Capítulo único

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    O avermelhado se olhava no espelho a procura de alguma coisa, alguma coisa em si. Ele acabará acordando mais cedo e ainda faltava uma hora para sair de casa. Reki usava as mesmas roupas de sempre para ir a escola, mas ele se sentia estranho, era como se ele não se  entendesse.

      O Kyan desistiu, pegou seu skate sem nem comer nada e saiu, ficaria por aí até que desse o horário. Em meio aos caminhos perto da escola ele avistou o azulado em seu akate, ele tinha um sorriso animado no rosto, apesar de quase nunca ser assim logo cedo, sendo o mais sonolento.

       - Reki! - pulou em cima do ruivo dando-lhe um abraço repleto de carinho - Não esperava te ver tão cedo.

       - É - sorriu - Resolvi andar um pouco de skate - Langa soltará outro sorriso e o beijara, um beijo calmo e tranquilo, repleto de carinho.

       Eles seguiram em seus skates a caminho da escola, as aulas começariam em breve, e como o abitual, Reki não prestava a atenção em nada e olhava pela janela a procura de respostas sobre quem era.

       Estava a poucos dias tentando entender o que estava acontecendo e por que daquela bagunça de sentimentos e sensações. Ele não sabia muito bem com quem falar ou o que falar. Era realmente um dos momentos que ele sentaria de frente a um espelho e ficaria encarando o próprio reflexo como se o mesmo fosse lhe dar alguma resposta.

        O sinal soou e por conta das diversas perguntas nem fora percebido pelo ruivo, até ser balançado pelo seu namorado, olhando-o confuso como se precisa-se de um explicação para o garoto estar mais aéreo que o normal.

      O Kyan se levantou seguindo com o azulado para fora da sala, e como de costume, foram para o terraço. Langa o olhava por todo o percurso, sabia que seu amado não estava bem, e necessitava saber o porquê.

        Reki se mantia sentado coma  cabeça no peito de seu amado enquanto viam vídeos sobre manobras de skates. O azulado afagava-lhe a cabeça mas sua preocupação se mantia firme. Ele pausou o vídeo fazendo o ruivo dar-lhe atenção.

         - Tomatinho - o apelido chamou a atenção alheia, que fora escolhido a poucos dias atrás sempre deixava o Kyan envergonhado, quase sem reação - O que houve? Você me parece mais estranho que o normal...

         - Não é nada - olhou em seus olhos, observando a pele branca e os fios azuis que caiam de encontro aos olhos - Eu só ando meio distraído por conta do "S" - tentou negar, mas sabia muito bem que seu amante lhe conhece perfeitamente bem, e saberia se ele está mentindo ou não.

      Apesar da mentira ser um tanto ruim, conseguiu convencer um pouco o garoto. Por outro lado, o ruivo voltava seus pensamentos em si próprio, tentando entender o que era aquela confusão toda dentro de si.

     Mais a tarde, em casa, o avermelhado guardava as roupas limpas que foram deixadas pela sua mãe mais cedo. Em meio às roupas, ele encontrou um saia, que devia ser de sua irmã. Era um saia colegial que normalmente era usada para ocasiões importantes, ela era branca e delicada.

     O Kyan a olhou, analisando cada detalhe seu e como um impulso decidiu vesti-la, que surpreendente, ficou boa, um pouco apertada, mas nada que o encomodasse.

      Reki ergueu seu moletom, vendo a saia em seu corpo. A felicidade apareceu junto de um sorriso, não sabia bem o que era aquela sensação, só sabia que era boa. Um sorriso se formou em seu rosto, ele começou a desfilar pelo quarto como uma dama. Ele estava realmente lindo.

     O avermelhado soltou um suspiro de satisfação, ele não entendia o que era aquela sensação, só que era boa, ele adorava aquilo. Ele sentia que não precisaria de rótulos ou alguma definição do que ele era, ele só queria ser ele.

     - Eu sou um garoto com uma saia. Mas eu também posso ser um garoto de calça - se olhou no espelho uma última vez pronto para tomar uma decisão.

    Ele pegou o celular com um sorriso no rosto e ligou para Langa, mandando o azulado ir para a casa dele o amis rápido possível. E assim, cinco minutos depois lá estava ele, em choque e com o rosto vermelho ao ver seu namorado de saia.

     - O que é isso Reki? Onde você... - ele o olhava de cima a baixo adimirnaod cada detalhe alheio.

     - Isso não importa agora. Eu tenho uma coisa a lhe dizer - mesmo confuso, o azulado acentiu, sentou na cama pronto para ouvir o garoto - Eu ainda não sei o que eu sou, mas durante um tempo eu estive confuso. Não sabia o que eu era e me sentia...estranho. E hoje, eu acabei colocando essa saia e pensando: "por que eu não posso ser um garoto de saia, e uma garota de calça? Ou por que eu só não posso me vestir como quero sem rótulos?"

      O azulado o olhava menos confuso que antes, começando a juntar as peças aos poucos.

      - Eu ainda estou meio confuso, me descobrindo. Mas eu me sinto melhor, sinto que estou me entendendo aos poucos e isso é bom.

      Langa se levantou e abraçou o menor, sabia que o menino não era só "um garoto bissexual" e agora entendia isso, não se importava com que o Reki se identificaria, ele só queria poder estar ao lado do ruivo para sempre.

      - Reki, não importa o que você seja, eu vou estar ao seu lado e vou te apoiar sempre. Pode contar comigo para ajudar a vice se descobrir - o Kyan sentiu lágrimas se formarem nos cantos dos olhos e um sorriso aparecer no rosto, ele retribuiu o abraço se soltando ali.

       - Muito obrigado Languinha, isso é muito importante 'pra mim...eu te amo!

      Fim.
      Obrigado por ler☆

   

    

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