Capítulo 7 - 6 anos

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"Foi você quem deu a ideia da mudança no cardápio do almoço?"

Sentado na grama, Sua Santidade perguntou sem rodeios.

Incapaz de negar, eu assenti timidamente.

Olhos azuis suaves encaram os meus.

Parece que meus olhos, que deveriam estar protegidos por óculos com fundo de garrafa, estão sendo vistos, e o interior da minha boca está secando.

De alguma forma,ele parece gentil, mas é uma pessoa assustadora.

"Para Fausteraud?"

"SIM!"

Eu gritei em pânico.

Sua Santidade sorri feliz.

"Sim. Sim. Então você tem que aceitar o castigo."

"......sim"

Não sei como serei acusado de um crime, mas se o sumo sacerdote deste país decidir que sou culpado de um crime religioso, não posso escapar.

Porque se eu fugir, será culpa do Faus.

Enquanto isso o príncipe,tenta puxar a fita para abrir o saco de damascos secos.

"Theo,Theo!Eu quero comer damascos."

"Eu entendo. Por favor, espere um momento."

"Não. Mal posso esperar. Apresse-se! Apresse-se!"

Faus entra à força na conversa entre mim e Sua Santidade. Minha determinação está prestes a desmoronar, então quero que você cale a boca por um momento.

Vendo meu rosto patético, Sua Santidade sorriu novamente.

"Fausteraud, Theodore está falando comigo..."

"Theo é meu. Não o darei a meu tio."

"... Tenha um pouco de paciência"

Rindo ele levantou Faus com uma mão como se estivesse segurando um filhote de gato, e Sua Santidade pegou o saco de damascos secos.

Como esperado de um homem-fera. Mesmo parecendo magro, ele é forte. Sua Santidade desamarra a fita com uma das mãos e estende o saco de damascos secos para Faus.

Vendo Faus com um grande sorriso no rosto, não posso deixar de sorrir ironicamente.

"Theodore, você é de Gemma?"

"Sim."

"Agora então, sobre o que vamos conversar?"

"Do castigo, por favor."

Peguei um damasco e coloquei na boca, e olhando de soslaio para Faus, que tinha um sorriso largo no rosto e parecia que nem estava aprestando atenção na nossa conversa.

Se possível, espero que essa informação não chegue ao meu pai.

"O nosso misericordioso e grande Deus não é tão tacanho a ponto de punir os desejos delicados de uma criança."

"E-eu entendo sua san..."

Quando olhei para cima com olhos cheios de esperança, Sua Santidade riu com um rosto frio.

"Ah..."

Faus arregalou os olhos e levantou o rosto como se tivesse captado o clima tenso.

Com um saco de damascos na mão, ele se interpôs entre mim e Sua Santidade.

"Theo,eu quero comer a sua comida!"

"Sim?"

Ele me empurrou suavemente o saco de damasco.

Eu reencarnei e me tornei amigo do Príncipe Leão Negro!Onde histórias criam vida. Descubra agora