Capítulo 2

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Assim que cheguei em casa precisei esperar algumas horas para meus pais e irmãos chegarem, fiquei pensando sobre contar a eles ou não, no fim escolhi não contar.

Seria melhor assim, desde a invasão a minha família se mostrou bem... hostil quando o assunto é o rei tirano e seu exército, o que não é pra menos, eles invadiram nosso país e o transformaram em algo... prefiro nem falar.

Fora que cada vez que o tempo passava eu me convencia mais de que o general só estava brincando, por isso sorriu tantas vezes.

Logo ele esquecerá de mim e esquecerá isso de casamento também.

Então manteria meu bico calado.

Todos chegaram cansados do dia, meus pais trouxeram o jantar e depois de todos tomarem seus banhos, nos sentamos na enorme mesa para comer da deliciosa comida do chef Hunster.

-Como foi o dia?-perguntou mamãe.

-Bom.-respondemos todos em uníssono.

Meus pais cuidavam do restaurante com meu irmão mais velho, André. Meu irmão mais novo, Sebastião trabalhava na administração de uma empresa de roupas que estava sobrecarregando ele mais que tudo, já que com a mudança de governante as vestimentas também foram mudadas, e meu segundo irmão Carlos, trabalhava na limpeza urbana da cidade.

Éramos bem de vida, porque todos ajudavam em casa.

-Os moços da polícia levou a gente.-contou Catarina fazendo a cor fugir do meu rosto.

Mas que merda, Cat! Péssima hora pra falar disso.

-O quê?-perguntou papai, todos pararam o que faziam para nós olhar.

Cat atraiu a atenção de todos.

Não dava pra ficar quieta desta vez?

-Conta essa história direito, que moços da polícia?-perguntou mamãe.

-Os moços, mamãe. Aqueles com a roupa de floresta.-respondeu ela fazendo meus pais ficarem pálidos.

-Alina, o que aconteceu?-perguntou André tomando a fala.

-Nada de mais, Liane teve problemas hoje e eu levei as meninas pro campo, o que aconteceu foi que alguns soldados chamaram a todos para fazer uma espécie de cadastro.-fiz uma pausa demonstrando minha confusão.-Ninguém entendeu nada, mas eles garantiram que continuaríamos a usar o campo.-minha família tinha expressões confusas, mas mais suaves.

-Que coisa mais estranha.-disse Seba me fazendo concordar.

-Sim, nunca precisamos disso.-lembrou mamãe enquanto comia mais uma garfada da macarrona.

-Disseram que só queriam a quantidade de pessoas e mais nada.-engoli seco, sabendo que escondia a parte mais importante disso e torcia para que ninguém reparasse e principalmente, para que Catarina não abrisse sua boca grande novamente.

-Bem, se mantenham afastadas desses homens, mesmo com o anúncio desse cara do poder, eles podem fazer algo de ruim contra vocês. Principalmente, você, Alina.-papai estava correto, precisávamos tomar muito cuidado.

Após o episódio, o jantar correu bem, conversamos sobre mais algumas coisas e depois cada um foi para o seu canto.

Eu fui para o quarto que dormia sozinha, meu irmão mais velho tinha seu próprio quarto também enquanto Carly e Seba dividiam, a mesma coisa com Sophia e Cat.

Os mais novos dividem os quartos, tive sorte de ser a filha mais velha.

Peguei um livro que terminava de ler, já triste por saber que a maioria dos livros, seja de qualquer assunto, foram proibidos pelo rei, só tinha os meus e não poderia comprar mais dos que costumava ler.

Alina - Obsessão do General [Degustação]Onde histórias criam vida. Descubra agora