15 - Idiota e azarada.

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🖇 | Boa leitura!

ANY GABRIELLY

Infelizmente, algumas plantas do meu jardim acabaram não suportando a temporada de calor e morreram. Resolvo limpar e retirar tudo na tarde de segunda, tendo que parar a cada dez minutos por estar me cansando com mais frequência. Coloco tudo dentro de um saco preto e saio de casa para deixar na lata de lixo mais próxima. Assim que piso na calçada, vejo Noah estacionar o seu carro na frente da garagem. Não o vi durante todo o dia, o que é normal para os dias da semana. Geralmente a gente só interage por mais de quinze minutos nos sábados à noite e aos domingos.

Quando ele sai do carro aceno com um sorriso no rosto e ele acena de volta de forma preguiçosa, seu sorriso parecendo forçar os músculos da bochecha para cima. Ele parece cansado. O tipo de cansaço onde a pessoa pode encostar em qualquer superfície e simplesmente apagar.

Caminho em sua direção arrastando o saco plástico cheio de plantas mortas atrás de mim e ele fica parado me esperando chegar mais perto.

— Você está bem? — pergunto preocupada. — Parece que foi atropelado por um elefante.

— Acho que a sensação é a mesma. — ri sem humor e sem energia. — Virei a madrugada trabalhando, não dormi mais do que três horas e isso foi perceptível no escritório. Tenho certeza que cochilei umas três vezes durante a reunião porque a cara do meu chefe não estava muito boa quando eu saí.

— Mas... — paro de falar quando me dou conta. — Você passou a noite toda comigo conversando até tarde. Podia ter me dito que tinha trabalho para fazer.

— Eu achei que podia aguentar. — boceja, o que me faz bocejar por reflexo.

— Eu não quero ser motivo pra você se sobrecarregar desse jeito. Quando precisar que eu vá embora, eu vou embora.

— Eu queria poder querer que você fosse embora, Any. — solta outro riso fraco, seus olhos se estreitando de cansaço.

— Então você precisa ser mais responsável.

— É que eu só tenho os fins de semana pra passar tempo com você e é um saco ter que trazer trabalho para casa. — bufa.

— Noah, nós somos só amigos. — desvio o olhar. — Você não tem obrigação nenhuma de me fazer companhia, então... Não faça quando não puder. Não tente se encaixar na minha vida, a gente já entendeu que não dá.

Ele fica sério e me encara em silêncio de um jeito que parece um pouco irritado, mas não tenho certeza se foi o que eu disse ou se é só o sono mexendo com o seu humor.

— O que é isso? — ele olha para o saco plástico na minha mão.

— Algumas plantas morreram. Estou limpando.

— Está pesado?

— Não. — ergo com facilidade. — Só tem folhas e galhos aqui.

— Certo. Bom, eu vou dormir um pouco. — coloca as chaves do carro no bolso da calça.

— É melhor. A gente se vê amanhã no café da manhã?

— Não. Eu marquei de encontrar o meu cliente para uma reunião rápida antes da próxima audiência.

— Tudo bem. — balanço a cabeça positivamente. — À noite?

— Vou jantar com a minha mãe no hospital, mas você pode vir.

— Claro. — concordo. — Vai ser ótimo ver a Wendy. E a situação com as contas? Você contou pra ela?

— Não, então por favor, não toque no assunto amanhã. Eu vou resolver, então não tem motivos pra preocupá-la.

Beautiful Girl ⁿᵒᵃⁿʸOnde histórias criam vida. Descubra agora