Entre o passado, presente e futuro

2- A manada dos galimimos

     Após o incidente, algumas pessoas formaram facções que eram divididas em partes da cidade, algumas facções usam áreas altas para proteção como a facção dos caçadores formada por rebeldes que não curtiam a ideia dos dinos, eles são mais amigáveis e bons de troca, sobrevivam por caça e plantações, enquanto há os domadores que são outra facção que tem especialização em coleta e conseguem domar os dinossauros por chips que eles tem, são mais difíceis de conversar e um pouco autoritários e sanguinários com andarilhos, mas andarilhos com plaquinhas conseguem até fazer trocas. Também há os andarilhos que são catadores como eu que foram expulsos ou nunca entraram nessas tribos.
    Enquanto isso parece que com essa conjuntivite começo a ter alucinações com uma pessoa familiar, ela me ajuda a perdurar minha sanidade mesmo que falando sozinho não seja tão sã, enquanto entro numa grande avenida procuro um centro de saúde próximo que me lembro que tratavam essa doença, vendo a mata devorando as construções, encontro uma manada bonita de galimimos que está vegetando, paro um pouco para observá-los mesmo sabendo que não posso, parece como se fosse ver veados comendo vegetação, algo único de certa forma, depois de um tempo subo em uma construção para ver a área e descubro que está anoitecendo, descendo a construção essa manada ao ouvir algo fogem como um estouro de bois e aparece um "domador" com seu dinossauro, ele parece um coletador que verifica a área mas o problema é que além de eu estar perto, sua montaria não é nada menos que um Utahraptor, esses dinos não são brincadeira, no desespero tento camuflar meu cheiro para que ele não perceba, entro numa porta aberta ao meu lado e ando de fininho sem fazer barulho e mudo um pouco a rota, ao olhar no local que parei vejo que a lua já está alta no céu, paro e coloco minha bolsa e tento acender um ponto de fogo baixo para não chamar a atenção de ninguém, acredito que o coletador já foi pois a hora noturna é muito perigosa.
   No descanso da fogueira ao meu lado aparece a pessoa misteriosa que calmamente me pergunta:
-Como foi esse dia?, já que você quase morreu.
Respondo num tom de ironia que foi como os outros dias
-Um passo de cada vez é o melhor caminho.
Ela ri e ao olhar a fogueira de novo sinto que ela tinha partido.