Prólogo

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Tenho uma xícara de chá de cebola nas mãos, enquanto observo o tempo frio lá fora. Los Angeles raramente faz frio.

ㅡ Tome logo isso, Noemy! ㅡ Tiro minha concentração do tempo frio para me concentrar na minha mãe. ㅡ Se não tivesse aprontado, não ia precisar tomar nenhum chá.

Era verdade.

Acontece que mês passado Sabrina e eu fomos há uma festa a noite mesmo no frio, e eu, como uma verdadeira vagabunda, obviamente fui com o vestido mais curto que tenho no guarda roupa.

No guarda roupa de Sabrina, no caso.

Meu guarda roupa só tem calças e sais até o joelho, além de bermudas jeans que nunca sequer pensei em usar.

Minha mãe é cristã fiel há igreja, e graças aos deveres da igreja, não posso usar as roupas que quero.

Não que ela saiba.

Acontece que estou com mal estar desde aquele dia, como febre, vômito e agora uma gripe chata.

ㅡ A senhora pode devolver meu celular? ㅡ Encosto minha cabeça na janela, enrolando para dar outro gole no chá. ㅡ Por favor.

ㅡ Você não está merecendo. ㅡ Minha mãe sequer me olhou, ela continuou passando pano no quarto.

ㅡ Mãe, eu já tenho 18 anos!

ㅡ 18 anos muito mal formados, já que fez no mês passado. ㅡ Pela primeira vez me olhou, vi que estava mais brava que antes. ㅡ Não sei o que fiz para merecer uma filha tão rebelde.

ㅡ Retrasado! ㅡ Mamãe me deu uma última olhada, e com aquela olhada, percebi que deveria ficar quieta.

Cruzei os braços, voltando a encarar a janela lá fora. Meus lábios se formaram em um sorriso ao ver o carro de Sabrina estacionar em frente de casa, não demorou para que ela saísse e me visse na janela.

Sabrina sorriu aberto, dando pulinhos antes de ir até a porta. Larguei a xícara de chá na janela e corri até a porta para atendê-la.

Minha amiga tinha viajado durante três semanas, e como vivemos grudadas, três semanas parecem três anos.

ㅡ Que saudade!! ㅡ A cacheada me balançou durante o abraço.

Droga de mal estar.

ㅡ Aí, pera ai. ㅡ Pedi um tempo, com medo de vomitar na cara da minha melhor amiga.

Senti minha cabeça balançar e logo Sabrina se tornou duas, segurei firme nos joelhos e logo me endireitei.

A abracei forte, dessa vez sem balanços.

ㅡ Mas esse enjôo chato não passou ainda? ㅡ Senti vontade de rir com a reação brava da cacheada.

ㅡ Vamos falar do meu enjôo mais tarde, agora eu quero saber da sua viagem.

Sabrina e eu ficamos cerca de uma hora e meia fofocando sobra sua viagem a África. Cinco minutos só de a viagem e uma hora e vinte e cinco minutos falando sobre o guia de viagem gatinho que ela conheceu.

ㅡ Eu juro que fiquei em dúvida entre ele e a irmã dele. Que família linda, puta que pariu. ㅡ Colocou o travesseiro em seu rosto, gritando o palavrão.

ㅡ Sabrina! ㅡ Dei um tapa em seu braço, olhei para a porta vendo se minha mãe não estava perto. ㅡ Você sabe que não pode falar palavrão aqui.

ㅡ Okay, desculpe. ㅡ Levantou as mãos em rendição, falando em um sussurro.

Abri a boca para continuar o nosso assunto, mas fechei ao sentir algo subindo pelo meu corpo. Corri até o banheiro do meu quarto, fechando a porta atrás de mim.

Pregnant - G!P ✔️Onde histórias criam vida. Descubra agora