Novembro de 1976
Quinta-feira, 04
— Mais uma aula de transfiguração com a Minerva paga. Finalmente livres! - Theo e Maxon comemoraram ao se sentarem na mesa da Corvinal.
O grupo mal esperou o término do discurso de Dumbledore para poder degustar do farto almoço do dia, pelo menos boa parte deles.
A conversa, como sempre, fluía normalmente. Eles compartilharam suas experiências com aulas passadas, e tentavam decidir qual era a mais difícil: runas antigas ou transfiguração, e, sinceramente, a resposta era bem óbvia.
- Runas Antigas! - Eles disseram em simultâneo, se permitindo cair em gargalhadas um pouco altas demais.
- Meu Deus! Como eu odeio R. A., tudo sobre isso me irrita. - Violet desabafou, observando o prato à sua frente, sem a mínima vontade de tornar a saboreá-lo.
Na verdade, esse seu estômago embrulhado e essa raiva havia se estendido pela semana inteira. E os outros também perceberam o comportamento estranho da menina, inclusive, até tentaram confrontá-la sobre isso, mas sem sucesso.
Uma dessas tentativas aconteceu na aula de Herbologia, no dia seguinte ao encontro, esse qual eles não faziam ideia do que havia acontecido, já que a menina decidiu guardar tudo para si.
- Você sabe que pode falar tudo com a gente. Não sabe? - Theo tentou novamente, mesmo após seus dois amigos não conseguirem nada.
- Eu sei, Theo... eu só não sei o porquê de vocês quererem me lembrar disso o tempo todo, e olha que ainda estamos na primeira aula. - Tentou parecer indiferente, mas a maneira frenética que mexia no substrato deixava evidente que algo estava errado.
Para evitar um estrago, o rapaz pegou as mãos de Violet e as levantou para o ar, assim conseguindo a atenção total da menina.
- Por que fez isso? - Perguntou se soltando, rapidamente. Parecia recusar o toque de qualquer um que fosse, logo ela que adorava abraços.
- Porque você quase encostou em um dos espinhos! Você, mais do que ninguém dessa classe, sabe como os espinhos do tentáculo venenoso são mortais.
Ao se tocar do que realmente estava fazendo, preferiu abaixar sua cabeça, numa tentativa de esconder seu rosto com os cabelos, mas esses estavam presos em um baixo rabo de cavalo.
Percebendo que não teria nenhum indício do que poderia estar acontecendo com a sua irmã, ele optou por apenas apoiar uma mão solidária em seu ombro. E ela, sabendo ser um dos gestos mais puros que ele poderia fazer, se esforçou para deixá-la ali, mesmo que por somente alguns instantes.
Os outros dias seguiram no mesmo naipe. Eles a encorajaram a se abrir, e ela se afastou ainda mais.
Não gostaria de admitir, mas tinha vergonha do que havia acontecido. Se sentia fraca e impotente diante daquela situação. Por isso preferiu guardar tudo para si mesma, bom... guardou para ela e aqueles que a ajudaram.
Ela sabia que poderia contar com os seus amigos, e tinha confiança neles, mas ainda não conseguia explicar o fato de não conseguir se abrir. Afinal, ela nunca havia passado por esse tipo de situação antes, não nesse nível, pelo menos.
Já houve algumas situações em que os rapazes acabavam cruzando seus limites impostos, mas nunca havia abaixado a cabeça, em nenhuma hipótese. Sempre arranjou uma maneira de ajeitar a situação, até ao ponto de chegar aos ouvidos dos professores, e, consequentemente, do diretor.
Apesar de tudo isso, esperava poder seguir a sua vida normalmente. Se limitando ao mínimo de contato possível com o rapaz, o que não seria muito difícil, já que ele estava um ano à frente dela.
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𝗧𝗛𝗘 𝗕𝗘𝗦𝗧 𝗡𝗜𝗚𝗛𝗧 | Remus Lupin
ФанфикшнA MELHOR NOITE | Violet Rose Martin, uma lufana nascida trouxa, desvendava cada vez mais os segredos do novo mundo mágico que havia sido introduzida apenas aos onze anos. O que realmente foi uma surpresa para si, não foi descobrir o interior da Casa...
