Capítulo 04: Beatrice

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         Beatrice se estendeu esperando a dor cortar o seu corpo. Ela manteve os olhos fechados quando enviou seus sentidos para determinar quais perigos podiam estar perto. Quando ela não sentiu a tortura normal da dor, ela congelou. Ela podia sentir sua simbiose movendo-se em torno do seu corpo reparando o dano. Teria encontrado abrigo? Ela franziu o cenho, não conseguia se lembrar. As suas irmãs a encontraram? Ela não detectou sua presença. Ela fez uma rápida revisão interna. Suas costelas foram curadas, embora ainda doloridas, e os numerosos cortes e hematomas também foram curados. Ela se sentia limpa, mas não se lembrava de tomar banho. Ela também percebeu que estava completamente nua sob uma coberta macia e grossa. Ela não reconheceu nenhum dos perfumes ao seu redor como sendo de sua casa.

        Ela deixou seus sentidos expandirem para cobrir a sala. Ela estava sozinha na sala, mas não na estrutura. Havia outras duas espécies nela com ela. Embora não reconhecesse os aromas, eles eram vagamente familiares. Ouviu um som agradável, um tipo de canto suave vindo da outra sala antes que ela ouvisse o som de passos quando se aproximaram dela.

         Ava cantou suavemente em voz baixa enquanto preparava um caldo de legumes para a sua convidada. Ela estava forçando o caldo pela garganta dela nos últimos dias, temendo que ela ficasse desidratada ou desnutrida. A eletricidade voltou tarde da noite passada. Estava agradecida, pois precisava terminar a peça que estava trabalhando e era mais seguro não usar velas. Derramando o caldo em uma tigela profunda, ela colocou na bandeja. Ava esperava que sua convidada acordasse logo. Se ela não acordasse amanhã, ela teria de chamar um médico para que a olhasse. Ava foi até prado duas vezes por dia também para caminhar e falar com a nave de ouro. Ela não sabia o por que, mas tinha a sensação que estava preocupada com a mulher. Ela foi recompensada com outro bracelete de ouro, colar e brincos. No rítmo que ela estava indo, ela ficaria tão carregada que não seria capaz de andar.

       Ava entrou silenciosamente no quarto. O sol do meio da manhã brilhava através das grandes janelas.

       "Bom dia, bela adormecida. Eu fiz um pouco mais daquele caldo delicioso que você tanto ama. Que tal abrir esses olhos lindos para mim e dar-me uma espreitadela e sair desse longo sono. Bo adoraria ter alguém para brincar com ele e sua nave dourada parece estar sentindo sua falta também - Ava manteve a rotina que ela começou ontem de manhã pensando que se ela ouvisse a voz de alguém que conhecesse ela poderia responder mais rápido. A internet dizia que as pessoas em coma podiam ouvir o que as pessoas diziam, então talvez esse pedaço de mulher pudesse ouvi-la.

         Beatrice franziu o cenho quando o tradutor embutido em seu cérebro levou um momento para aprender e traduzir as palavras que a criatura falou. Ela respirou profundamente para capturar o perfume da criatura e foi imediatamente atingida pela fragrância de luz do sol selvagem, bosques e flores. Seu corpo se sacudiu em resposta, sua buceta derramamando de necessidade quando a besta dentro dela respondeu a fêmea. Seus dedos apertaram sob as cobertas enquanto lutava contra a reação irresistível à voz e ao cheiro da fêmea.

         Beatrice podia dizer que ela não era uma Valdier. Seu perfume estava errado, mas também estava certo. Ela nunca tinha tido uma reação tão poderosa a nenhuma das fêmeas de seu planeta, ou qualquer outra, nesse sentido.

         Ela a ouviu colocar algo sobre a mesa ao lado dela, antes que a cama afundasse com o seu peso. Ela mordiscou um gemido enquanto sentia seus dedos suaves deslizarem através de seu cabelo comprido e ao longo da mandíbula.

         De repente, fortes dedos bronzeados enrolaram em seu pulso frágil e ela foi empurrada sobre seu corpo até que ela estava deitada de costas sob os seios. Ava soltou um guincho quando ela foi virada sobre um corpo longo e macio da fêmea que momentos atrás estava totalmente imóvel e sem resposta. Ava ficou imóvel, olhando para cima em olhos de ouro escuro. Sua respiração ficou presa em sua garganta enquanto olhava para o rosto feroz da mulher que poderia agarrar seu pescoço entre os dedos se ela quizesse.

   Abduzindo Ava ( Avatrice) - AdaptaçãoOnde histórias criam vida. Descubra agora