Capítulo Único

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O jovem príncipe acordou sentindo uma forte dor nas costas. A princípio sequer conseguia sentir seus membros, foi então que acordou em um pulo, com a criatura o observando da penumbra.

O príncipe tentou se mover, porém, estava amarrado na cama por estranhos espinhos nos braços e nas pernas,

— O que quer de mim, demônio?!

A criatura sorriu e o brilho de seus dentes se destacaram. Ela saiu da penumbra para a pouca luz do quarto. Seu corpo estava coberto por uma túnica de tecido leve e esbanjava uma musculatura impressionante, suas curvas se desenhavam num tom de pele violeta, suas asas estavam encolhidas. Seus olhos maldosos e maliciosos devoravam o jovem príncipe.

— Por meu Deus! O que você quer, demônio?!

A criatura gargalhou.

— Deixe-me apresentar... Sou Harsha — O príncipe cuspiu para frente.

— Me solta e me enfrente, demônio! Deveria ter acabado com você quando tive chance!

Calmamente, a criatura se sentou novamente na penumbra.

— Sabe, eu nunca provei um príncipe antes, deve ser uma iguaria de luxo...

— Maldita! — gritou o príncipe. — Quando isso acabar, vou queimar o seu corpo e mandar você de volta para o abismo de onde veio!

A criatura gargalhou.

— Bem, quando isso acabar, você não será nada além de um corpo seco e morto, como seu companheiro ali. Ah! E seu Deus não pode te salvar.

— Ele pode não salvar o meu corpo, mas vai salvar a minha alma.

A criatura gargalhou novamente.

— Ora, vamos! — exclamou a criatura. — Não se deixe levar pelo medo. Vocês, mortais, são pecadores por natureza. Além do mais, minha experiência diz que os mais saborosos são aqueles que mais me desejam...

A criatura tirou a túnica e exibiu um corpo escultural: Coxas firmes,busto alto, seios fartos e ombros levemente largos. Ao mesmo tempo que trazia beleza e sensualidade, trazia imponência e dominância. A criatura caminhou de um lado para o outro.

— Você não foi tão relutante assim e parece não temer a nada, eu presumo. Por isso, vou te dar um presente.

A criatura estalou os ossos e sua pele começou a escurecer. — Posso me tornar qualquer forma que você já viu. E então, o que me diz? — Em poucos minutos, o demônio de chifres e pele violeta fora substituído por uma bela moça de pele morena e cabelos compridos. O corpo ainda exibia as curvas, algumas maiores e outras menores. O príncipe se corou. Por mais que soubesse que aquilo era o demônio, ficou intimidado com o ser a sua frente. Em sua mente, a lembrança de uma moça que brevemente havia tido um relacionamento. Durante um momento sentiu algum apreço por aquele ser, mas se lembrou de quem se tratava e tentou se desvencilhar de seus pensamentos. A criatura pode sentir os pensamentos do príncipe.

— Que ingrato você é, um simples "obrigado" já seria um bom começo. Mas talvez queira algo mais... Complacente...

A criatura avançou para cima do príncipe enquanto usava os poderes para despí-lo.

— Você é meu agora! Você vai sentir um prazer inexorável e vai morrer por ele! Os espinhos apertaram mais os braços e pernas do príncipe.

— Você é louca!

— Bem, cada um age da forma que mais lhe convém.

A criatura sorriu e olhou fixamente para os olhos do príncipe .Com alguma feitiçaria, a criatura o paralisou. O príncipe sentiu os seus braços e pernas serem apertados pelos espinhos. Sua vista ficou turva, seus batimentos aceleraram e tudo escureceu.

Conto - O Príncipe AmaldiçoadoOnde histórias criam vida. Descubra agora