Confissões

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Encarei em volta, aparentemente ninguém percebeu que eu estava parada olhando a tela de um celular decidindo se o arremesso longe ou se tento manter a calma, Bakugou mentiu pra mim, há dias tem feito isso. Ele me prometeu que não tinha mandado mensagem pra ela, que não tinha nenhum interesse, mas agora, Naomi dizer que queria falar com ele, dando a intender que sentia sua falta

O que era isso?

Minha mente virou um turbilhão de armadilhas, ele ficou sozinho dois dias pela suspensão, o que ele fez esse tempo? Depois de tudo o que passei por causa de Bakugou, ele simplesmente consegue olhar pra mim e mentir? Depois de tantas vezes que perguntei sobre Naomi. Allyson calma — Enterrei aquele sentimento o mais fundo que conseguia, adotando a postura mais indiferente que eu possuía, não iria confronta-lo sobre isso aqui, nem agora, na mistura de sentimentos que estou tento, isso só geraria um escândalo. Guardei o celular na sua bolsa e me dirigi ao ônibus. Os meninos comemoravam as suas licenças, da forma que eu deveria estar fazendo. Ele nem se quer ficou feliz por mim, nem mesmo me procurou na arena ou depois da prova

Como eu posso ser tão otária?

Kirishima apareceu depois de um tempo, atrás das bolsas e as entreguei para ele, sem me importar em fazer perguntas sobre o Bakugou, Naomi poderia fazer isso por mim se quisesse. Embarquei no ônibus assim que notei Bakugou vindo na minha direção, sem pensar duas vezes me sentei ao lado de Denki, em um dos bancos do fundo. Se Bakugou falasse comigo, meu controle não seria o suficiente para me manter calma, eu o socaria, qualquer coisa pra descontar tudo o que eu estou sentido.

- Ei Allyson - Notei Kirishima me chamando - Você esqueceu sua carteirinha - Ele ergueu a minha carteira de licença provisória e a peguei - O que foi?

- Nada - Menti enquanto guardava a carteira na minha bolsa, e Eijiro mesmo desconfiado, aceitou minha resposta - E então, resolveu?

- Não, ele ainda tá chateado - E eu queria mata-lo, Bakugou estava chateado por causa de uma licença, trair minha confiança não era um motivo pra ele ficar bravo? - Sinceramente, dessa vez eu acho que só você vai conseguir acalmar...

- Eu não - Respondi sem pensar - O problema é dele, não meu

- Allyson? - Denki entra na conversa - Vocês brigaram de novo?

- Não - Fechei minha bolsa, cruzando os braços - Ainda não

Kirishima percebeu minha raiva e teve uma conversa silênciosa com Kaminari antes de sair e se sentar no banco em frente, na fileira do lado, não demorou muito para Bakugou embarcar, mantive meu olhar no banco da frente para não olhar na cara dele, na raiva que eu estou, poderia voar em seu pescoço sem pensar nas consequências. Só olhei pra ele quando se sentou ao lado de Kirishima

De longe consegui ver Bakugou desbloquear a tela e entrar no aplicativo de mensagens, aquilo provocou reações em mim que queria não ter, uma mistura de raiva e tristeza, eu queria gritar, rir da minha própria cara, e ao mesmo tempo chorar, mas um ônibus escolar, não era um ambiente apropriado para isso, voltar pro dormitório foi difícil, principalmente porque agora eu estaria no mesmo ambiente que ele, sem escapatória, queria ter meu momento de privacidade pra absorver tudo aquilo, mas no fim, só me restou ficar trancada no quarto. Isso durou a tarde inteira, só sai para comer e usar o banheiro, evitei ao máximo cruzar com Bakugou nós corredores, causando desconfiança de alguns dos meu amigos. Outro dia quem sabe, eu conte isso a eles e sirva de piada, pois eu realmente me sinto uma piada

Durante a noite, não sai do meu quarto até ter certeza que todos tinham ido dormir, inclusive ele. Mas Bakugou apareceu

- Allyson? - Ouvi sua voz do lado de fora do meu quarto, e o som dele tentando abrir a porta, que por sinal estava trancada - Você tá acordada? - Não respondi e Bakugou bateu na tentativa de me acordar, não iria abrir, como ele pode agir dessa forma, com o que ele fez? - Allyson abre aqui, ei carrapato!? - Ignorei aquilo cobrindo minha cabeça com a coberta, até que ele fosse embora. E mesmo sendo precipitada eu chorei. Chorei porque achava que tudo era mentira, chorei porque me entreguei a ele e agora existe uma possibilidade de Bakugou estar dando chances a outra pessoa, nem mesmo minha mãe estava presente aqui, para que eu pudesse me deitar no colo dela, e a ouvir dizer que tudo não passava de um mal entendido, e que eu deveria me sentar e conversar com Bakugou. Mas aqui eu estou por conta própria e deveria agir conforme o conselho mais óbvio de uma mãe, mas não sei como iniciar essa conversa com ele

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