Capítulo 2

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O caminho até a lanchonete foi rápido e silencioso. Não um silêncio ruim e constrangedor, um silêncio bom e tranquilo.

Chegando na lanchonete, Darlan abre a porta para mim e sentamos numa mesa em frente a uma parede de vidro dando uma bela vista da rua tranquila da entrada da faculdade. Estava divagando observando a rua quando Darlan chama minha atenção.

-Cora, querida, está no mundo da lua? -Fala ele com um sorrisinho no rosto.

-Estou no mundo da lua sim, pensando em como te mandar pra marte queridinho. -Digo com um tom sarcástico na voz.

Assim a atendente chega com dois cardápios, olhamos um tempinho e fazemos nossos pedidos.

-Eu quero uma limonada, um croissant salgado, pode escolher o recheio, e um pedaço de bolo de morango recheado. -Pede Darlan entregando o cardápio a atendente.

-Eu vou querer um cappuccino tradicional grande com canela, uma empadinha de camarão e uma porção pequena de churros de chocolate. -Entrego o cardápio à atendente e ela sai anotando nossos pedidos.

Volto minha atenção à rua tranquila e iluminada por um tempo. Quando olho para a mesa novamente, Darlan está me observando de um jeito esquisito.

-O que foi agora, Darlan?

-Só estou te observando garota. Você não gosta de mim, né?

-Eu não te conheço para gostar de você.

-Se esse é o problema, então vamos fazer uma brincadeira de perguntas. Me faz uma pergunta, eu respondo e te faço outra. Vamos começar com coisas simples.

-Sei… -digo desconfiada. -Nada de mais então. Se você extrapolar nas perguntas, eu nunca mais falo com você pra parar de me encher. Vai, pergunta Darlan.

-Ta, vai, deixa eu pensar… Nome completo.

-Sério? Meu nome? Não tem mais nada pra perguntar? -Falo meio áspera.

-Claro que tenho, mas primeiro preciso saber o nome completo da minha futura mulher para ver se combina com meu sobrenome.

-Ah entendi. Então você é desses? Que sai atirando para todos os lados, que tem listas, que tem todas que quiser na palma das mãos… -digo indiferente, mas com uma certa raiva na voz.

-Baby, eu posso ter todas que eu quero, do jeito que eu quero e quando eu quero… Mas não gosto que me generalize sem me conhecer, senhorita Harper. -Diz Darlan com uma voz mais grossa, como se estivesse bravo com algo, ou quem sabe, comigo.

-Okay, okay. Meu nome é Cora Harper. E já adiantando o processo, moro aqui em Seattle desde sempre, mas nasci em Renton. Eu tenho 19 anos e estou cursando Letras, mas amo tanto literatura que também peguei carga horária. E resumindo bem, acho que é isso. Feliz?

-Estou satisfeito. Então você gosta de livros e escrita… tem mesmo o perfil. Interessante… -diz me analisando. -Legal você ser daqui. Pode me ajudar a conhecer alguns lugares nos arredores da cidade.

-Você não é daqui dos portos? -Digo me interessando.

-Não. -Fala rindo. -Estou aqui faz 3 anos e ainda não me acostumei com tantos portos, barcos, árvores...  Sou de Nova Iorque, acostumado com barulho, caos, prédios, prédios e prédios.

-Sempre quis ir pra NY, mas nunca tive oportunidade. Acho que o mais longe que já fui foi para Long Beach.

-Nunca saiu do estado? -Pergunta Darlan meio incrédulo.

-Não, nunca. Não tive oportunidade e nem grana para isso. Minha família sempre economizou para eu vir para a faculdade e passar todos os anos aqui confortável e eu nunca reclamei porque era meu sonho, então por mim foi tudo bem. -Falo dando de ombros. -Mas e você, se era de NY, veio fazer o que aqui em Seattle?

Errata Por QuatroOnde histórias criam vida. Descubra agora