Renascer

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Brasil 🇧🇷 - Itália 🇮🇹 - França 🇨🇵 - Mônaco 🇲🇨

É, definitivamente ir de carro da França até Mônaco não foi uma das melhores ideias da jornalista. Primeiro que de carro eram sete/oito horas de viagem, de avião cai para uma/duas horas, acabou preferindo ir de carro porque a vista compensava. Somado a isso tinha o fato de Antonella não ter sido totalmente sincera com sua mãe sobre o que ia fazer em Mônaco. Não que devesse justificativa sobre o que faria ou fazia para sua mãe, afinal era uma mulher independente, com saúde e formada, mas passou por um momento delicado no qual Carlota foi muito importante. Devia essa para a mãe. Mas sabia que não podia depender dela para o resto de sua vida, por isso aproveitou o convite da Celine e foi para a França, onde ficou hospedada no apartamento da amiga Victoria Prost. A jornalista preferiu ir para a França da Itália, onde eram uma/duas horas de avião, ao contrário do Brasil, onde estava por conta do ano novo que passou no Maranhão com amigos e do tempo que passou em São Paulo com sua família paterna. Por ser uma viagem curta, da Itália a França, Antonella preferiu viajar perto do horário do almoço, porque iria pousar e de lá iria almoçar com Victoria. E foi o que aconteceu, o avião pousou, Ella fez toda a burocracia e se dirigiu para o estacionamento a procura do carro da francesa, como era uma viagem curta a brasileira optou por apenas uma mala pequena e não despachar a bagagem, levou-a consigo a viagem inteira. Achou o carro e a dona dele, que estava esperando a amiga fora do carro. Se abraçaram e logo já entraram no veículo e rumaram para o restaurante. O caminho foi silêncioso, porque Ella estava conversando com sua mãe, avisando que tinha feito uma boa viagem e essas coisas. Até que chegaram no restaurante, escolheram a mesa e fizeram seus pedidos do que iam comer e beber. E começaram a conversar :
- Então, quais são os planos Ella ?
- Bom, o check in é só de noite, então podemos almoçar e ir para Mônaco.
- Sim, aí podemos jantar naquele restaurante que nós iamos quando você morava lá.
- Por isso que eu te adoro - disse a jornalista com um sorriso no rosto, igual ao da francesa, e batendo palminhas, em sinal de animação.
- Você vai na Celine só no outro dia, né ?
- Isso, amanhã vou fazer as fotos e no outro dia a entrevista.
- Então temos dois em Mônaco para aproveitar.
- Sobre isso... eu pensei que nós podiamos voltar no outro dia... se não tiver problema para você.
Victoria estranhou o comportamento e a fala da amiga, mas preferiu não comentar nada porque o almoço delas tinha chegado.
Comeram, beberam nada com álcool, porque iam dirigir, dividiram a conta e foram para o carro.
Depois de um tempo de viagem, mais especificamente, duas horas de viagem, onde a única voz a falar era vinda da playlist da francesa, Ella resolveu quebrar o silêncio :
- Eu quero olhar uns apartamentos em Mônaco.
Assim que ouviu isso Victoria acabou freando o carro, fazendo com que as duas fossem para a frente.
Antonella a olhou como se dissesse :
- Para que isso ?
- Você... vai voltar para Mônaco ?
A brasileira respirou fundo, essa era uma ideia que já estava a um tempo na cabeça da jornalista, mas era algo que ela mantia só para ela. Não queria virar pauta de fofoca novamente e nem causar a terceira guerra mundial entre sua família.
- Não é certeza, eu apenas estou com algumas ideias.
- Que seriam ?
Silêncio.
- Ella, você sabe que pode confiar em mim e contar comigo para o que precisar, certo? - disse a francesa enquanto voltava a dirigir.
- Eu sei Vic, é só que eu não quero passar por tudo aquilo de novo.
- Eu ainda acho que você tinha que investigar isso, Ella não é normal os sites de fofoca soltarem algo baseado em "fontes próximas". Alguém está passando essas informações e é alguém realmente próximo a você. Não é a F1 como sua família achava.
- Sim, no fundo eu desconfiava que não seriam eles. Mas você suspeita de alguém ?
Agora foi a vez de Victoria ficar em silêncio.
- Victoria...
- Tá, eu falo. Você não acha que os Piquet tem algo haver com isso ?
- Quê ? Como assim ?
- Ella, você sabe... eles não são flores que se cheiram. Respeito sua amizade com a Júlia, mas tem certas coisas que não dá. Você já percebeu que sempre que você sai com a Júlia ou qualquer um deles, no outro dia já tem algo na mídia sobre você ?
- Você acha que ela...
- É uma hipótese. Mas levando em conta as coisas que o pai deles fez para o seu, eu não duvidaria.
Antonella ficou em silêncio pensando, sabia que a família Piquet não tinha um histórico bom, mas assim como Victoria e Pietro, Julia foi uma de suas primeiras amizades. Fica difícil de acreditar e fazer algo sobre isso, apesar de que o que a francesa falou fazia sentido.
- Você sabe que eu falei isso porque eu me preocupo e gosto de você - disse a francesa.
- Eu sei, é só que é meio dificil, sabe ?
Victoria apenas se limitou a balançar a cabeça, concordando.
- Mas eu prometo que vou ficar de olho e se ver que está saindo de controle igual aconteceu ou que se for realmente um deles, vou tomar medidas legais.
- Essa é minha melhor amiga - disse a francesa com um sorriso no rosto e com um olhar de orgulho.
- Eu não tinha paz, nem quando eu saí da F1.
- Eu lembro a Tia Carlota falava que não aguentava mais ligar para a advogada.
A brasileira respirou fundo, olhou para baixo sorrindo e disse :
- Sabe, esse tempo que eu passei na Itália e no Brasil, eu até que gostei, no Brasil eu sempre sou bem acolhida, tenho aquela sensação de coração quentinho, estou em casa. Já na Itália, eu pude sair, ser eu mesma, não era conhecida como Antonella Senna, filha de Ayrton Senna. Ninguém me parava para tirar foto ou pedir autógrafo...
- Porque eu sinto que vem um mas ?
A brasileira olhou para a amiga e deu uma risada baixa.
- Eu estava tão ruim que só queria esquecer o que eu passei em Mônaco, mas esquecer estaria incluso esquecer os momentos bons, trabalho, amigos, familia e eu não quero isso. Eu lutei tanto por isso, para conseguir isso, não vou desistir só porque a queda foi grande.
- É assim que se fala, então vamos que você tem uma sessão de fotos e uma entrevista e nós temos apartamentos para procurar.
- Vamos.
E foi assim até chegarem no apartamento que tinham alugado para passar esses dias em Monte Carlo, Antonella procurando apartamentos, os descrevendo para Victoria, já que a francesa estava dirigindo, e iam debatendo sobre eles, levantando os prós e contras.
Depois de mais algumas horas de estrada, com uma vista de tirar o fôlego,  a brasileira e a francesa chegaram no prédio, onde fizeram a parte burocrática, pegaram a chave do apartamento e foram para o imóvel. Chegando lá, deram uma olhada geral, para ver se estava tudo certo, se nada estava faltando ou estava quebrado e foram para seus respectivos quartos, onde avisaram que fizeram uma boa viagem, desfizeram suas malas, separaram uma roupa para sair para jantar e foram tomar banho. Antonella optou por um vestido longo florido sem manga,  um all star branco de cano alto, resolveu levar uma jaqueta jeans escura, por precaução e para completar uma bolsa de mão azul claro. Colocou seus documentos, carteira e celular na bolsa e desceu as escadas para encontrar sua amiga que já estava pronta, a esperando. Sairam do apartamento, pegaram o elevador e foram em direção ao carro de Victoria. Já no carro, deram uma volta pelo bairro e foram em direção ao centro de Monte Carlo.
- Se você achar algo que se parece com um restaurante secreto, você me avisa, nunca quando eu estava com você aqui nós conseguiamos ir em um.
Antonella quando ainda morava em Mônaco, e tinha tempo, gosta de dar uma volta a pé por Monte Carlo e acontecia da jornalista achar alguns lugares secretos, como restaurantes, padarias, baladas e lugares assim. E quando a brasileira achava um lugar assim, era o assunto entre seus amigos, sempre que um deles estavam ou iam para Monte Carlo, sempre queriam sair com Ella para tentar a sorte de acharem um local assim, mas infelizmente ainda não tinham conseguido.
- Vic, para ali o carro.
- Naquela floricultura ?
- Isso.
A amiga estacionou com facilidade, não tinha muito movimento na rua ainda, desceram do carro e entraram na floricultura, que por sinal também estava vazia e antes que a francesa desse por perdido a ideia da brasileira, Antonella a puxou para uma sessão de plantas comestíveis e a deixou lá, enquato adentrava no corredor.  Victoria ficou olhando umas plantas, até que tomou coragem para ir atrás da amiga, a encontrou  na frente de uma escada em caracol apontando para cima, a francesa seguiu o gesto e encontrou uma placa na parede escrita : restaurante. Deu um sorriso e deixou ser guiada pela amiga, que a puxou para descerem a escada. Chegando no local se via plantas pelo local, as paredes tinham um papel de parede rosa claro com algumas estampas de árvores e flores, mesas rendondas e cadeiras pretas. Escolheram a mesa e logo vieram com os cardápios para escolherem os pratos,  a brasileira optou por uma salada com legumes e peixe e a francesa escolheu um que ia um caldo com omelete e frango. Optaram por beber apenas a água, que era cortesia, já que no outro dia iriam acordar cedo e tinham coisas para fazer.
- Amanhã você já quer ver alguns apartamentos ?
- Sim, estava pensando em ver alguns antes de ir para a Celine, que tal ?
- Pode ser, mas na volta você dirige.
- Eu posso tentar, faz tempo que não dirijo por Monte Carlo. Mas você vai comigo no mercado.
- No mercado ?
- Estou pensando em cozinhar para nós.
- Agora estou vendo vantagem.
-Ha ha , engraçada você.
E antes que as duas prolongassem a conversa, seus pratos chegaram junto com a água. Comeram, beberam, tiraram fotos, pagaram a conta, deram um passeio pela quadra da floricultura e foram embora para o apartamento onde trocaram de roupa, fizeram suas higiênes pessoais e foram dormir.
No outro dia, Antonella acordou mais cedo, já que ia a pé para a Celine, então com esse pensamento, que Ella tomou seu banho, fez suas higiênes e colocou seua roupa, um vestido florido rosa longo sem mangas, tênis branco, óculos de sol preto e uma bolsa de mão também preta. A brasileira saiu do apartamento, chamou o elevador e  mandou uma mensagem no celular da amiga a avisando que já tinha ido tomar seu café da manhã, depois ia ver alguns apartamentos e de lá ia para a Celine. Optou por comer um pote com frutas e cereais, e um suco de laranja. Como tinha tempo, pagou seu café da manhã e foi ver os apartamentos.
Diferentemente de seu apartamento antigo que ficava no centro de Monte Carlo, que era um prédio de dois andares por andar, espaçoso demais para uma pessoa e uma cachorra, mas a brasileira gostava de ter espaço para quando a família ia a visitar ou os amigos, a jornalista queria algo no equilibrio, nem grande demais nem pequeno demais, nem muito afastado nem muito perto do centro, nem muito longe do autodromo nem muito perto, queria algo no meio termo. Por isso resolveu ir a pé mesmo até os prédios. O primeiro prédio era em Larvotto, um bairro praiano, famoso pelo jardim japonês, o apartamento em si se encaixava no Ella queria, porém, a localização não era ideal, muito longe dos lugares frequentados pela jornalista. Já o segundo ficava em La Rousse/ Saint Roman, ao contrário do primeiro, esse tinha uma localização muito boa, apesar de ficar longe da praia, contava com shoppings e restaurantes pertos, porém o apartamento era muito grande. O próximo era em Saint Michel, o último antes de voltar para Monte Carlo para a sessão de fotos. O bairro era bem residencial, tinha bons restaurantes e bons prédios, incluindo um prédio que chamou atenção da jornalista, porém mais longe ainda da praia. Antonella foi falando tudo isso para Victoria, enquanto se dirigia para Monte Carlo, mais especificamente, para o estúdio da Celine para fazer a sessão de fotos.
Depois de uma rápida caminhada, Ella chegou no estúdio da Celine, conheceu os funcionários que iam trabalhar com ela, o local em que ia ser feito as fotos e a entrevista e foi direto para seu camarim, onde vestiu a roupa para a sessão e foi para o estúdio fazer as fotos. Após algumas horas fazendo poses e caretas, foi dispensada para almoçar enquanto a equipe analisava o material que tinha. Ligou para Victoria que foi busca-la e de lá foram almoçar no porto de Monaco, mais especificamente dentro de um barco. Era um restaurante de frutos do mar, a francesa pediu um prato de arroz, brocolis e polvo e a brasileira pediu um risoto de frutos do mar. Enquanto comiam iam conversando sobre o que iam fazer na janta e chegaram a ideia de fazer uma torta rústica de brócolis, tomate cereja, queijo e alecrim, junto com um vinho. E para achar tudo isso, resolveram ir logo depois que terminaram de almoçar e pagar a conta. Durante o caminho, foram conversando sobre os apartamentos e o principal, qual mercado elas iriam. Optaram por um próximo ao apartamento, mas que ficava um pouco afastado. Chegaram lá, não tinha muita gente, o que facilitaria o trabalho, Victória iria pegar o vinho e Antonella pegaria os ingredientes para a torta. A jornalista já tinha pego metade do que precisava, quando percebeu que começou a aumentar o fluxo de pessoas no mercado, fazendo com que Ella se apressasse para pegar o resto das coisas, já que, conhecendo a amiga como conhecia, ela deveria estar no mínimo no caixa, para não falar que estaria no carro a esperando. Apressada como estava, nem notou que passou por uma pessoa um tanto quanto conhecida por ela e por muitas pessoas. A jornalista estava em busca do único item que faltava, o alecrim. Estava tão focada procurando o item que nem percebeu quando uma mão pousou em seu ombro e um certo sotaque chegou em seus ouvidos :
- Ella ?

Tem alguém por aqui ainda ?
Bom, quero começar pedindo desculpas pelo sumiço, eu precisava desse tempo em off, foi um ano bem cansativo para mim.
Quero agradecer as vocês que mesmo estando sem atualização, continuaram votando e lendo. Isso é muito importante para mim.
E dizer que não desisti de renascer, então, em comemoração ao GP de São Paulo, está aqui mais um capitulo.

Quem vocês acham que é no final do capítulo ? Me digam nos comentários.

Não seja um leito fantasma, leia, curta, favorite, salve e comente

Beijos e até o próximo cap

Sun 💛