Capítulo 1

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''Seu bajulador'' eu bato com o salto da minha bota de cowboy no painel do carro, me fazendo desviar o carro para a pista errada antes de eu conseguir consertar minha rota novamente. Felizmente, não havia nenhum carro trafegando por perto. A música de rap morre completamente depois da minha agressão. Foi bom enquanto durou. Esfrego o local que acabo de chutar no painel onde fica o rádio, isso não durou muito tempo, mas eu tinha que dar um último lance no caso. Funcionou as últimas duas vezes. Já estou na estrada há mais de doze horas, e me aproximando de Grayslake e a neve começa a cair. E parece estar ficando mais pesada a cada segundo. Eu nunca dirigi na neve. Inferno, eu nunca vi isso na vida real antes. O mais perto que eu já tinha chegado foi quando minha pequena empresa de design gráfico on-line foi convidada para fazer alguns folhetos extravagantes de uma estação de esqui no Colorado. Passei três dias olhando fotos de neve.


Eu considero estacionar e talvez esperar por um segundo. Eu mordo meu lábio, remoendo isso na minha cabeça. Pego meu telefone, vejo que estou vinte minutos longe de Grayslake. Talvez não seja uma boa ideia. Preciso chegar à cidade, antes que a neve fique muito grossa. Meus pneus carecas não podem levar muito mais disto. Não sei se que qualquer parte deste carro pode aguentar mais disso. A coisa poderia desmoronar a qualquer momento. Com pensamento, ouvi um clique alto vindo do motor. ''Edith. Não faz isso'' eu falo com meu carro encarando a luz de verificação do motor. ''Nós não podemos ficar abandonadas aqui! Os *shifters poderiam estar aqui'' eu olho ambos os espelhos da visão lateral, e, em seguida meu retrovisor. Talvez me descabelar para descobrir se estes rumores sobre shifters eram verdadeiros não era uma ideia tão boa, mas eu precisava sair da cidade e por algum motivo, esta foi à única coisa que estava me incomodando. Quase como se houvesse uma corda invisível me puxando.

Eu sabia no momento que eu vi a carta de despejo na porta do apartamento que a minha mãe não tinha pago o aluguel e provavelmente gastou a parte que eu tinha lhe dado. Não queria ficar por aqui e apanhar os pedaços desta vez. Fiz as malas, peguei meu laptop e decolei depois de deixar meu próprio recado colado na porta. Disse a mim mesma que eu iria aonde Edith me levasse, e eu acabei indo na direção de Grayslake. Ainda não ouvi um pio da minha mãe. Não sei por que pensei que ela estaria me ligando me implorando para voltar. Ah, sim, dinheiro, é por isso. Ainda, mais depois de doze horas que eu saí e não havia uma única chamada ou uma mensagem.

Quem estou enganando? Ela provavelmente não deveria nem ter chegado em casa. Ela pode sair e desaparecer por dias a fio. Merda, isso é o que estou fazendo? Eu tremo de pensar em ser como a minha mãe. Minha mãe gosta de ser diferente. Tem novas pessoas dentro e fora de sua vida o tempo todo. Ela nunca mantém um namorado por mais de um mês. Ela pensa em si mesma como uma hippie. Eu tinha outra palavra em mente, mas guardei isso para mim. Ela ainda é minha mãe... afinal de contas. Eu ligo os limpadores e eles estremecem com a nevasca só piorando. A neve se espalhando torna quase impossível de ver fora da janela. Agora não vejo nada além das manchas no para-brisas. Verifico meu telefone novamente e ele ainda diz que eu estou a vinte minutos de distância. Grrrrrrrr. Como isso é possível? Estou presa no Triângulo das Bermudas na terra dos shifters. Meu Deus.

É como aquele filme sexta-feira treze e eu só estou andando em círculos, mas em vez de ter uma van quebrada, eu tenho um Volvo antigo. Eu olho para o velocímetro e vejo que eu estou a apenas vinte e quatro quilômetros por hora. Eu piso no acelerador para pegar velocidade, mas os pneus não concordam. Estou escorregando instantaneamente, o carro gira em círculos. Batemos em um trilho de metal que amassa muito facilmente, enviando-nos sobre a colina coberta de neve. Deslizo para baixo, e a viagem parece que demora segundos e horas ao mesmo tempo, até que o carro faz uma parada abrupta. Minha cabeça bate no volante, a dor atravessa meu corpo da cabeça até os dedos dos pés.

O ar frio entra no carro e corta através de mim. Não consigo abrir os olhos. Sinto vidro quebrado ao meu redor. O carro range e rezo para que não deslizemos mais. Acho que não aguento outra batida como essa. Inspiro profundamente, tentando puxar o ar em meus pulmões, mas o frio só faz queimar. Eu vou congelar até a morte aqui. A derrapagem, ninguém vai vê-la com a rapidez que a neve está caindo. O mais provável é que vai estar coberta em minutos. Eu abro a boca e solto um grito, esperando que alguém possa me ouvir, mas tudo o que ouço em troca é o som do vento forte. O frio se estabelece em meus ossos, e tudo fica preto. 

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