Pactos na Encruzilhada: Homem de Terno

Orgulho

O homem de terno se aproximou lentamente do detetive e começou a falar com sua voz grave e irônica.
"Ah, o ego. Ele pode ser a ruína de muitos homens. Você sabe disso muito bem, não é mesmo, detetive? Sua esposa teria sido salva se você não tivesse sido tão orgulhoso e arrogante. Mas não se preocupe, eu posso ajudá-lo. Posso trazê-la de volta para você e até mesmo consertar sua carreira. Em troca, é claro, da sua alma." O detetive tomou um gole da sua bebida, enquanto olhava para o homem de terno. Ele era alto, esguio e seu rosto pálido, no entanto os seus olhos eram penetrantes e o detetive por um momento pode enxergar eles preenchidos por um tom de preto tenebroso e sombrio. Ele tomou coragem e olho bem no fundo daqueles olhos. "Não me leve a mal, mas vender minha alma não estava na minha lista de coisas para fazer antes de morrer, sabe. Eu não dependeria de algo tão pífio independente do motivo, mas agora que você está aqui, eu não preciso mais procurá-lo." O homem de terno abriu seu sorriso e como num passe de Mágica ele sumiu, aparecendo atrás do detetive e sussurrando: "você faz jus ao seu pecado sabia? Eu gosto disso, eu estive esperando você por muito tempo...e agora você está aqui." O detetive se assustou e pulou da cadeira colocando a mão no coldre pronto para puxar sua arma. "O que você quer dizer com isso?", O homem de terno soltou uma gargalhada, enquanto desaparecia e aparecia próximo a adega de bebidas colocando um whisky em seu copo, "tolo detetive, você achou que todos aquele casos estranhos eram aleatórios? Você está aqui, por eu te chamei até aqui. Saiba que tudo nessa cidade só acontece se eu deixar, eu queria que você viesse por isso criei um caso, sabia que seu ego ferido não iria recusar." O detetive puxou sua arma e mirou para o homem de terno, "desgraçado, o que você quer comigo!!! Responde ou eu atiro", o homem de terno caminhou bem lentamente e seu passos naquele piso de madeira fazia ecoar um som assustador, ele se aproximou da arma e a colocou em sua testa. "Olha se vai te fazer sentir melhor, atire. Infelizmente eu posso lhe garantir que não vai me fazer dano nenh...." O detetive não esperava o final da frase e disparava, o corpo daquele homem caia no chão e ele pensava que tudo havia acabado, ele guardou sua arma e começou a andar até a porta de saída, mas nesse momento ele escuta uma risada e ao tocar na porta para sua surpresa, ela não queria abrir. "Vocês humanos são tão tolos, suas armas não podem me matar mas, eu admito elas machucam bastante. Então, que tal falarmos de negócios?." Jhon tentou com toda força abrir a porta, mas com um estalo de dedos ele aparecia sentado num dos bancos do bar, só que diferente de antes ele estava cheio de pessoas mas ninguém conseguia enxergar eles ali. "Jhon, o detetive com a melhor reputação dentro da polícia, Sua fama é notável eu admito, e não se importe eles não te vêem pois são apenas projeções do passado. Eu vou abrir o jogo, o único motivo que eu queria você aqui é por que você é o que eu preciso para dar início ao meu plano." O detetive olha abismado e sem acreditar naquela situação, "plano... precisa de mim??". O homem de terno riu e ficava sério no mesmo instante, "está vindo uma guerra, e eu como um diabo necessário precisava de almas para acumular poder e assim ter alguma chance nessa guerra, por isso eu estou desde da idade média vislumbrando encruzilhadas procurando almas, só que não era o bastante mas, eu descobri que meu pai criou alguns selos que poderiam acelerar o processo de apocalipse e assim eu poderia ser liberado as minhas restrições, afinal eu estou acorrentado e isso limita meu poder a um mero comprador de almas." Jhon tentava se levantar mas algo o prendia alí, então ele tentava ganhar tempo, "e qual a parte que me toca?." Dizia ele, nesse momento o homem de terno ficou em silêncio, apenas puxando um pedaço velho e gasto de papel. "Existe um requisito específico para quebrar o primeiro selo, eu precisava que um homem com o caráter inabalável aceitasse o pacto comigo e aceitasse vir para o inferno, assim podendo se tornar um demônio. por isso o selo se chama corromper." Como percebeu que não ia conseguir sair, ele suspirou e puxou seu maço do bolso acendendo um cigarro. "o que te faz pensar que eu aceitaria vender minha alma, Acha mesmo que eu me rebaixaria a isso?" O homem de terno estalou os dedos e os dois faram transportados para uma casa, lá ele retratava a vida do detetive se sua mulher estivesse viva, era uma linda cada e eles possuíam uma filha. Jhon ao olhar tudo aquilo caiu de joelhos deixando seu cigarro cair, juntos com suas lágrimas. "Viu, eu posso te dar isso tudo de volta e o que e o que precisa fazer é só aceitar minha oferta." Movido pelo remorso e culpa Jhon aceitou o acordo, e com um aperto de mãos o pacto estava feito" , o homem de terno limpou sua roupa e se preparou para sair daquele local, "Nos vemos em breve, lembre-se, você possui apenas dez anos, Depois eu virei buscar sua alma e você receberá a punição." Num passe de Mágica o homem de terno sumiu deixando apenas Jhon naquele bar, que agora sem a ilusão criada pelo homem de terno apodreceu, junto com toda cidade, deixando apenas Jhon em um lugar deserto. Nesse momento Jhon acordava assustado em sua casa e ao olhar para o lado, viu que sua mulher estava vida e ao seu lado, "você está viva??? Onde eu estou?". A mulher de Jhon começou a rirz, enquanto colocava a mão na sua testa, "você não me parece doente amor, a gente sempre esteve aqui lembra?." Ela falava isso enquanto levantava para preparar o café da manhã vestida mas roupas de Jhon, que olhava àquilo tudo e se sentia sentia feliz como a muito tempo não sentia. "Acho que aquele pacto não foi tão ruim, então vou fazer esses 10 anos valerem a pena."
Dez anos depois, o detetive estava sentado em sua sala de estar, feliz com sua esposa e sua filha brincando ao redor dele. Ele ainda se lembrava da noite em que fez o acordo com o homem de terno. No entanto, sua felicidade foi interrompida por uma batida na porta. Ele se levantou para atender e viu um homem de terno preto com um relógio no bolso esperando do lado de fora.
"Você sabe por que estou aqui!!", disse o homem de terno com uma voz fria e implacável. "Chegou a hora de você cumprir sua parte no acordo."