Dentro do morro

Revendo minha família

Era manhã quando acordei com meu celular despertando, era 8:00hrs, estou tentando deixar minha vida mais saudável, ultimamente só tenho acordado tarde, comendo mal, acredito que estou me maltratando, já basta meu pai fazer isso... Desço as escadas e vou direto a cozinha comer algo, Lucia nossa ajudante da casa me da um sorriso quando me vê

- bom dia lu, hoje quero tentar fazer uma panqueca de banana que to morrendo de vontade- falei enquanto ia pra cozinha.

- nanão, ontem eu vi que você tava vendo receita no celular e tentei fazer eu mesma querida, senta ai na mesa que eu pego pra você- saiu toda feliz enquanto pegava sua panqueca, lucia era quase uma mãe pra mim, mesmo quando meu pai tinha suas crises ou me humilhava ela sempre cuidava e me amparava...

- ahh não acredito lu, obrigada, você é demais, certeza que ta maravilhosa, nossa que cheiro bom- falei enquanto ela colocava o prato na mesa e já pegava o garfo e a faca, rasgando a panqueca e colocando um pedaço em minha boca, realmente ta maravilhosa.

-hmm ta muito boa lu, come comigo senta ai, você merece provar sua obra de arte. Ela sentou na minha frente e pegou um pedaço

- realmente não é pq eu fiz não, mas ta bem leve né, docinha, vou fazer mais vezes pra gente, seu pai vai gostar- falou enquanto comia 

 - duvido, ele não gosta de nada- falei já me levantando

-aonde você vai marina? ta cedo ainda...- falou me olhando 

 - to pensando em caminhar lu ou ir na academia não sei- falei subindo para o meu quarto, deitei em minha cama, peguei meu celular e comecei a rolar o feed do insta, vi a foto do meu irmão que ele postou com minha irmã, nunca mais vi eles, acredito que nem devem falar de mim, mas minha saudade é eles, desde que minha mãe foi pro morro com meu irmãos, eu nunca mais vi eles, eu era nova e não entendia muita coisa, só fiquei com meu pai e até hoje é assim, hoje tenho 19 anos e queria muito ver eles mas não quero incomodar, ate conheço aonde eles estão porém talvez eles não queiram me ver, mas como as coisas então indo com o meu pai, quero entender tudo direito sei lá, tenho 19 anos sou a mais nova, a isa tem 21 e o luca tem 26, eles estão no morro desde da ultima briga, acredito que a ultima vez que vi eles eu tinha 16 anos, ai que saudade deles... Pensando neles acabei deixando algumas lagrimas escaparem, não percebi quando cai no sono, acordei era umas 16:00hrs, acredito que devia estar exausta mesmo pra dormir tanto assim, levantei e como já estava de pijama desde manhã, fui ao banheiro e fiz minhas necessidades, voltei e lúcia estava com um pratinho na minha mesa do notbook com morangos e manga.

- oi ma, eu escutei você acordando e fiz esse pratinho pra você, come que eu sei que você gosta e você nem almoçou viu mocinha- falou me dando um beijo na testa e saindo...sentei em minha cadeira, acendi uma vela com aroma pra deixar mais aconchegante meu quarto e fiquei jogando the sims, hoje era sexta e não tinha aula na facul, não que importasse muito pois era ead, mas já era mais tranquilo...não percebi a hora e vi que já era umas 18:30 e decidi descer pra ver o que tinha pro jantar, sim a lúcia começava bem cedo por conta do meu pai, acredito que ele já deve estar ai, já deve ter chego do trabalho...Desci as escadas e já vi ele no sofá assistindo a tv.

- oi marina, dormiu até agora, pelo amor né- falou me olhando enquanto me sentava na mesa. Bom não sei se é uma boa hora pra falar , mas irei.

- pai, queria saber sobre minha família, mãe, irmão e minha irmã, eu falo com minha mãe de vez e nunca vocês se odeiam e eu não entendo nada, isso me faz m...  -Nem terminei de falar quando ele já levantou e me olhou com um olhar furioso.

- qual seu problema marina, quer falar da bosta da sua mãe, vai falar sozinha, não toca no nome deles nessa casa, não quero saber dessa conversa, se eu escutar de novo você falando isso, você vai ver tá sua ingrata- falou enquanto apontava o dedo em minha cara, infelizmente ele nunca vai mudar.

- não importa, eu não ligo, eu tenho direito de saber pai eles são minha família e nunca mais fala deles assim na minha frente, eu te conheço e sei bem que o errado dessa historia devia ser você!- Falei me levantando e exaltando um pouco

- você é igualzinha a ela, me da nojo- não tive reação quando ele terminou sua frase e meteu o tapa em minha cara, foi muito forte, senti minha cara arder na mesma hora, e as lagrimas começaram a rolar, ele já me xingou me humilhou mas nunca bateu, já ameaçou mas nunca pensei que ele tivesse essa coragem, não depois de hoje. Não conseguia falar ou olhar na cara dele, eu realmente estava assustada com ele, enquanto estava sem reação ele foi pra fora entrou no carro e saiu.

- lu ele me bateu... - falei enquanto ela me abraçava.

- não fica assim meu amor, eu to aqui, ele não te merece- ela me abraçou e me ajudou a levantar

- lu eu não quero nunca mais olhar pra cara dele, nunca mais, eu odeio ele! - falei indo em direção ao meu quarto.

- e pra onde você vai marina? - falou indo atrás de mim, nem eu sabia pra onde, mas sabia que tinha um lugar que meu coração mandava 

 - pra minha família de verdade - falei pegando uma mochila e colocando algumas roupas e itens necessários, meu cartão, pelo menos dinheiro ele não me deixou faltar, isso não posso reclamar, pelo menos isso... 

- marina eu te levo, não quero que ande sozinha, eu moro lá também no mesmo morro em que sua família está- falou me olhando meio estranha com medo de eu julgar

 - serio lu, pq não me contou antes? , agora não importa já foi... - falei colocando minha mochila nas costas e uma bolsa de mão, estava com um shorts meio rasgadinho e uma camiseta amarela, com meu acessórios de ouro que não vivo sem, apesar de não ligar muito sempre fui bastante vaidosa, não vivo sem meu acessórios e perfumes, não é atoa que to levando comigo kk... estou usando brinquinhos, pulseira e um colar bem delicado, meu cabelo está solto mas está bonito, vou ao espelho e dou uma ajeitada em meu rosto, passo um rímel e um gloss. Na verdade esse não é um problema sei que estou enrolando, será que vão gostar de me ver...? Passou tanto tempo, ta me dando até dor de barriga...

- vamos logo marina, antes que seu pai volte e seja pior!- falou me puxando pelas mãos e descendo as escadas.

- ok lu, obrigada por tudo e me desculpa por te colocar no meio disso- falei abraçando ela enquanto ela pedia o uber no meu celular o uber chegou e a emoção so piorava, tava muito feliz mas aflita ao mesmo tempo pela reação deles, o uber chegou e esqueci que ele não podia subir o morro, então deixou eu e ela no começo do morro, tinha dois meninos mais velhos armados, e eu estava super assustada, não é todo dia que vejo uma arma assim, mas fui acompanhando a lúcia

- vem comigo querida, fica tranquila, oi meninos - falou indo em direção do morro 

- quem é essa gatinha ai lucia?- falou enquanto me olhava de modo extremamente fissurado , parece que nunca viu mulher na vida.

- então Gustavo, essa é irmã do lucca e da Isa, ela veio ficar com a família de vez e faz anos que eles não se vê - falou me puxando.

- vocês vem com a gente, eu levo vocês lá, aqui é perigoso pra uma menina gata assim- falou entrando em um carro que estava ao nosso lado

- ah claro estou me sentindo super segura com você- falei ironicamente pra ele, senti lucia me cutucar enquanto entramos dentro do carro.

- Ma eu não vou entrar com você, eu vou pra minha casa ok, fica tranquila esse assunto é de família- falou me dando um abraço no carro, chegamos na frente da casa da lu e deixou ela lá, fiquei um pouco tensa de estar sozinha com esse homem, uma arma e um lugar que nem conheço, chegamos na porta e a casa é uma graça nada muito luxuosa porém linda...

-obrigada pela carona- falei descendo do carro

- eu te deixo na porta po, eu quero falar com Felipe mesmo, ele deve ta ai, eu conheço sua família, fica tranquila que não vou fazer mal, até pq eu ia ta morto kkkk- falou me ajudando com a bolsa...fiquei uns instantes parada na porta e meus pés estavam travados 

- você não vai ?- falou me olhando 

-to nervosa, desculpa, faz tempo que eles não me veem, estou com medo deles não gostarem tanto da minha presença?- falei olhando pra baixo

- pode ter certeza que eles querem ver você gata - falou como se já me conhecesse...ele bateu na porta e a minha mãe atendeu Sol, quando ela me viu seu olhar totalmente chocado e sua cara pálida...