Algo para sentir

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Era 6:50 da manhã. Eu levantei e fiquei sentado na borda da cama, olhando para o azulejo próximo da janela. A cortina estava meio afastada e as luzes penetrando através das vidraças. Eu estava preenchido por algo que não sabia descrever. Eu mordia os lábios. Uma sensação de prazer me dominava, a cada segundo. Sorrisos se desenhavam em minha face. O coração estava ouriçado, bastante ouriçado. E tudo isso só pelo fato de apenas existir. Era o que eu acreditava. Mas, em seguida, eu percebi. Eu havia tido um pesadelo, daqueles de chorar de medo. Lembro-me de acordar eufórico e, em seguida, ficar paralisado. Mas, que engraçado, era confortável. O medo e o pesadelo me deixaram extasiado. Talvez eu só não gostasse do tédio. Sentir qualquer coisa, não importasse o quê, era mais excitante que o tédio. Então cheguei a conclusão que qualquer vestígio de emoção era o necessário, para me deixar com tesão pela vida. Mesmo que o medo e o pavor fossem as únicas opções.

Algo me dizia que aquela manhã seria magnífico.

E foi.

Agridoce DesordemOnde histórias criam vida. Descubra agora