vinte e um

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Suzuka, Japão

Mel Wolff

Caminhava apressada pelo Paddock, estava tão perdida nos meus pensamentos que acho que passei à frente de um telemóvel e acabei por estragar a fotografia da jovem que se encontrava parada a olhar para mim com um olhar curioso. Decidi desculpar-me pelo pequeno incidente, não queria atrapalhar, mas assim que observei de perto a jovem mulher, o seu rosto não me era nada estranho.

-Desculpa estragar a tua fotografia, estava distraída.- desculpei-me sincera e um pouco atrapalhada.

-Não tens que pedir desculpa Mel.- sorriu e eu encarei-a confusa.

-Como é que sabes quem eu sou?- perguntei curiosa, mas rapidamente fui atingida pelo óbvio. Eu sou filha do chefe da Mercedes, é perfeitamente normal que as pessoas me reconheçam.

-Eu ando bem informada.- respondeu brincalhona e eu mostrei-lhe um sorriso sincero.

-Eu ainda não sei o teu nome, mas posso imaginar que sejas a namorada do Pierre, já que estás com o polo dele vestido.- constatei analisando o seu polo branco e azul da scuderia italiana.

-Elyna Laurent.- ela estendeu-me a sua mão e eu apertei a mesma com um sorriso.

-É um prazer conhecer-te Elyna.- mostrei-lhe  um último sorriso antes de me despedir e continuar o meu caminho pelo Paddock.

Assim que cheguei à garagem da Mercedes, a mesma estava bastante movimentada, todos os funcionários tinham alguma tarefa para cumprir e aquilo estava uma tremenda confusão , muitas vozes, muitas pessoas, o som dos teclados dos imensos computadores espalhados. Mas, no meio da confusão eu encontrei o seu olhar, que já estava posto em mim mesmo antes de eu reparar. Aqueles olhos castanhos brilhavam e ele rapidamente mostrou um sorriso, aquele maldito sorriso que me tem na mão desde a primeira vez que o vi. Eu estava tão apaixonada, sentia-me num autêntico filme adolescente onde os personagens são completamentos loucos um pelo outro e fazem de tudo para ficarem juntos. Fui chamada de volta à terra quando ouvi a voz do meu pai atrás de mim.

-Mel Wollf!- a sua voz parecia insistente, provavelmente ele estava a chamar por mim há algum tempo.

-Desculpa pai, estava distraída.- desculpei-me um pouco envergonhada.

-Eu reparei.- o meu progenitor revirou os olhos e direcionou o seu olhar para o Lewis.- Trabalha Hamilton, para de olhar para a minha filha, estás a distraí-la.- comentou e eu senti as minhas bochechas queimar de vergonha, era muito difícil alguém conseguir deixar-me assim, mas o meu pai esmerava-se neste assunto.

-O Lewis não me estava a distrair pai, deixa-o em paz.- pedi gentilmente e consegui a atenção do meu pai de volta para mim, uma vez que ele ainda estava com o olhar fixo no Lewis.

-O Bono disse que precisava de ti no escritório.- entregou-me o recado e eu fui rápida em cumprir a minha função.

Algumas horas mais tarde, a garagem já estava mais calma, já estávamos todos mais orientados e já não estava tanta gente a percorrer o espaço de um lado para o outro. Eu estava focada no pequeno ecrã do meu computador enquanto amarrava o meu cabelo num rabo de cavalo e coloquei os meus óculos porque já estava a ficar com dores de cabeça. Levei o meu lápis à boca, pensativa, enquanto observava os dados e os números que precisava de analisar de modo a conseguir escrever um relatório.

-Já soube que conheceste a Elyna.- o meu corpo tremeu assutado e eu soltei um pequeno grito.- Desculpa baby, não te queria assustar.- pediu escondendo um sorriso.

-Tu queres-me matar do coração Lewis Hamilton?- questionei com a mão no peito, ainda a recuperar do susto.

-Não sabia que estavas tão focada.- explicou-se.

I WAS NEVER THERE|| LEWIS HAMILTONOnde histórias criam vida. Descubra agora