Chapter 0.3

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   - Me desculpe! Não tinha inten- Boruto ?!- Fazia anos que eu não via aqueles cabelos castanhos ou ouvia aquela voz aconchegante e particularmente eu poderia morrer sem ouvi-las de novo. 

 - Olá Konohamaru e tchau. - Me virei e sai daquele espaço o mais rápido que eu pude e Sarada começou a me encher de perguntas e o por quê de eu ter sido tão frio com ele.

- Ele foi tão simpático, fazia tempo que a gente não o via, eu queria falar com ele. 

- Se quiser falar com ele, pode ir! Mas eu me recuso a ir conversar com ele.- Esbravejei .

                   Eu não tinha terminado muito bem a minha "amizade" com ele, na verdade, eu não queria terminar mas infelizmente esse foi o único caminho que nos restou ou melhor esse foi o caminho que ele escolheu.

                Konohamaru chegou na minha vida quando eu tinha apenas quinze anos, e como um gato esperto foi se acomodando na vida de todos ao meu redor, todos amavam a forma como ele era determinado e amável com cada ser vivo que andava sobre essa terra e o meu pai era seu fã número um, tinha ele como seu filho primogênito e logo o levou para a delegacia para ajuda-lo com alguns casos mais simples ,como furtos à lojas e brigas de rua porém com o tempo os oficiais começaram a perceber sua aptidão para a área e deram um cargo oficial ao jovem, obviamente não foi do dia pra noite mas foi um processo mais rápido que o comum. Quando finalmente conseguiu sua farda oficial meu pai resolveu comemorar e dar uma festa para o mais novo policial do quadragésimo quinto batalhão de oficiais de segurança pública. 

             Depois dessa festa ficamos mais próximos quase como um passe de mágica , e eu comecei a gostar da sua presença e sentia sua falta quando tinha tinha que partir . Sempre que podia , depois do serviço ele passava em minha casa , trazia sorvetes e conversávamos sobre os mais variados assuntos, às vezes ele vinha comigo e meus amigos fazer coisas que com certeza pra ele eram um tédio mas ele sempre insistia em me acompanhar mas a melhor parte estava na hora de voltar pra casa, onde só tínhamos a companhia da lua, das estrelas e das luzes dos postes. Ele era carinhoso, enquanto caminhávamos eu segurava seus braços que envolviam meus ombros, que me puxavam mais para perto, como se ele temesse que eu me desmaterializasse. 

                Ficávamos assim durante todo o caminho. E, aos poucos, bem devagar, nossos corpos relaxavam, e quando olhava seu rosto eu podia sentir sua respiração ofegante e a sinceridade daqueles momentos, e quanto mais ele se aproximava mais parecia que  nossos corpos era um só, eu podia sentir seu coração bater forte e suas mãos enlaçarem minha cintura, enquanto em resposta eu só podia levar minhas mãos até sua nuca e deixar que seus lábios tocassem os meus e eu sentisse as borboletas festejarem em meu estômago. Algumas vezes foram suficientes para que eu caísse aos encantos do amor, todas as vezes que saiamos e ele me levava em casa e seu tchau era marcado por um abraço apertado e uma frase que eu já sabia de cor.

" Nosso abraço encaixa ... É como estar em casa..." 

                As estações passaram rápido e eu nunca soube como demonstrar carinho ou como agradecer. Ainda éramos um segredo não pela minha parte, se dependesse de mim todos saberiam, mas sim por ele que ainda estava se resolvendo e entendendo o que sentia. Como o seu aniversário estava chegando , dia trinta de dezembro, resolvi junto com meu pai fazer uma surpresa pra ele no trabalho, eu fiquei encarregado de arrumar tudo enquanto meu pai iria distrair ele pela cidade. Comprei um bolo, com seu recheio favorito que era o de maracujá,  e alguns balões indicando a idade  que iria completar, vinte anos, eu não levava muito jeito para decoração mas eu me esforcei o máximo possível e no fim tive um ótimo resultado consegui deixar a sala do meu pai um verdadeiro salão de festas. 

             A surpresa foi incrível, ele tinha adorado e quase chorou ,mas não foi dessa vez que o vi chorar no fim da festinha eu tinha que ir embora e eles voltar ao serviço no meio do caminho eu me dei conta que tinha esquecido o celular na sala do meu pai e quando cheguei até a porta reparei que havia gente dentro da sala e olhei pelas frestas das persianas que já não tampavam mais com precisão o interior da sala e pude ver quem eu achei que era o amor da minha aos beijos com uma funcionária da delegacia.

           Senti meu peito apertar, a visão ficar turva  e só consegui dar um passo para trás e abaixar, era como se os espinhos de rosas cortassem meu coração e naquele momento, pela primeira vez eu senti a dor de amar...

The Nice Bad Boy - Kawaboru Onde histórias criam vida. Descubra agora