Acordei ouvindo alguém bater à porta, tateei o lençol na procura do meu celular e consegui encontrá-lo ao lado do travesseiro, marcava vinte três horas e quarenta e nove minutos. Resmunguei deitando a cabeça novamente, quando mais uma vez algum imbecil bateu. Limpei a garganta, valia a pena levantar e atender quem quer que fosse que estava lá fora?
Me obrigando a sair do edredom, pude sentir o ar gélido suave no quarto colidindo contra meu torso nú. Andei preguiçosamente até a porta - quase dando meia volta - e a destranquei e abri, apenas para encontrar Deku agarrado a um travesseiro nas cores do uniforme de All Might.
— Oi, Kacchan. — Ergui as sobrancelhas ao vê-lo tão retraído na minha frente.
— O que foi. — foi mais uma exigência do que uma pergunta.
— Eu posso dormir aqui hoje? — perguntou olhando para o chão - Acidentalmente quebrei a janela do meu quarto e agora tem vidro espalhado para todo lado.
— Você se machucou?
— Não.
Me afastei em um convite silencioso, que ele compreendeu e acenou um agradecimento, entrando. De costas para mim, Deku decidiu se explicar:
— Eu tentei bater na porta do Iida primeiro, mas ele tem sono pesado.
— Beleza, só não atrapalhe meu sono de novo - passei a mão por meus cabelos, suspirando.
Ele acenou e esperou que eu me deitasse no canto para deitar também. Deitamos de lado para ter mais espaço e acabou dando certo, pois eu sentia somente a presença de Deku, não seu corpo encostado em mim. Meus olhos pesaram novamente e os fechei ao som da respiração de Deku. Quando senti estar naquele estado de sono, onde você está e não está consciente ao mesmo tempo, ele me chamou.
— Kacchan.
Eu resmunguei preguiçosamente em resposta.
— Minhas costas estão para fora, você se importa se eu...
— Faça o que quiser. — disse com tédio.
Deku se esgueirou para mais perto e eu pude sentir seus dedos deslizarem pela minha cintura e me agarrarem com um cuidado preguiçoso. Eu não reagi, o sono praticamente se apossou do meu ser, não fiz nada além de me aconchegar, mesmo quando ele massageou para baixo de meu torso nú e se aproximou até que eu pudesse senti-lo completamente contra mim. Meus olhos se fecharam novamente, suspirei achando que finalmente teria paz.
E quando eu estava no último estágio de consciência, ele me acordou.
— Kacchan.
— Vá dormir. — exigi em um murmúrio impaciente. Mas depois de alguns minutos de silêncio, apenas ouvindo a respiração dele, resmunguei: — O que foi?
— Se importa de diminuir a temperatura do ar-condicionado? — perguntou baixo, para não incomodar minhas orelhas.
Grunhi estressado, me virando em sua direção. Estava com sono demais para notar qualquer expressão que ele fazia, apenas lhe agarrei e o trouxe para mais perto. Apertei o edredom contra sua nuca e apoiei o queixo em seus cachos, entrelaçando minhas pernas com as dele enquanto me aconchegava mais perto.
Ele encostou o rosto no travesseiro enquanto eu massageava seu quadril com a mão livre, quase como se estivesse o pondo para dormir. Deku se aproximou um pouco mais e eu o apertei em resposta.
— Kacchan.
— O que foi? — Meu tom estava arrastado.
Ele não disse nada, apenas passou sua perna no meu quadril e fez pressão. Resmunguei preguiçosamente, eu não sentia mais tanto sono, não quando Deku estava tão próximo, não quando eu podia sentir ele fungar no meu peito.
O calor que se acumulava em mim enquanto ele tinha seus lábios encostados na minha pele era inebriante. Me sentia relaxado, mas ao mesmo tempo concentrado na sensação de tê-lo ali.
Deku arrastou sua boca pelo meu pomo até sua cabeça estar fora do edredom. Eu o encarei por alguns segundos e ele fez o mesmo. No fundo, bem no fundo eu sentia uma forte tensão, algo que me deixa paralisado, mas ao mesmo tempo com desejo por mais do que aquilo.
Fechei meus olhos quando ele se aproximou e beijou um pouco abaixo de meus lábios, como se estivesse explorando algum território. Abaixei um pouco o rosto e beijei sua testa, confirmando exatamente o que eu queria. Queria beijá-lo, queria fazer coisas que nunca quis fazer com ninguém, coisas que nunca pensei em fazer com ele.
— Kacchan. — Ele sussurrou, se aproximando ainda mais, o que parecia ser impossível.
Eu grunhi em resposta enquanto ele subia um pouco, para estar cara a cara comigo. Abri os olhos para encontrar os dele, que gritavam palavras que Deku jamais diria.
Seus lábios foram de encontro com os meus e eu retribuí. Foi apenas um selinho suave, nos afastamos segundos depois.
Os olhos dele brilhavam como se tivesse conquistado algo, sua boca estava entreaberta e ele analisava todo meu rosto, procurando qualquer feição de desgosto ou raiva. Não tinha, ele conseguiu me deixar em êxtase com um breve beijo.
Depois de alguns segundos me observando, o rosto dele corou três tons em sequência, um mais forte que o outro. De sua nuca escorreu suor frio, como se estivesse encarando alguém que lhe mataria.
— Me desculpe, eu só queria ficar mais perto, está frio. — Ele desprendeu a perna do meu quadril e suas mãos tocaram meu peito, tentando me empurrar um pouco para longe.
Segurei seu rosto com a mão livre e ele voltou a me encarar. Levei meu dedo para seus lábios e timidamente os toquei, massageei a pele macia enquanto aproximava meu rosto.
— Boa noite.
Então eu me virei e parei de respondê-lo pelo resto da noite.
Fomos dormir sem grandes problemas depois disso.
Às cinto meu alarme tocou e acordei instantâneamente, apenas para encontrar Deku abraçando-me com a mão sob meu moletom, tocando o final de minhas costas. Seus lábios estavam contra meu pescoço e a cada sopro de ar era o suficiente para me fazer arrepiar, como se aquela respiração saísse de meus ossos. Meu pau estava duro, não consegui distinguir se era uma ereção matinal ou se era pelo ocorrido.
Antes que eu pudesse me mover, Deku esfregou sua palma em minha pele e subiu um pouco até a cintura ainda por dentro da blusa, senti até mesmo os pelos mais rasos se arrepiarem pelo meu corpo enquanto ele bocejava contra o pescoço.
Seus olhos vinham até os meus com preguiça enquanto soltava meu corpo e sua pele trocava de bronzeada para todos os tons de vermelho em sequência. Ele pôs os dedos em meus ombros e tentou se afastar, apenas para ser impedido por minhas mãos. Corei no mesmo tom de vermelho.
Nem sequer reparei, mas meus dedos estavam ao redor da bunda dele e apertavam com cuidado. Imediatamente o soltei e ele me empurrou para a parede. O único a se afastar foi ele, que caiu da cama no susto.
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Três Horas da Manhã
Fanfiction• Sinopse: Izuku acaba tendo que passar a noite com Katsuki em seu quarto, pois houveram acidentes em seu dormitório. Dividir a mesma cama pode ser difícil e sugestivo, mas nada que ambos não consigam fazer. • Spoiler: "Deku se esgueirou para mais p...