A morta-viva

18 4 1
                                    

Ela já não sentia mais alegria,
já não sorria com aquele brilho no olhar,
toda a sua felicidade foi substituída por melancolia,
e não sabia até quando conseguiria suportar.

Ela acordava todos os dias,
escondia sua infelicidade até onde podia,
mas no fundo esperava que alguém percebesse,
e que aos seus silenciosos pedidos de ajuda correspondessem.

À noite, depois das luzes apagadas,
ela choraria sentindo seu interior morrer,
ela se machucaria, esperando que a dor física a distraísse,
esperando que o sentimento agonizante que tomava seu peito diminuísse,
esperando que a terrível dor que sentia no fundo do seu coração sumisse.
Ela perderia os resquícios de esperança desse sofrimento desaparecer.

Seu coração já não bate mais,
a sua face já não tem mais cor,
seu olhar já não transmite mais aquele calor,
e talvez esteja até magra demais.
Seu brilho desapareceu,
já não podemos mais salvá-la.
Seu corpo está vivo mas seu interior morreu.

—A.T

Um diário de poesiasOnde histórias criam vida. Descubra agora