14 - Kauã

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Kauã

Saio de casa estressado e passo na boca pra comprar maconha, foda se o que vão pensar sobre mim.

Pago lá e ando pelos beco da favela, me sento na escadinha e acendo o baseado.

Do a primeira tragada e balanço as minhas pernas.

Que inferno!

A mulher surgiu do quinto dos infernos pra atormentar a minha vida.

E a minha mãe não deveria me julgar daquela maneira, ela sabe que do a vida por ela.

Sempre foi só nós três lá em casa, isso não ia mudar de uma hora pra outra.

Solto a fumaça e jogo a minha cabeça pra trás fechando os olhos.

- Tu não deveria - ouço a voz do cabelinho e ele puxa o baseado da minha mão.

Cabelinho da uma tragada e solta a fumaça.

- Tua mãe vai ficar chateada com tu - ele diz e do de ombro.

- No momento e só o que me acalma - pego o baseado da mão dele de novo.

- Cara sei que as paradas tão foda lá na tua goma, ainda mais depois da história que fiquei sabendo! Mas a tua mãe tá precisando de apoio e não de um cuzão rebelde que compra maconha escondido - ele diz e solto uma risada.

Olha quem fala, um dos maiores maconheiro da face da terra.

- Sabe dês de quando? - pergunto e trago mais uma vez o baseado.

- Tu já comprou várias vezes aqui na favela, nada acontece sem eu saber! Mas a parada e tua, tu sabe o que é certo e o que e errado! Não vou dá um de X9, mas depois tu vai ter que assumir a tua responsa como sujeito homem - ele diz e o olho. - O que rolou lá?

Olha que engraçado, vou desabafar com o cara que adoraria corta a minha cabeça fora.

Conto pra ele tudo que rolou e falo que precisava sair um pouco pra relaxar a mente.

Cabelinho me escuta em silêncio, ele apenas balança a cabeça de vez enquanto.

Quando me sinto totalmente aliviado paro de falar.

- Melhorou? Tava igual um papagaio falando - ele diz rindo. - Bora lá pra casa, toma um banho e dorme por lá. - ele diz e arqueo a sombrancelha.

- Eu? Dormi na sua casa?

- Fala merda não moleque, se não mudo de ideia e deixo você se drogar a noite toda - ele diz rindo e se levanta.

Jogo o resto da maconha fora e me levanto também.

- Mas tu nem pense em passar perto do quarto da Aylla! Se tu pensar eu estouro a sua cara de 12. - ele diz e me seguro pra não ri.

Ele fala assim, mas sei que no fundo sou o genro dos sonhos dele.

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