Mais uma pra conta.
Divirtam-se!
●Bernardo
- Tchau mãe, se cuida - Digo recebendo um sorriso e um beijo na bochecha logo em seguida
- Cuida bem dos seus irmãos... E fecha bem a casa - Mamãe disse depois de ver um grupo de meninos na esquina rindo feito hienas, com certeza se drogando, pois não tem motivos para eles estarem 2 horas da manhã na rua
- Pode deixar mãe, agora vai pro ponto, o ônibus vai passar - Digo para ela que me lança um sorriso antes de se virar e ir pra mais um dia de batalha
Tenho muito orgulho da minha velha, criar 3 filhos sozinha sendo empregada doméstica morando em uma comunidade é pra poucos. As vezes eu fico exausto e triste, pois minha mãe não participa da criação dos meus irmãos, quem cria eles sou eu. Mas me dedico muito as estudos para um dia mudar essa história, e dar uma vida de rainha que minha mãe merece, e melhores condições de vida para meus irmãos. Essa é a minha meta!
Fico inerte na janela olhando minha mãe se afastar cada vez mais de nossa casa, e uma lágrima escorre pelo meu rosto. Me sufoca saber que ela chega em casa quase 10 da noite e tem que estar no trabalho as 5, isso não é vida!
Saio dos meu pensamentos com Gael que chegou de supetão atrás de mim agarrando minhas pernas, o baixinho estava caindo de sono enquanto coçava os olhinhos
- Mami? - Questionou me fazendo dar um nó na garganta segurando o choro, todo dia é isso, ela vai trabalhar e como ele dorme com ela, sente falta dela na cama e vem procurar
- Ela foi trabalhar bebê, mais tarde ela volta - Digo ainda de coração partido pois ele fez um beicinho nos lábios e os olhinhos se encheram de lágrimas
- Vamos dormir com o irmão - Faço algumas brincadeiras bobas com ele só pra distrair, pois a respiração dele estava acelerando indicando que iria chorar
Mas assim que eu disse que ele iria dormir comigo, ele ficou de boa. Já no meu quarto e deitado na cama, o pequeno não dormia por nada, ele estava abraçado a mim e não parava de mexer na minha orelha, dei até a chupeta dele mas ele não dormiu
E o seu pai Bernardo? Bom, não tenho!
Meu pai é o mesmo que dos meus irmãos, mas depois do nascimento de Gael, ele ficou frio com todos nós, não dava atenção pra gente e parava aos poucos de ajudar dentro de casa
Mais tarde ele disse que iria embora, que não dava mais pra viver com minha mãe. Porém na verdade, ele já tinha arrumado outra mulher, largou esposa e filhos nessa condição precária, e foi morar com o rabo de saia, e já vai fazer 2 anos isso. Gael tinha apenas um aninho, e por isso nem pergunta pelo pai, apesar de raras vezes ele aparecer aqui pra pagar "pensão"
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Acordei de manhã e eram 5:30, Gael conseguiu dormir depois de tanto mexer na minha orelha, e depois de dar um beijo estalado na sua bochecha gordinha de neném fofinho, levantei e fui no quarto de Maria Júlia, que estava roncando, tadinha da minha princesa
Dou-lhe um beijo de leve em seu rosto e fico acariciando ela de leve, que vai acordando aos poucos
- Bom dia bê - Disse com a voz fina rouca de tanto soninho, essa é a Cruz que temos que carregar
- Bom dia minha linda, se arruma e desce pra tomar café - Digo pra ela que concorda sem relutância e logo vai pro banheiro, tomar banho e escovar os dentes
Vou até a cozinha e esquento leite com açúcar em um caneco de alumínio no fogão, como as coisas são apertadas, mamãe só compra toddy quando meu pai resolve nos dar dinheiro, eu fico muito triste com isso, pois meu bebê gordinho adora toddy, e ter que dar somente leite com açúcar me parte o coração
- Bê não vai acordar o Gael? - Maria questionou em pé na porta da cozinha, ela já estava arrumada com sua mochila nas costas, só faltava pentear o cabelo
- Vem tomar café, eu vou acordar ele - Digo botando uma canequinha de leite doce e um prato de biscoitos cream cracker de água e sal num pratinho de plástico
Vou devagar cantarolando uma música aleatória até o meu quarto, e me sento na beirada da cama olhando meu bebê dormir serenamente, e com muita vontade de deixar ele continuar dormindo acordo ele com beijinhos pelo rosto
Ele abre os olhinhos pra mim e me lança um sorriso por trás da chupeta, com covinhas tão fofinhas que faz querer apertar meu nenê gorducho
- Vamo levantar, temos que ir pra escolinha e depois pra casa da tia Lu - Digo pra ele que pula encima de mim empolgado
Luzia, mais conhecida como Tia Lu, é uma babá e cozinheira bastante querida aqui na comunidade, ela toma conta de várias crianças além de ter um pequeno restaurante, ela é bastante amiga da minha mãe, e por isso não cobra nem um tostão pra tomar conta de Gael e Maria, até que eu volte da escola pra pegar eles
Gael parece gostar muito de lá, pois sempre que o local é mencionado, ele pula e grita animado, e fica falando sobre um tal de Richard, deve ser algum amiguinho
Depois de dar um banho no meu gorducho, coloco um conjunto azul escuro nele e vou com ele no colo até a cozinha, Maria já tinha tomado café e estava sentada no sofá surrado penteando o cabelo com a ajuda do reflexo da televisão caixote
Coloco o leite doce na mamadeira pra Gael, e logo ele começa a beber, parando apenas para morder alguns biscoitos, e enquanto eles estavam lá inertes, fui rapidamente me arrumar e pegar minha mochila, e logo depois, fomos pra mais uma rotina
- Quem ta animado pra ir pra escola? - Digo animado recebendo pulinhos de alegrias de ambos
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- Tchau meu bebê, cadê o beijo do irmão - Digo enchendo meu bebê de beijos, já estávamos em frente a creche dele, após deixar maria na dela, e eu estava aguardando meu beijinho pra mim ir pra escola
- Que beijinho mais gostoso - Digo apertando as bochechas gordinhas dele, logo após ele me dar um de seus beijinhos fofinhos na bochecha
- Quelo pepeta - Esse menino sabe ser manhoso né, peguei o chupeta dele na mochilinha e logo depois de deixá-lo na salinha dele, fui finalmente pra escola
Que Fica alguns quilômetros dali, nada muito exaustivo de chegar. Assim que Cheguei, encontrei com o meu grupo de colegas na Portaria, e depois de todos já estarem presentes, fomos pra sala de aula finalmente...
CONTINUA...
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Essa é pra ser clichê também ta gente kkkkkk
Mas e aí?, o que acharam?
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ᴏ ᴘʀíɴᴄɪᴘᴇ ᴅᴏ ᴍᴏʀʀᴏ
Ficción General(𝚁𝚘𝚖𝚊𝚗𝚌𝚎 𝙶𝚊𝚢, 𝙼𝚙𝚛𝚎𝚐) '𝙌𝙪𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙢𝙤𝙧𝙧𝙚 𝙪𝙢𝙖 𝙘𝙧𝙞𝙖𝙣𝙘̧𝙖 𝙣𝙖 𝙛𝙖𝙫𝙚𝙡𝙖, 𝙩𝙤𝙙𝙤 𝙢𝙪𝙣𝙙𝙤 𝙙𝙚𝙫𝙞𝙖 𝙙𝙚 𝙘𝙖𝙣𝙩𝙖𝙧...𝙚́ 𝙢𝙚𝙣𝙤𝙨 𝙪𝙢 𝙥𝙧𝙖 𝙨𝙚 𝙘𝙧𝙞𝙖𝙧 𝙣𝙚𝙨𝙨𝙖 𝙢𝙞𝙨𝙚́𝙧𝙞𝙖!' (≚ᄌ≚)ℒℴѵℯ '𝙉𝙖𝙦𝙪𝙚�...