Viajando entre as dimensões [Lento]

1 - My Hero Academia!!

...uns aninhos atrás...

[Pov: Alex]

  Eu estava em pé, eu encarava o abismo e o abismo me encarava, estava tão escuro, tão frio, tão solitário... até que vejo uma luz tão forte que tive que fechar meus, que até então não sabia que estavam abertos. Eu estava com medo do que ia vir. Se for pra eu ir pro inferno, que seja uma viagem rápida!!

  Desviei meus pensamentos após ouvir uma risada infantil (mas dócil) ecoar pelo lugar, ouvi passos e senti o meu redor esquentar e algo se prender a minha cintura, como um bom abraço caloroso. Seja lá oque era aquilo, me fazia sentir confortável e em paz.

  __ Abra seus olhos, senhor Alex... __ Ouço a voz infantil bem pertinho de mim.

  Mesmo com medo daquilo ser o capeta em forma de criança só pra me assustar, engulo seco e tomo coragem pra abrir os olhos. Ao abrir, vi uma criança que aparenta ter sete ou oito anos, tinha pele clara, cabelo onduladinho e preto, olhos dourados opacos e suas mãos tinham manchinhas quase imperceptíveis, parecidas com as minhas queimaduras nas mãos.

  Desvio meu olhar do pequenino que abraçava minha barriga e olho ao meu redor, o local parecia um túnel e não tinha chão (sim, eu e o garoto estávamos flutuando), na minha frente tinha uma luz quente, como o Sol num calor de vinte e quatro graus, e atrás, era escuro e frio, me causava arrepios mas sentia como se aquele lugar fosse familiar.

  Olho para o garotinho, que me encarava com aquelas lindas orbes douradas, seu semblante parecia alegre e o mesmo não ousava me soltar, isso me deixava confuso. Tombei minha cabeça levemente para o lado e a criança fez o mesmo, me imitando.

  __ Quem... quem é você, criança? E... poderia me soltar? __ Perguntei de forma vaga e aparentemente querendo fazer várias perguntas para o pequeno.

  O mesmo parou de sorrir e ficou com a expressão neutra. __ Claro senhor! __ Ao falar, ele me solta e fica parado na minha frente. __ Não tenho nome e isso não importa agora. Temo que tenha perguntas e esteja louca para receber as respostas. __ Eu apenas concordei com a cabeça e ele continuou. __ Fique a vontade! __ Disse sorrindo e se sentando no "ar", parecendo que estava flutuando sentado.

  __ Onde é que eu estou?

  __ Você está no "purgatório". __ Respondeu tão tranquilamente que fez eu me engasgar com minha própria saliva, o mesmo me olhou como se estivesse falando "morre não, a gente mal começou a conversar".

  Parando para analisar sua resposta, lembrei do que havia acontecido antes de eu vir parar aqui. Eu tinha chegado em casa e encontrei minha mãe bêbada no quarto do meu irmão enquanto chorava horrores, quando ela me percebeu ali, a mesma pegou a garrafa de cerveja e enquanto me culpava pela morte dele, ela me chutava e encravava a garrafa de vidro nas minhas costas, até que ela bateu o que sobrou da garrafa no meu rosto e tudo se apagou.

  Pus minhas mãos na cabeça puxando levemente meu cabelo, eu estava perplexo, nunca pensei que minha mãe seria capaz disso, mas agora eu sei e aqui estou. Minhas pernas fraquejaram por um momento, me fazendo cair de joelhos no chão e começar a chorar como uma criança que se perdeu dos pais no shopping. Senti uma mãozinha fazer um leve carinho na minha cabeça, era o garoto, ele me olhava sorrindo gentilmente e seus olhos brilhavam como se fosse chorar comigo.

  __ Mantenha a calma senhor Alex, o pior já passou! __ Disse sorrindo, seu sorriso me lembrava um certo personagem de cabelo verde encaracolado.

  __ Você tem razão... __ Falei entre soluços e fungadas, com as costas das minhas mãos, eu tentava desesperadamente enxugar minhas lágrimas, o que funcionou.