as folhas caíram
o sol não existe
a lua desapareceu
e a neve chegou....
eu grito pelas ruas
picho cada muro com o sangue que você deixou na beira da nossa cama
o meu peito grita de tantas saudades das nossas noites
das suas mãos agarrando os meus pontos mais íntimos
do seu guarda-roupa bagunçado
do nosso álbum de escape
das vezes que eu fugi de casa pra te achar na esquina...
agora você se foi...
a minha vida não faz mais sentido
todas as noites acordados
todas as nossas feridas curadas
todas as nossas esquinas curvadas
todos os nossos universos criados
todos os nossos momentos íntimos
foram cobertos pela neve
eles não existem mais...
nenhum baile de despedida
nenhum sexo no carro
nada
você sumiu
você não existe mais...
eu continuo berrando pelas cidades e ninguém me escuta.
ninguém me parou no shopping...
ninguém me parou no banco...
todos viram a minha cara de cansado?
todos viram a minha alma?
todos viram as nossas noites de dezembro?
todos viram a nossa carcaça?
as nossas velas acesas?
a nossa cabana alugada?
os nossos momentos na floresta?
no parque de diversão?
eu não acho nenhuma foto na nossa gaveta
não acho o seu shampoo no meu banheiro
não acho o meu lençol no guarda-roupa.
você levou tudo...
e eu estou aqui no nosso banco de areia
perto da represa.
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Pôr do Sol
Poesíaàs vezes, você não consegue sair daquele universo até escrever. e foi isso que aconteceu comigo nos últimos anos - assisti a uma peça, a um filme, a uma série ou escutei uma música que me deixou tão entretido que não conseguia sair daquele mundo até...