O jantar

209 20 7
                                    



Mon

Eu me encontrava na minha floricultura, era um lugar bom e agradável de se trabalhar, eu tinha comprado logo depois que eu tinha desistido da faculdade de direito, nunca foi meu sonho ser advogada era o sonho da minha mãe mas quando ela percebeu que eu não queria aquilo, ela me ajudou no que eu realmente gostava, que eram as flores, desde pequena eu era apaixonada por elas, então ela pegou suas economias e com o pouco dinheiro que nós tínhamos nós compramos um espaço e transformamos nessa floricultura.

O espaço era pequeno mas acolhedor, suas paredes eram de vidro, a porta de madeira e acima dela havia um sino que quando um cliente entrasse iria fazer barulho anunciando sua chegada, o chão era um tom de madeira escura e também tinha um balcão que ficava de frente para a porta, quem entrasse poderia avista lá, sem problemas algum. Todo o lugar tinha flores, de todo os tipos, tamanhos e cores, ela sempre prezava a diversidade para que seus clientes pudessem encontrar tudo o que precisasse ali.

Absorta em meus pensamentos, escuto o barulho dos sinos, pisco um pouco em confusão mas logo me recobro, olhando para cima vejo quem eu nunca esperava ver, Sam estava ali, parada vestindo uma calça jeans, uma blusa florida e um casaco de lã azul escuro, suas mãos estavam no bolsos de trás da calça, ela me encarava com um sorriso envergonhado. Deus, ela era de tirar o fôlego.

Por quê estou pensando nisso?

- Oi, como posso te ajudar? - Falo colocando meus dois braços no balcão e me debruçando sobre ele.

- É... eu queria te agra...agradecer pelo casa...casamento, as flores esta...estavam lindas. - Ela gagueja um pouco, suas bochechas ficando rosadas.

- Não precisa, era o meu trabalho e eu tento fazer com perfeição. - Respondo ela saindo de trás do balcão e pegando um vaso de flores para o arrumar.

- Eu queria saber se você. - E então ela se cala, tiro minha atenção do vaso de flores e me volto para a figura em minha frente, sua feição estava confusa, nos seus olhos posso ver um certo medo, posso observar que ela está mordendo seus lábios como se quisesse esconder suas emoções.

- Saber se eu? - Coloco o vaso de flores em cima do balcão e me volto para sua direção a encarando.

- Saber se você quer jantar comigo e meu marido na sexta que vem? - Seus olhos me encaram ansiosas, as mãos deixaram os bolsos e agora estão segurando a barra da blusa para disfarçar o nervosismo.

- É claro, me passa o endereço e o horário, e irei estar lá.- o sorriso que ela abre quando eu aceito o convite, faz meu coração disparar, mas decido não prestar atenção nisso.

- Sério? Pode chegar às oito em ponto, eu te espero lá, por favor não falte. - Ela diz com um tom um pouco desesperador e muito feliz.

Em um pico de animação, ela pula em meus braços me envolvendo com os seus e afunda o seu rosto em meu pescoço, não sei como reagir, depois de alguns segundos eu a abraço de volta e ficamos lá por algum tempo até que o sino toca, o barulho acabado com o clima que havia sido criado, nos afastamos rapidamente sem conseguir olhar nos olhos uma da outra.

- Olá senhoras, desculpa interromper mas eu queria uma flor que passasse a mensagem de segunda chance, de perdão. Você poderia me ajudar? - Um homem de altura mediana, sem cabelo e roupas largas, pergunta parecendo a beira do desespero.

- Mon eu vou te deixar em paz agora, acho que ocupei muito do seu tempo.- Sam fala e eu me viro para ela, o senhor pode esperar.- Por favor venha jantar, aqui está o endereço. - Ela me entrega um papel dobrado ao meio e sai da floricultura com pressa, não me dando chance de respondê-la.

Imagine eu e você  - MonsamOnde histórias criam vida. Descubra agora