Chapter 0.4

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           Aproveitei que meus amigos tinha virado fumaça e fui atrás de algum banheiro, não porque eu precisava fazer alguma necessidade mas eu só queria ficar um pouco sozinho, na verdade, é assim que eu resolvo TODOS os meus problemas. A festa aparentava ter ficado um pouco melancólica, não sei se era meu emocional que transformou aquele momento em um poço de lembranças ou Always Forever que tocava por toda a pista de dança, o salão de festas era enorme e para ir até o banheiro eu tinha que atravessar uma multidão de pessoas e eu sinceramente não estava no clima de encontrar algum conhecido e ter que fazer a boa vizinhança. Do meu lado esquerdo tinha uma escada que dava em um possível segundo andar ou algum terraço, subi a escadaria que era feita de vidro temperado , que mesmo sendo muito resistente me deu frios na barriga e eu só conseguia pensar em como uma pessoa bêbada conseguiria descer isso aqui sem quase se matar. Chegando ao fim da escadaria posso ver nitidamente outros prédios, era um terraço, mas à minha direita havia algumas portas, então resolvi explorar, haviam sete portas, tentei uma por uma mas nenhuma abria e eu já estava na sexta tentativa, ou seja, só me restava a sétima porta e eu nunca torci tanto para algo estar aberto. E ... Voilá, abriu.
             Quando boto os meus pés dentro do cômodo percebo uma bela e minimalista suíte, fecho a porta atrás de mim e escorrego pela madeira fria, com os olhos fechados.
                — Por que precisava ser assim?— Sussurro para mim mesmo
               O excesso de ansiedade finalmente se dissolveu e pôde se materializar através de lágrimas e um cansaço , era como se eu tivesse trabalhado em um serviço pesado por semanas sem parar. E querendo ou não, acho que viver dentro da minha cabeça pode ser considerado um serviço pesado. Eu penso demais.
                Por sorte ( por sorte nada, isso é obra do capeta) ouço a porta do banheiro da suíte abrir e quando o corpo põe-se pra fora vejo aqueles cabelos bicolores inconfundíveis.

                 Poderia ser qualquer pessoa do mundo

                                      Não sei como iniciar esse diálogo sem parecer uma besta quadrada, mas aqui vai.

           — Oi , tudo bem ?
           Era melhor ter ficado calado. Ele franziu o rosto e soltou um " O que faz aqui?"

            — Estava procurando um banheiro— Cocei a nuca e abaixei o rosto.
             — Mesmo sabendo que eles estão lá embaixo?
             Que garoto irritante.
  
            —Se quiser pode desabafar, ouvi você chorando.—
            Eu já disse que ele é muito irritante?
           — O que te faz acreditar que eu contaria minha vida pra você?— Rosnei pra ele. Enquanto me levantava para poder ir embora segurei na maçaneta da porta e ela simplesmente caiu, tentei colocá-la no local mas falhei miseravelmente.

             — Era só o que me faltava ficar preso com esse moleque nesse quarto.— Disse enquanto se jogava na cama com lençóis bege.
     
              O tempo passou e a única coisa que conseguíamos ouvir era a música abafada , o som metálico tintinando na porta e bufadas que eu soltava a cada tentativa falha de consertar a porta.
  
                — Bom vamos lá. meu nome é Kawaki.
 
               Quando virei, finalmente percebi-o de verdade, ele vestia uma calça de alfaiataria e tinha uma blusa social por dentro da calça que estava muito mal colocada e muito amarrotada , uma gravata que estava frouxíssima e um cabelo despenteado.

                  — Boruto.

                  — O que veio fazer aqui?— Perguntou 
        
                   — O que estava fazendo nesse quarto?
                " Eu perguntei primeiro." Disse ele .

                  — Vim pra festa ué.
     
                   — Tô falando do quarto. Veio fazer o que aqui?
                   — Espairecer. E você?
    
                  — O mesmo. — Sentou-se na cama e puxou um maço de cigarros do bolso e acendeu um e me ofereceu,  e eu não neguei. Não sabia nem como acender e muito menos como tragar mas peguei por instinto.

               Ele acendeu os cigarros e na primeira puxada ele soltou uma fumaceiro que quem visse de fora pensaria que era um incêndio enquanto eu segurava os meus pelas pontas dos dedos indicador e polegar.

                    — Sua gravata está frouxa.— Disse enquanto balançava o cigarro para que a ponta queimada caísse.

                       — Tô sabendo não sei como se coloca esse troço aí deixei assim mesmo.— Involuntariamente eu ri.
                        — Chega aqui— Pedi .

                    Mesmo relutante se aproximou e eu ensinei a ele como colocar e como amarrar corretamente, afinal eu já era mestre em colocar gravatas para os eventos cafonas do trabalho da minha mãe.

                          — Valeu. Até que você não é tão cuzão assim.— Sorriu de canto .

                          — E você não é tão neandertal quanto parece.—
                        
                         — Neander o quê?—
   
                    Enquanto eu ria com ele um casal que provavelmente ( provavelmente não, com certeza) queria se pegar abriu a porta e permitiu a nossa saída, enquanto saíamos fingíamos que nem nos conhecíamos , ele seguiu seu rumo e eu o meu, mas ficar preso com ele não foi tão ruim assim.

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Nota da Autora:

gente eu não sei se o tamanho dos capítulos estão bons , por isso venho pedir que me avisem se quem capítulos assim entre 800-1000 palavras ou capítulos mais longos .
thank u, até loguinho 🫶🏾

   

The Nice Bad Boy - Kawaboru Onde histórias criam vida. Descubra agora