capítulo 1⭒

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POV Maraisa

- Não, Luiza! Não é necessário!- digo
tentando me desvencilhar de Luiza.

- Como não?- ela esbraveja.-Viu o
que esse babaca fez com você?

- Eu sei, Luiza! Mas... Não acho
necessário!

- Claro que é! Vem, anda logo!-
andamos em direção à delegacia.

Resolvo não dizer mais nada. Afinal,
era difícil contrariar Luiza, ou
melhor, era impossível.

Entramos na delegacia e o nervosismo
me invade.

Eu sei bem que o que Marcelo fez comigo não era certo, mas eu não sei se quero prejudica-lo à esse ponto.

Luiza sempre insiste que eu o faça,
mas eu nunca tenho coragem de vir.

Bom, até hoje, pois Luiza está me
obrigando à ir.

Marcelo é meu ex-namorado.

Como todo garoto orgulhoso e de ego
inflado, que não aceita um não e muito menos um término, ele me agride, como forma de me fazer ceder a ele.

Me acomodo em uma das cadeiras
estofadas da recepção, enquanto Luiza fala com um dos policiais que assente e pede que esperássemos um minuto.

Minhas mãos estavam trêmulas e o
suor frio escorrendo por minhas costas.

Não sei se denunciá-lo geraria algum
resultado, pois Marcelo Ferraz,
é um filhinho de papai, onde teria
diversas influências ao seu favor, ao
contrário de mim, que trabalho muito
duro para sustentar a mim e a minha
mãe.

Meu pai morreu à 3 anos, num
acidente de carro, deixando nossa
condição financeira complicada.

Então tive que arrumar um emprego
recentemente, conseguindo assim, um
numa cafeteria.

- Senhoritas, podem me
acompanhar?- o policial que Luiza
Conversou nos chama a atenção.

Assentimos e o seguimos pelos
corredores de cor cinza. Paramos
diante de uma porta de madeira e
detalhes de metal.

O policial bate na porta e sorri
polidamente em nossa direção.

- Entre!- uma voz rouca e autoritária
Soa do outro lado.

Fui a última a entrar.

Meus sentidos ficam dormentes
quando olho para a mulher a minha
frente, a qual presumo ser a delegada.

Seus olhos eram num tom esverdeado, seu cabelo loiro e boca avermelhada.

Sua postura imponente causou
calafrios e a tentativa de ficar calma foi por água a baixo.

Engulo em seco.

- Sentem-se!

Nos sentamos nas poltronas de couro
preto.

- Bom, qual a ocorrência?- Pergunta
sem tirar olhos de alguns papéis que
estavam sobre sua mesa.

- Violência.- Luiza se pronuncia,
sabendo que eu não conseguiria falar
tão cedo.

- Contra você?- ela pergunta.

- Não, contra ela! O babaca do
ex-namorado.- aponta para mim e ela
arqueia sobrancelha.

- E por que a mesma não fala?-
pergunta seco.

Luiza , como eu bem conheço, odeia
quando alguém a trata de forma
estúpida.

Ela revira os olhos.

- Bom, na verdade, ela não queria
vir!- ela confessa.

Ah..- ela me lança um olhar gélido.
- Então você gosta de apanhar?

Uma delegada em minha vida - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora