It Hurts so Bad

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O encontro do Sol com a grande lua de Pandora começou. Antes era a hora que eu mais gostava, ver a bioluminescência do nosso planeta tomar conta da flora, em Awa'atlu parecia ainda mais mágico. 

Agora... Agora era a hora do dia que eu mais odiava.

Saí escondido do Marui a passos leves como fazia todas as noites, chamei meu Ilu o acariciando de leve, fizemos a conexão e cavalguei para o lugar de sempre.

O mergulho nas águas frias arrepiou meu corpo e pinicava as recém marcas feitas em meu corpo.

As pedras flutuantes já não eram tão magestosas na minha visão. Meus olhos se acostumaram com aquela visão do brilho da árvore debaixo da água, respirei fundo antes de mergulhar novamente, desfiz a conexão com meu Ilu e nadei até chegar perto de um dos galhos tentaculosos da Árvore das Almas.

Ergui minha trança e fiz o tsaheylu

As nossas lembranças se fizeram presentes mais uma vez, revivi cada passo de nossas vidas juntos e em todas as vezes eu não continha as lágrimas que se juntavam as águas. 

"Eu tentei gritar, mas minha cabeça estava debaixo d'água.
Poderia ter sido um pesadelo, mas era real."

Não sei quanto tempo fiquei ali, mas meu pulmão começou a doer e tive que voltar a superfície. Engoli o máximo de ar que consegui assim que emergi e respirei fundo regulando as batidas do meu coração, tirei os resquícios de água em meu rosto, limpando a minha visão, subi novamente em meu Ilu e fiquei em silêncio por alguns minutos.

"Oi mano..." Dei um risada anasalada, comecei a pegar o hábito de conversar sozinho. Talvez não tão sozinho... Eu queria acreditar que você conseguiria me escutar. 

"Sou eu de novo." Funguei tentando controlar o choro.

 "Hoje faz mais um ano que você se foi, sabia?" Mordi meu lábio inferior com força, era sempre assim, o nó se formava em minha garganta.

"Ontem eu fiz essas marcas iradas. Eu completei meu Iknimaya. Sou um guerreiro agora, como você." Abaixei meu olhar e sorri minimamente. "Queria que pudesse ter visto, o pai ficou orgulhoso de mim pela primeira vez. Eu vi isso." Comprimi os lábios, o soluço estava vindo forte, soltei o ar preso, e esfreguei meu pulso secando as lágrimas que caiam. 

"Falando no pai... Eu entendo agora como você se sentia. Toda essa responsabilidade. Kiri e Tuk não dão tanto trabalho como eu dava pra você..." Ri sem humor. "Eu ainda faço muita merda, mas agora eu não tenho você pra passar a mão na minha cabeça." Arranhei minhas mãos, era um hábito que eu comecei a ter quando começava a ficar ansioso. 

"As vezes eu acho que eu to' louco. Eu vejo você em todo lugar. As vezes com aquele sorriso idiota e as vezes me repreendendo, mas você sempre está lá. Eu o vejo irmão." Minha voz saiu embargada, a dor atingiu meu peito, encolhi encostando minha cabeça no pescoço do pequeno Ilu e deixei as lágrimas rolarem. 

"É tudo culpa minha..." Mais soluços. "Eu queria estar no seu lugar agora... Eu pensei tanto sobre isso, mas eu sei que você ficaria furioso comigo." Funguei quase não conseguindo respirar. 

"Eu tive um sonho... Em que eu consegui tudo o que eu queria, mas quando eu acordo você não está aqui... Tudo que eu queria é que você estivesse aqui irmão."

•••

Oi gente, mais uma vez eu trago uma mini história triste.

Desculpe por isso eu meio que escrevo o que eu sinto.

Se alguém leu até o final...

Obrigada.











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