capítulo 4⭑

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POV Marília

Abro os olhos lentamente e gemo de
dor quando sinto uma pontada em
minha cabeça.

Eu havia bebido a noite inteira, e como consequência, ganhei uma bela ressaca.

Levanto da cama relutante ando até
o banheiro para tomar um bom banho.

Tinha que ir para o trabalho. Não nego que amo o que eu faço, mas o mesmo não deixa de ser estressante.

Meu corpo ainda queria a minha cama.
Eu estava tão cansada. Não havia
conseguido pregar o olho, por conta
daqueles malditos pesadelos. Pesadelos que pareciam reais demais. Então, preferi ficar acordada, enchendo a cara com uísque.

Saio do banheiro e visto minhas roupas rapidamente. Depois de pronto, pego minhas coisas e saio do quarto.

Desço para a cozinha e encontro
Clara, a qual limpava alguma coisa na
bancada.

- Bom dia, senhora!- diz.

- Bom dia!- respondo casualmente.

Não gostava de muita intimidade com
meus funcionários.

- Quero que organize meu escritório!-
digo.

- Sim, senhora!- assente.

Clara era a governanta da casa.

Eu não tinha muitos funcionários.
Afinal, eu mal ficava em casa, então
Clara apenas cozinhava, lavava,
passava e limpava.

Ela me entrega uma xícara com café,
amargo e forte, do jeito que eu mais
gostava. Pego meu notebook e leio
alguns e-mails recebidos e as notícias
de hoje.

"Pedro Henrique faz parceria
com a empresa Conti. O empresário diz que irá trabalhar duro para conseguir reerguer a empresa.

Cerro os punhos em cima da bancada e sinto o sangue correr rapidamente por minhas veias.

Se esse desgraçado soubesse como eu
o odiava com todas as minhas forças.

As lembranças do que ele fez, ainda
estavam vivas em mim, mesmo tendo
se passado tantos anos.

Mas não que ele tenha se arrependido, pois continua o mesmo filho da puta.

Fecho os olhos e algumas lembranças
vem átona;

- Por favor, Pedro! Não faça isso
com a mamãe!- as lágrimas descem
por meu rosto.

- Cala essa boca, bastarda!- ele
esbraveja.- Sua mãe tem que
aprender que eu faço o que eu quiser!

- Por favor! Pa-pare!-minha mãe
tenta ainda dizer.

Sua expressão era de dor.

- Eu mando nessa porra!- Pedro
grita.- Até em você, sua idiota!- me
olha.

- Você não é o meu pai!-grito.

Isso não importa, sua filha da puta!-
me dá um tapa no rosto, me fazendo
cair no chão.

Me forço a esquecer
momentaneamente todas essas
lembranças e me dirijo a delegacia.
Não demora muito para que eu
estivesse estacionando em frente a
mesma.

Desço do carro e logo entro na
delegacia, sendo recebido por breves
acenos e cumprimento dos demais
funcionários.

Logo estava em minha sala. Fecho
a porta e suspiro, me jogando na
poltrona.

Uma delegada em minha vida - MalilaOnde histórias criam vida. Descubra agora