pessoal, onde tudo é mágico. Ainda mais em uma cidade conservadora como Santa Bárbara, onde a maioria das crianças cresce seguindo as mesmas tradições de sempre e acabam não tendo contato com uma realidade cruel, as crianças tendem a crescer mais alienadas, se chocando facilmente ao dar de cara com uma grande tragédia do "mundo exterior".

Gosto de chamar esse baque inicial de "Choque de Realidade", quando nossa bolha é furada e toda a magia da vida cai por terra. Por incrível que pareça, o meu choque não veio após aprender sobre alguma notícia ou tragédia que ocorreu nos grandes centros urbanos. Fui colocado no mundo real e cruel quando Morcego me apresentou "Máscara da Morte Rubra". Lembro vividamente do garoto de pele morena e cabelo curto indo até a minha casa com um livro de capa carmesim e adornos negros, com o nariz escorrendo pela camada de poeira que revestia aquele exemplar.

Fomos ao meu quarto, fechamos a porta, as janelas e apagamos a luz, deixando somente uma lanterna acesa entre nós dois, sentados no chão. Durante cerca de 30 minutos, ouvi o meu amigo contar minunciosamente cada detalhe da história. A linguagem do livro era rebuscada, e por conta disso, Morcego fazia questão de adaptar certos trechos do texto para que crianças, como nós, pudessem entender, por mais que somente eu precisasse de uma simplificação. Mesmo com descrições reduzidas e um texto narrado por uma criança de 9 anos com a voz carregada de sotaque, fazendo uso constante de gírias... Meu coração se encheu do mais puro desespero. A descrição mórbida do assassinato é toda a atmosfera descrita no texto foram o suficiente para atormentar meus sonhos por semanas.

Eu olhava ao redor com ânsia e pavor, como se o mísero movimento de uma mão em minha direção significasse que ela estava perto de me agarrar. Como se qualquer uma daquelas pessoas tivesse uma máscara, e por baixo delas, se escondesse a feição mais repugnante que uma pessoa pudesse ter, a ponto de sequer ser humana. Lógico... Eu quando criança não colocaria em palavras exatamente dessa forma, mas olhando para trás, é intrigante como conhecer o terror me fez entrar em um completo estado de medo constante. Talvez fosse patológico... Mesmo para alguém da minha idade, ter aquele tipo de reação simplesmente não era normal. Acontece que tudo aquilo havia puxado um gatilho em minha mente.

O lado escuro de SofiaOnde histórias criam vida. Descubra agora