The Holy Hunter

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"Sigh... As Vilas do Norte eram um lugar pacato. As casas eram simples e fazíamos coisas como trocar e plantar. O povo de lá era um povo feliz e tranquilo, como o de qualquer outro vilarejo do Norte de Dolos. Até que um dia, tudo veio a desmoronar..."

Capítulo 1

Um senhor carregava nos braços quatro caixotes com sacos de farinha de trigo para estocar sua padaria. O homem estava acompanhado de uma garotinha, que o seguia, de cara emburrada.

- Eu já te disse, garotinha. Meus pães demoram para  ficarem prontos.

- Eu estou com fome! Hmph!

O padeiro tenta brincar um pouco com ela:

- Bem, a não ser que você seja um cavaleiro sagrado da Guarda Real, eu não posso acelerar as coisas. Me desculpe, mocinha.

Após ele dizer isso, a menina puxa rapidamente sua espada de madeira e tenta empunhá-la elegantemente como uma cavaleira:

- Oh não! - exclamou ele, com um tom de voz falso de preocupação - agora vou ter que fazer meus pães o mais rápido possível! Perdão, nobre guerreira.

- hehehe. Acho bom se apressar, camponês!

Depois de mais um pouco de risada e conversa, os dois finalmente chegam na padaria, e o homem começa a organizar suas coisas para fazer os pães. Apesar de toda a reclamação no decorrer do caminho, naquele momento, a garota estava quietinha. Talvez ela não estivesse com fome e sim com dor nas pernas de tanto andar. O padeiro pergunta à criança:

- Você gosta tanto assim dos meus pães?

- Muuuito - responde enquanto acena com a cabeça.

- e você é muito fofa, não? Puxou demais a sua mãe. Ela era igualzinha a você quando tinha sua idade - diz o senhor enquanto ri.

- Eu sou a criança mais fofa de Dolos! Foi minha mamãe que disse isso..

- E você será uma ótima guarda no futuro, criança..

- Eu serei Elizabeth, Capitã da Guarda do Norte!

- Sim, você será. - ele concorda, enquanto bagunça o cabelo dela com a mão, brincando.

- Hehehe, o papai vai ver como eu sou forte!

- Ele vai, pode apostar.

- Eu sou-

Antes dela terminar sua frase, um som de explosão surge de repente, seguido de tremores e uma forte onda de poeira que chega até eles.

- O-o que é isso!?

- Uh?

Elizabeth corre para fora da padaria e se depara com um verdadeiro inferno. Inúmeros tremores e explosões acontecendo no centro da vila, visíveis mesmo com eles estando perto das bordas. Centenas de pessoas correndo desesperadas em direção aos portões de saída, e o ar coberto por uma névoa tão escura que nem a luz do Sol passava. A Guarda começava a tomar as ruas, bloqueando os muros e portões, e não deixando ninguém entrar nem sair de lá. Vendo aquilo acontecer, a expressão da garotinha muda completamente... E ela abre um sorriso enorme.

- Monstros feios! - Elizabeth grita de empolgação, sabendo que vai assistir de camarote a Guarda do Norte vencer mais uma batalha.

- Por que você se anima com isso!? São apenas patos!

No meio da multidão, surge um homem careca, alto e forte, com uma manopla gigante na mão direita e uma armadura bem diferente das demais. Esse homem era Richard, Líder da Guarda... E pai de Elizabeth.