Robin não era realmente do tipo que tem paixões. Claro, ele veria alguém que acharia bonita, mas nunca realmente perseguiu isso. Todo mundo era o mesmo para ele.
Mas havia você.
Você, essa pessoa perfeita que parecia jogar uma chave inglesa em toda a sua personalidade de bad boy. Você, que ameaçou fazê-lo escorregar algum dia porque ele estaria muito ocupado pensando em você para vencer uma luta. Você, a pessoa mais perfeita e angelical que ele já viu.
Mas você era amigo dele. E ele não podia correr o risco de perder você por causa de uma pequena paixão estúpida que fazia seu coração palpitar sempre que você se inclinava sobre ele para apontar um erro em sua matemática quando você o ensinou.
Robin sabia que ter sentimentos por você era algo que ele não podia necessariamente controlar. Mas ele secretamente ainda se amaldiçoava sempre que sentia frio na barriga só de olhar para você.
Você estava completamente alheia a como Robin se sentia. Você não era exatamente estúpido, apesar do que alguns possam dizer. Você meio que vivia em seu próprio mundo, que Robin imaginava estar cheio de unicórnios, arco-íris e cupcakes.
Sempre que Robin conseguia criar confiança para dizer qualquer coisa para você, algo sempre parecia estar no caminho. Quer sejam os pais na sala de estar enquanto vocês dois se sentam à mesa da cozinha e fazem o dever de casa juntos, ou amigos ao seu redor, deixando-o nervoso para apenas valsar e confessar seu amor, algo sempre o parou.
Ele pensou que hoje seria diferente. De pé em seus armários, que eram separados apenas por dois armários que estavam desocupados, Robin estava prestes a vir até você e "frio" derramar todos os seus sentimentos por você ali mesmo.
Até que alguém apareceu. Algum garoto cujo nome ele não conseguia lembrar, mas certamente se lembrava de ter batido o rosto no chão.
Robin não tinha certeza do que estava acontecendo a princípio. Ele não conseguia ouvir exatamente o que o garoto estava dizendo, mas isso não importava quando ele via a expressão em seu rosto. Dizer que você estava desconfortável era um eufemismo.
A situação piorou quando o garoto começou a se erguer sobre você, praticamente prendendo você contra o seu armário.
Tudo parecia meio embaçado para Robin. Antes que ele pudesse pensar racionalmente, ele fechou o armário e pisou em sua direção, empurrando o garoto mais alto para trás e ficando entre você e ele.
"Eles não estão interessados. Você não vê isso, idiota?" Robin empurrou o garoto com toda a força que pôde reunir, fazendo-o tropeçar para trás.
O garoto resmungou e foi embora, e Robin imediatamente sentiu toda a adrenalina sair de seu corpo e se encheu de vergonha.
Ele se moveu para o lado para não ficar mais na sua frente. Ele queria apenas se levantar e sair naquele momento, mas quando ele olhou e viu que você tinha o sorriso mais largo no rosto, ele se conteve.
"Obrigado, Robin." Você riu, um leve rubor em seu rosto.
Robin, desesperado para manter a compostura, simplesmente assentiu. "Uh sim, seja o que for. Qualquer um pode ver que você está desconfortável. É para isso que servem os amigos." Robin cantarolou, voltando-se para seu armário e fingindo que estava procurando por algo.
Você riu, e foi aí que Robin percebeu que você podia ver através de sua fachada. "Bem, Robin, vejo você mais tarde. Você ainda precisa de ajuda com matemática esta noite?" Você se encostou em um dos armários vazios, os livros apertados contra o peito.
"Uhm, sim." Ele assentiu, amaldiçoando-se internamente por ser tão socialmente inepto.
Você riu e se virou para ir embora, mas antes que pudesse, Robin rapidamente chamou você, chamando sua atenção e fazendo você se virar para encará-lo novamente. "Uhm, S/n. Você quer ir tomar milkshakes ou algo assim depois da escola. Se você quiser, você sabe. E então você pode me ajudar com matemática." Ele assumiu uma atitude indiferente, encostado em seu armário. Mas você viu através.
Você riu e assentiu. "Claro, Robin. É um encontro." Você mandou um beijo para ele antes de se virar e ir para a aula.
