𝟏𝟔.▐ 𝐒𝐄𝐂𝐑𝐄𝐓 𝐋𝐀𝐍𝐆𝐔𝐀𝐆𝐄

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╭ ⸝⸝ 𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 DEZESSEIS ▐  linguagem secreta

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╭ ⸝⸝ 𝐂𝐀𝐏𝐈𝐓𝐔𝐋𝐎 DEZESSEIS
linguagem secreta

notes: só passando pra avisar que tem
fanfic nova na bella no perfil!!

WEST READING, PA.
  02:46 || 31 de outubro

Acho que Marjorie esqueceu que eu tinha minhas próprias pernas quando me arrastou por todo o corredor até chegar em seu quarto. Ela fechou a porta quase de imediato quando largou meu pulso. Seus olhos azuis permaneciam tão cansados e vermelhos quanto antes, não tinha certeza se era por causa da erva, ou pelo sono, mas ainda assim continuava bonita.

A loira trancou a porta e em seguida cruzou seus braços e me encarou. Mesmo o quarto estando escuro, as luzes que entravam pra janela aberta eram o suficiente para iluminar seu rosto. Ela parecia querer falar alguma coisa, mas nada saiu.
Marjorie cravou suas unhas no braço e respirou fundo diversas vezes.

— Não vou voltar para Londres. — E finalmente falou, e mesmo assim preferia que estivesse permanecido calada. — Precisava te falar isso antes de você ir embora com minha mãe.

— Você não está falando sério. — Eu ri um pouco, esperando que fosse uma enorme piada. Mas ela não riu, continuou com sua feição seria e os olhos focados em mim. — Ok, você está falando sério.

— Bella, você sabe o quanto eu quero ficar um pouco longe de toda aquela maluquice, uma semana não é o suficiente. — Marie disse, desviando seu olhar para o chão de madeira.

— Então também irei ficar aqui.

— Não. — Ela disse. — Minha carreira já chegou no ápice, mas a sua, está alavancando cada vez mais e não quero te tirar isso. Você precisa voltar pro seu trabalho, tudo começou a acontecer agora, e depois de The Last of us, isso só vai melhorar.

Não queria admitir para mim mesma, mas ela estava certa naquilo. Era impossível simplesmente decidir abandonar minhas responsabilidades e ficar em West Reading até achar que estávamos preparadas para voltar à Londres. E talvez o que mais me machucou foi saber que esse impulso que Marjorie teve para decidir ficar ali, foi por mim. Se tivéssemos tido cuidado nas horas de aparecermos juntas e sair por Florença provavelmente isso não teria acontecido, não assim.

Suspirei algumas vezes para tentar controlar a vontade súbita de chorar compulsivamente na frente dela. É um motivo tão idiota para chorar, me senti pior ainda pensando isso. Involuntariamente a culpa me consumia tão rápido quanto as lágrimas que ameaçavam escorrer pelo meu rosto.

— Não é sua culpa. — Alwyn balbuciou, e me perguntei como ela sabia que era isso que passava pela minha cabeça naquele momento. — Bella... Só quero que você entenda o meu lado e—

— Você sequer pensou na gente quando escolheu isso? Como iremos ficar, Marjorie? — A interrompi. — Porra, você se sente tão mal assim em ser vista comigo?

— Não é isso, Isabella. — Ela respirou fundo. — Eu tenho medo da mídia, de tudo que envolve ela. Eles são maldosos e não quero que você passe por uma coisa dessa.

— E quem disse que eu ligo pra isso? — Urrei, olhando para seu rosto. — Marjorie, as coisas podem ser resolvidas, pare de tentar sempre correr dos problemas assim.

— Isso vai ser melhor pra mim, Ramsey...

— E pra mim? — Devolvi, cruzando meus braços. — Você passa a noite inteira sem quase falar comigo, descubro que tem uma ex maluca que está morta, seus amigos são idiotas e depois vem dizer que isso vai ser melhor pra si?

— Olha, a verdade é que nada que aconteceu entre a gente era pra ter acontecido. — Se um dia fiquei tão pálida quanto naquele momento, desconheço. — É um fato, Bella. Não imaginávamos que isso iria tomar essa proporção. Foi algo tão repentino, é impossível controlar uma situação assim.

— Nem tudo está sob seu controle, Alwyn. Isso aqui entre a gente é um exemplo. Era para ser uma simples conversa no Emmy e agora estou na Pensilvânia com sua família. — Argumentei. — E quer saber de outra coisa? Você é egoísta pra caralho, vai se foder.

— Bella, você 'tá agindo igual uma criança. — Marjorie tentou agarrar meu pulso, tentando impedir-me que saísse do seu campo de visão.

— Fique nessa porra de cidade, pode ir pra qualquer lugar que você quiser, Marjorie. Não me importo, não temos nada sério mesmo, você decide o que faz da sua vida.

Não deixei que respondesse. Puxei meu braço para que soltasse meu pulso e então sai de seu quarto, andando rápido pelo corredor até as escadas. Marjorie sabia que não era para vir atrás de mim, não queria que viesse do mesmo jeito. Era óbvio que não tinha para onde ir ou correr, então fiquei ao lado de fora da casa dos Swift, no mesmo banquinho de cobre que realmente seria minha cama naquela noite.

(...)

Confesso que as coisas logo depois daquilo, se transformaram numa verdadeira bola de neve. Nos últimos dias que fiquei naquela casa torcia mentalmente para voltar logo à Londres, era uma merda ter de encarar Marjorie todos os dias e simplesmente fingir que nada aconteceu para satisfazer o desejo dela de manter tudo aquilo em puro segredo. Evitei frequentar seu quarto, comecei a dormir no quarto de visitas e continuei ali até chegar o dia de finalmente ir embora.

Mentiria se dissesse que não gostei de West Reading, foi completamente perfeito. A família Swift eram tão carismáticos e legais comigo, mas mesmo assim, eu queria mais do que nunca voltar para casa. Me senti tão aliviada ao descobrir que iríamos de manhã cedo, e não precisaria me despedir de Marjorie, pois sabia que ela não era uma pessoa da manhã. É quase impossível acorda-la cedo.

As coisas obviamente não ocorreram como o esperado para nós duas, e isso infelizmente é um fato qual não podemos mudar. Me senti em um vazio sem fim, como se realmente as coisas estivessem esfriados um pouco.

Na manhã do dia três de novembro deixamos West Reading com o destino em Londres, confesso que fiquei absolutamente o caminho inteiro com meus fones de ouvido enquanto imaginava o que seria de nós duas depois daquilo. Taylor também não parecia muito feliz com a decisão tomada por ela, mas Marjorie já tinha vinte e um anos, poderia decidir as coisas por si só, mesmo que isso signifique machucar pessoas quais querem você por perto.

Tirei a capinha protetora do meu celular e encarei a foto polaroid tirada por mim apenas alguns dias atrás, em que nem imaginava ser capaz de ir embora sem ela. As coisas estavam tão estranhas, eu me sentia estranha. Meus pensamentos não me ajudavam quanto a isso, a ideia de estar há mais de 7 horas dela, me deixava completamente assustada. Me acostumei tanto em tê-la por perto, que simplesmente não lembro do que eu era antes dela.

Não sei quando que comecei a ficar tão mal por ter alguém longe, geralmente eu agradeceria por isso. Pra onde a antiga Bella foi? Se sentir desse jeito era uma merda, me sentia perdida, perdida em mim mesma. Chega ser estranho falar isso.

ℰ𝐍𝐂𝐇𝐀𝐍𝐓𝐄𝐃; 𝖻𝖾𝗅𝗅𝖺 𝗋𝖺𝗆𝗌𝖾𝗒 Onde histórias criam vida. Descubra agora