Coloco algumas panquecas sobre a
mesa e ouço o som de passos. Logo
percebo a presença da minha mãe,
que sorri fraco, deixando evidente
pequenas rugas ao redor de seus olhos.- A senhora está bem?- pergunto
preocupada, quando noto a palidez de
seu rosto.- Estou, meu amor!- ela sorri amarelo.
Ultimamente, minha mãe andava
muito doente. As vezes vomitava ou
sentia fortes dores no corpo, o que me
preocupava muito.- Dona almira, a senhora trate de
marcar uma consulta!- insisto.- Não é preciso!- diz enquanto leva a
xícara de café aos lábios.- Mãe..- suspiro.- Sabe o quanto me
preocupo. Por favor, faça apenas um
exame rápido. Só para me deixar mais
aliviada.- digo alcançando suas mãos e as beijando logo em seguida.- Tudo bem!- ela se rende.
Sorrio e a abraço apertado.
- Bom, deixa eu ir.- digo.- Eu te amo,
mãe!- beijo sua testa. Até mais!- Eu também te amo! Até mais!
Saio de casa e ando vagarosamente
pelas ruas de São Paulo.O clima estava agradável, deixando a
tensão que ganhava no trabalho mais
leve. Não era fácil trabalhar no Palace
Coffe, Carol, a chefe, era exigente
quanto qualquer outra.Finalmente chego na cafeteria e
respiro fundo antes de entrar. O
movimento estava razoável, mas não
diminuía o trabalho que eu teria.- Está atrasada, mocinha!- Bruno
resmunga divertido.- Não conte a ninguém!- sorrio e ele
sinaliza um zíper na boca.Começo a servir os pedidos que eram
feitos.- Ih, mesa 4!- olho para Bruno confusa.- Marcelo!- suspiro pesadamente.- Eu posso levar se quiser.
- Eu não sei...
- Me dê o pedido!- manda e pega a
bandeja de minhas mãos até lá.Suspiro e volto a realizar os afazeres,
quando noto um Bruno irritado ao meu lado.- Eu odeio aquele filha da puta!
- O que ele fez?
- Não quer se atendido por ninguém
além você. - joga o pano de prato que
carregava nas mãos no balcão. - E
ainda disse que se não fosse atendido
por você, falaria com carolzinha,
para me demitir.- revira os olhos.-
Quer saber? Eu vou dar na cara dele!-
ameaça ir até lá, mas seguro seu braço.- Não se preocupe!- sorrio fraco.
- Mara...
- Eu já volto!- pego novamente a
bandeja e respiro fundo antes de
caminhar até onde o embuste se
encontrava.Ele carregava seu conhecido sorriso de deboche, o que me deixava irritada.
- Aqui!- deixo seu café sobre a mesa e
me preparo para sair, mas sou puxada
quando puxa meu braço.- Espere aí! Não quer participar do
café?- Não com você!- ele me olha com olhar irritado.- Com licença!-lhe dou as costas e saio, mas ainda escuto sua Voz.
- Sabe que eu sempre consigo o
que eu quero.- balanço a cabeça
negativamente e me forço à me
Concentrar no trabalho.- Depois de alguns minutos, Marcelo sai do café, mas antes me lançando um olhar estranho.
- Eu ainda acabo com esse filha de
uma puta!- resmunga Luiza, quando
esbarra com Marcelo, suspiro.- Espero que um dia ele me deixe em
paz.- Ele vai deixar! E se não deixar, eu
arranco as bolas dele. Porra, ele ainda
vai pagar por tudo que está fazendo!- Ai, amigas, podem contar comigo!-
Bruno se pronuncia, nos fazendo rir.Bruno era um bom amigo.
Ele sabia do meu antigo relacionamento conturbado com Marcelo, mas ainda sim, preferia omitir o fato de ele ter me agredido. Bruno podia ser gay, mas ainda sim poderia acabar com Marcelo em dois
tempos assim eu acho, mas o Bru era
muito delicado.(...)
- Tem certeza que não quer que eu te
leve, amiga?- Bruno pergunta.- Sim, Bru! Eu posso muito bem ir
Sozinha. Não precisa se preocupar.-
sorrio e ele suspira, derrotado, depois
de tentar me convencer pela vigésima
vez.Claro que não queria o incomodar. Ele
morava praticamente do outro lado da cidade.Depois de pegar minhas coisas, me
despeço de Bruno e saio da cafeteria.
Infelizmente, Luiza não me acompanhava quando meu horário
de trabalho acabava, pois ela sempre
saía mais cedo. Ou seja, eu sempre la
sozinha.As ruas ainda estavam iluminadas
e não era muito tarde, me fazendo
suspirar aliviada.Ando vagarosamente quando sinto
mãos me puxarem.- Marcelo...- digo, quando finalmente o encaro.
- Soube que andou indo a delegacia.-
aperta meu braço com força.- Está me machucando! reprimo um
gemido de dor.- Sabe que podia facilitar se fosse para
cama comigo.- solta meu braço e tenta
acariciar meu rosto, porém me afasto.- Eu já disse que não..- digo e
agradeço mentalmente por notar um
ônibus se aproximar.- Não seja idiota!- esbraveja.- Ainda
não me disse o que foi fazer na droga
da delegacia!- ele sorri debochado.
- Me denunciar? Sabe que eu posso
subornar qualquer delegado de merda.Ele podia sim fazer isso. Seu pai era
um empresário bem sucedido que ao
contrário do filho era um bom homem.O ônibus para e antes que Marcelo falasse mais alguma de suas asneiras, corro até o ônibus.
Subo e pago a passagem, mas antes
olhando pela janela um Marcelo
furioso.Eu não o entendia.
Não posso negar que ele era um
homem bonito e podia ter várias
mulheres, mas insiste em me ter como
mais uma das mulheres que ele leva
Na verdade, eu sabia bem o por quê de tudo isso. Orgulho ferido. O fato de eu ter o recusado feriu o seu ego inflado demais.Respiro fundo.
Se ele ousar encostar mais um dedo em mim, eu não hesitarei em ir à delegacia novamente, mas desta vez, com as minhas próprias pernas.
Esse pensamento fez com que a
imagem de uma delegada imponente
Vagasse por minha mente.Reviro os olhos.
Era tão estranho pensar em uma
mulher como ela.Eu não tenho nenhum tipo de
experiência sexual com qualquer
pessoa que seja.Estranho para uma garota de 22 anos?
Em pleno século 21?Acho que não!
Eu só quero ter minha experiência com alguém que me trate bem e que me faça sentir especial.
Sim, eu acredito no amor verdadeiro.
Quero alguém ao meu lado um dia, que eu ame, e que me ame da mesma forma e na mesma intensidade.O amor que meus pais sentiam um pelo outro me faz ainda acreditar que o amor existe e eu também posso tê-lo.
(...)
Continua...
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Uma delegada em minha vida - Malila
Fiksi PenggemarMaraisa Pereira, vê sua vida virar de cabeça para baixo quando, É obrigada por sua melhor amiga, a prestar queixa contra seu ex-namorado. Ela se depera com Marília Mendonça, considerada uma das melhores delegadas de São Paulo. Para Maraisa, é difíci...