Chanyeol adoentado é Chanyeol manhoso

614 71 6
                                    

✿ ☂ ✿

Eu amo quando Chanyeol está doente.

Ele fica todo manhosinho, de um jeito que nunca fica. Manhoso e vulnerável de um jeito parecido com aquele que só ficava com quando tínhamos os nossos pais. Quando ele fica doente, ele se solta mais. Acho até que ele vira criança de novo.

Ele se deita de lado no sofá e se encolhe todinho, segurando as pernas com os braços e ele fecha os olhos, tentando normalizar a respiração (porque ele sempre fica respirando de um jeito diferente quando está adoentado, como se tivesse esquecido de como se o faz).

Eu sempre sei o que fazer nessas horas. Eu abro um pouco as janelas e as cortinas e deixo a vista do apartamento metade escondida metade à mostra. Eu pego uma chaleira e esquento leite, coloco umas ervas para chá dentro de uma caneca e jogo mel nela. Depois, deixo o líquido fervente escorrer pela peça de aço, fazendo com que o cheiro tome conta de cada canto da sala e da cozinha.

Ele abre os olhos e sempre inspira o aroma da mistura, sempre. De vez em quando, ele suspira e abaixa o rosto, olhando para os próprios pés, mexendo os dedos e esticando eles.

"Me desculpe por te obrigar a fazer essas coisas, Kyungsoo hyung."

Eu sorrio.

"Não diga isso, você sabe que isso não é uma obrigação para mim. Eu faço essas coisas porque me importo com você, Chanyeol."

Ele cora e mostra os dentes num sorriso.

Chanyeol assopra o líquido da caneca e observa os desenhos que as ervas fazem ao serem balançadas de um lado para o outro. Quando ele termina de bebericar o conteúdo de cores tranquilas, ele limpa a boca com as costas da mão, passa o polegar pela borda da caneca, ainda quente, e a posiciona na mesa de centro, ao lado do livro que eu lia, e se aconchega no sofá, ao meu lado. Ele passa seu braço direito por trás de mim e me abraça, ainda com a cabeça baixa (ele diz que é porque ele não quer passar nenhuma doença para mim), eu coloco meu braço esquerdo nas suas costas e faço carinho, desenhando linhas imaginárias pelos ossinhos e apertando seus ombros vez ou outra.

"Eu te amo, hyung."

"Eu também te amo, maninho."

Ele dorme no calor do meu abraço e eu fecho os olhos, me esquecendo do tudo e do todos que já nos alcançaram.

Estamos fervendo, dongsaengOnde histórias criam vida. Descubra agora