Capítulo 13

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5 anos depois


Siwon apertava os dedos sobre o volante com tamanha força que as juntas tomavam uma estranha tonalidade branca. As palmas das mãos suavam incessantemente, o coração do homem ia acelerado e ele agradecia mentalmente por não ter problemas no mesmo, ou então já estaria morto a muito. Seu corpo todo tremia, ao parar no sinal fora obrigado a afrouxar o nó da gravata que parecia lhe sufocar. Estava desesperado e qualquer mínima coisa parecia ser um imenso teste para ele, incluindo o farol fechado. Soltou um suspiro olhando de soslaio para o carro parado ao lado, uma família. O homem dirigindo conversava algo com sua mulher no banco ao lado, ambos bem humorados, os sorrisos destacados aumentavam de tamanho quando ambos dirigia-se para o lado de trás do carro onde estavam duas meninas idênticas. A família parecia divertir-se com algo e aquilo incomodou Siwon profundamente.


Nas ultimas semanas a felicidade alheia estava tirando toda a compostura do empresário. Não era nada pessoal, apenas não podia suportar sorrisos e demonstrações de vidas perfeitas ao seu redor. Ele estava sofrendo, seu mundo havia desmoronado de uma hora para outra e as pessoas cujas vidas continuavam irritantemente perfeitas faziam o homem perder a cabeça. Não era justo que sorrissem perto dele, que esfregassem suas faltas de problema na cara dele, era audacioso, era cruel. Apertou mais as mãos em volta do volante sentindo o corpo queimar, em seu interior ele amaldiçoava aquela família e amaldiçoava Deus por ser tão sádico. Ele não conseguia entender como as coisas haviam chegado naquele ponto e antes que abrisse a janela e fizesse alguma grosseria com a família ele pisou no acelerador, passou com o farol fechado causando alguma gritaria por conta de alguns motoristas, mas não deu ouvido. Seus olhos fixos à frente e sua mente em outro lugar.


Ele seguiu daquela forma por alguns minutos, que mais pareceram dias e assim que chegou a frente ao prédio brecou de qualquer forma em uma das vagas saindo às pressas. Correu em direção à porta automática do hospital que abrira assim que ele ficou de frente com a mesma. Adentrou afoito e dirigiu-se até a secretária, a mesma estava ao telefone e fez sinal para que ele aguardasse, mas ele não era de esperar muito menos naquela situação.


Apoiou-se na bancada tirando o telefone do ouvido dela e o batendo brutamente contra o gancho, a moça o olhou assustada e já iria chamar os seguranças quando ele segurou no pulso dela com força.


- Choi Tae Joon! – a moça não entendera de inicio e ele apertou os dedos nos pulsos dela – Choi Tae Joon! Em que quarto ele está?


- Quarto 45 Mr. Choi – respondeu um homem atrás dele.


Siwon soltou a mão da moça que pôs-se a massagear a pele avermelhada enquanto ele voltava-se para trás encontrando os olhos frios do médico. O homem aparentava estar com seus 60 anos, os frios prateados contrastando com as rugas em seu rosto, ele parecia irritado, porém sua voz apesar de fria era calma e de alguma forma aquilo estacou levemente do desespero de Siwon.


- Me acompanhe – disse o velho médico dando as costas para ele.


Eles caminharam lado a lado, Siwon sentia as mãos tremendo, uma gota de suor escorreu por suas costas, embora a temperatura estivesse razoavelmente fresca ele sentia o corpo queimar e a cada segundo seu desespero crescia, ao contrário do médico ao seu lado, ele mantinha-se calmo, imparcial, como se fosse uma máquina e o empresário o invejou por alguns minutos desejando voltar a ser daquela forma.

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