"você é um lírio, um lírio branco" — Wade.
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Seu corpo parecia querer desmoronar, as pernas bambas, e um tremor inacabável. A gravidade não era algo com o que estava acostumado a lidar, tendo muitas vezes que andar - contra sua vontade - com uma cadeira de rodas, ou apoiando-se em um outro alguém, esse, por uma grade maioria, seu pai.
— Petey! – Steve exclamou com os olhos arregalados e tremores no corpo, correndo até seu pequeno garoto, que por pouco não fora ao chão, após momentos de fraqueza muscular.
Essa rotina está começando a ficar chata. Pensou emburrado.
— Estou bem, papai. – disse raivoso, cheio orgulhoso transbordando seus olhos. Seu ego não o permitia depender de alguém, nem mesmo de seu próprio pai.
— Eu sinto muito, Petey, eu sinto tanto que tenha que ter passado por aquilo, e agora isso... – desculpou-se, como em todos os dias dês de que entrou em uma maldita nave.
— Deveria ter me protegido, batido o pé, ou deixado... – sua fala foi interrompida por Steve, que grunhiu, tentando de toda forma conter seu choro.
Era mais sensível que o filho.
— Nunca mais fale isso, filho, você sabe em quais condições permiti.
— De qualquer forma. Happy pode ir me deixar na escola? Não quero dar de cara com o papai Stark. – papai Stark. Tony nunca fora chamado apenas por papai, ou apelidos carinhosos como Steve, sendo dado como culpado, ou pai horrível, pai ausente, o pai que vive em um maldito escritório fazendo de tudo um máximo, menos, dar atenção ao próprio filho.
Iron nunca contestou Pete. Não é como se achasse certo, ou até mesmo não entendesse a raiva do mais novo, a final, é um pequeno genioso, como ele.
— Sim, querido, ele pode. – deu um beijo estalado no topo da cabeça alheia, sentindo de longe o forte perfume, e um pouco da maquiagem que o outro passou pela manhã.
Auto estima. Sentia falta de sentir-se belo, galanteador, bonito, coisa que acabou consigo quando precisou usar as malditas, palavras do próprio, cadeira de rodas.
Odiava ser visto como coitado, o garoto da cadeira, as vezes ignorado, e quando visto, chamado de "um outro Stark Rogers."Mais um dia nos corredores da escola. Wade empurrava sua cadeira enquanto tagarelava sobre a beleza da manhã.
Todos a volta estranhavam a proximidade, e Peter a odiava. Wade era pago para acompanhar o menino durante o dia, certificando-se de que estaria seguro por ali. Mesmo sabendo que era necessário, seu peito apertava e os olhos insistiam em derramar pequenas lágrimas.— Está nublado! – respondeu-o decidindo por um fim em seu falatório.
— Assim como seus olhos. Pete, pare de chorar, querido. – Wilson baixou a altura dele, deixando que seus dedos calejados arrastem para fora as lágrimas alheias. — Quer matar a primeira aula? É física, e você é um pequeno gênio, garoto espacial.
— Sinceramente, sim! Me tire daqui, apenas me tire.
— Petey, já viu as flores? – disse o castanho com ânimo.
— Claro, não sou tão desprovido de vivências. – respondeu.
— Todas as flores?
— O que quer dizer com "todas as flores?" – indagou curioso até onde o mais velho iria com isso.
— Bom, de trás da escola tem um jardim, quer ir comigo? Eu vou te mostrar uma coisa. – Peter sem forças para negar, balançou a cabeça para baixo e para cima, em uma concordância silenciosa.
O silêncio a qual tanto preza.
O caminho fora calmo para ambos. Wade calou-se e Peter agradeceu aos céus, podendo ficar um pouco a sós com seus próprios sentimentos e pensamentos por um mísero instante.
Flores. Haviam inúmeras delas, das mais diversas cores. A brisa batia contra o corpo de Peter e fazia com que seus fios bem alinhados, agora não passasse de cachos soltos ao vento. O cheiro era trago junto da brisa leve, o fazendo suspirar, soltar junto do ar, a angústia que antes sentia.
— Esse lugar...
— É, eu sei, é lindo. – Wade saiu de trás da cadeira, e sentou no gramado, ainda ao lado de Pete, para ter a certeza de que ele pudesse relaxar.
— Wade, me deixa sentar com você, me tire da cadeira por um instante.
Wilson não tardou em levantar com um salto e um sorriso de ponta a ponta direcionado ao outro. Arrancando um riso fraco e sincero de Stark.
Com cuidado, o pôs na grama, e retornou ao seu lugar, brincando com a grama em deus dedos, ato esse que fora imitado por Peter.— O que é aquilo? – apontou curioso á uma flor, era alva como sua pele, bonita, e com um cheiro esplêndido.
— Um lírio.
— Sempre imaginei que lírio fosse rosa.
— Disse que conhecia as flores.
Peter balançou seus ombros, voltando a olhar para Wilson.
— Não é como se eu pudesse os ver de perto, não é? – ele riu.
— É um lírio branco, eles simbolizam pureza, inocência, e amor. Sabe Pete, você é como um lírio, um lírio branco.
— Eu? O que tenho de mais? – sou insuficiente, odeio o mundo da forma que é, e amor? Nunca pude provar de tal sentimento. Pensou.
Seu olhar permanecia baixo, pensativo. Wade sabia, sabia que não poderia o deixar naquele estado.
— Petey! Você é incrível, e espero que um dia perceba que você é. E vai ser logo!
— Fala isso porquê é pago pra dizer...
— Eu sou pago pra cuidar de você, não pra falar com você.
Peter riu, preferindo agora, apenas aproveitar todo o momento enquanto pôde.
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Garoto espacial - spideypool
FanfictionPeter cresceu no espaço, nunca sabendo o que era viver fora dali, sofrendo as consequências de um dia voltar. Wade era um simples rapaz, disposto a dar sua vida pela de Peter, disposto a criar memórias e momentos novos na mente conturbada do pe...