Espreguiço-me feito uma gata preguiçosa quando finalmente lembro-me da noite passada. Abro os olhos e vejo o Alec dormindo perdido em sua inconsciência na minha cama, ao meu lado! Roço minhas pernas devagar pelo lençol, o contemplo por um tempo e me sinto uma tola. Relembro-me da noite passada. Ele foi um ogro ao me abandonar à mercê daqueles caras, porém o seu carinho, a maneira como ele cuidou de mim faz com que eu me esqueça de tudo.
Ele abre os olhos e eu sorrio sem graça.
– Bom dia. – Ele diz com a sua voz rouca e me puxa para si.
É ai que me derreto toda. Colo o meu rosto contra o peito dele e faço um esforço para olhar para o seu rosto ao mesmo tempo em que ele me dá um beijo e toca lentamente no ferimento em minha testa.
– Está se sentindo melhor?
Não quero abrir a boca com medo de espantá-lo com o meu bafo matinal mas, para ser honesta, quem se importa?
– Sim, muito melhor.
– Ótimo.
Nos desconectamos. Ele se levanta e os meus olhos rapidamente focam algo, quer dizer, focam a cueca do Alec, onde seu pênis faz um esforço para perfurar o algodão de tão... rijo que está.
Alec encontra o meu olhar.
Fico constrangida. Era ele quem deveria estar constrangido.
– Oh, não é nada do que você está pensando! – Protesta.
– Não estou pensando em nada.
– E por que está me olhando assim? – Não respondo. – Oquei, só estou com vontade de ir ao banheiro.
Por fim ele dá de ombros e entra no banheiro. Lembro-me daquela coisa de "tesão do mijo", e desanimo. Acreditem se quiser, parte de mim ficou completamente feliz por ele estar com tesão por minha causa.
Ele volta e se deita na cama de novo com uma cara estranha, como se algo terrível esteja perturbando seus pensamentos.
– Sabe, Alice, me passou uma coisa pela cabeça. – Faço um esforço tremendo para não perguntar o que e, ironicamente, ele continua. – Por acaso você já viu um cara pelado? Digo, você já viu um pau? Porque me parece que você estava muito assustada quando viu o meu, quer dizer, quando percebeu eu estava excitado.
Tremo por dentro porque nenhum outro cara nunca me fez essa pergunta, nem mesmo o Derek. Pelo menos não dizendo "meu pau" e isso me parece muito, hum, sei lá, parece que estou lidando com um garoto do colegial ao falar essas obscenidades. Para dizer a verdade, eu nem deveria estar assustada.
Sou uma retardada.
– Hum, por que quer saber?
– É uma perspectiva interessante. Porque, se você nunca viu um pau, então nunca transou, certo?
Coro completamente, da cabeça aos pés. Palmas para o Alec porque, mais uma vez, ele conseguiu estragar a pintura que fiz dele: lindo, fofo, carinhoso e etc. No meio desse constrangimento todo chego ao ápice da questão: por mais que o Alec queira ser alguém melhor, dentro dele sempre existirá um ogro.
– É claro que já vi! – Pestanejo e me levanto da cama. – E é claro que já fiz amor, quer dizer, transei.
Entro no banheiro, olho-me no espelho e estou completamente arrasada de feia. Meu cabelo está pior do que de costume, minha testa esta arroxeada e com leves arranhões perto do couro cabeludo e me pergunto onde foi parar o curativo que o Alec havia feito na madrugada passada. Outra coisa: minha perna não está dolorida, mas a coisa ainda está feia (com arranhões terríveis). Fico desesperada quando penso que talvez essa cicatriz jamais me abandone e terei de dar adeus à minha carreira de atriz. Toda atriz que se preze sempre acaba de calcinha e sutiã em uma cena. Devo menos estragos graças a minha calça jeans.
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VERDADE OU CONSEQUÊNCIA?
RomansDeixada aos cuidados da madrinha desde os sete anos, Alice Barrelin é uma estudante de Biomedicina cujo sonho é tornar-se uma atriz. Apesar da idade avançada, 19 anos, Alice nunca foi beijada. Na sua imaginação, seu beijo não seria suficientemente b...