ᴏ ᴘᴇʀғᴇɪᴛᴏ ✨

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E novamente, meu senso de responsabilidade não me permite continuar vivendo assim, nas sombras. Eu precisava achar um jeito de voltar para casa o mais depressa possível, mas como? Estava com dor em todas as partes do corpo, não sabia minha localização atual e ainda têm aqueles homens nos procurando. Ah senhor, onde fui me meter? Instintivamente, saio do local e começo a seguir um rumo desconhecido procurando qualquer informação sobre a rua onde morava, será que a Samantha está preocupada? Afasto meus pensamentos da minha irmã mais velha, percebendo um aglomerado de automóveis na rua mais a frente. - Nós estamos sem material de estudo! Staff não vai gostar nem um pouquinho disso. - Encostado em um dos carros, um homem alto vestido socialmente fala para os outros homens que já me eram familiares. Eles não podem perceber que eu estou aqui.

Me movimento o mais discretamente que conseguia, passando por aquela rua sem mais problemas. Bom... Pelo menos, era o que eu pensava. - Eai garota. - Um rapaz moreno cacheado, que aparentava ser somente um pouco mais velho que eu, interrompe o meu trajeto. - Oi, com licença. - Digo rápido querendo sair dali, sendo imediatamente impedida por ele. - Foi você que fugiu com o Leandro ontem, não é? - Pergunta sorrindo para mim, achei aquela situação muito bizarra. - Não sei de quem está falando, me deixa passar. - Falo asperamente, suspeitando que os outros homens já teriam me visto. Sinto eles se aproximando e prendo a respiração com medo. - Veste isso aqui. - O garoto a minha frente manda, jogando um capuz enorme que segurava em seu braço esquerdo anteriormente. Visto rapidamente, sentindo um arrependimento logo em seguida. Eu não poderia acreditar em alguém que nunca tinha visto na vida e todavia, contrariando meus princípios morais, o obedeci. - Jonathan, o que anda fazendo por ai? E quem é essa? - Pergunta um dos homens me fitando com os olhos, seu olhar ardia em meu corpo. - É uma amiga cientista da base da cidade vizinha, vim trazê-la para conhecer nosso recinto. Teria algum problema? - Explica ele de forma natural, era muito habilidoso em mentir. - Ah nesse caso, tudo bem. Se achar algum estoque para estudo no caminho avisa pelo rádio. - Manda um deles de forma séria, ganhando um aceno do cacheado.

Assim que os homens vão embora olho para ele extremamente confusa com aquilo tudo, recebendo um sorriso meio psicopata mas nada assustador. - Vem comigo, por favor. Vou te contar tudo. - Fala o tal garoto cuja o nome agora sabia se tratar de Jonathan, caminhando em direção a rua dos carros. Minha curiosidade no momento foi mais forte que a minha razão e, diante disso, decido seguir ele. Chegando na rua, agora sem carro algum, Jonathan dobra a esquerda entrando em um beco frio e congelante. Fiquei receosa com becos desde o ocorrido de ontem e então paro em frente a entrada hesitando . - Não se preocupe, sou amigo de infância do gato maluco que você salvou. - Explica ele rindo logo em seguida. Fico surpresa em como ele sabe que eu salvei o gato mas, escondo minha expressão, adentrando o beco sem mais receos. Quando paro ao seu lado, o vejo pegar um cartão em seu bolso e pressioná-lo contra a parede do fim do beco, depois ,pegando um tubinho com um liquido vermelho de seu outro bolso, também colocando o fluído na parede. O que ele está fazendo? Parece macumba satânica. Meu deus, eu só me enfio em confusão. Após uns 2 minutos, a parede se transforma revelando uma porta desgastada e o Jonathan passa por ela, me instigando a segui-lo. Assim que passamos pela porta percebo estar em um ambiente não familar e totalmente divirgente do beco congelante anterior. Observo tudo ao redor, buscando gravar cada detalhe do local em minha memória.

Afinal, se esse local é tão escondido ao ponto de necessitar fazer macumba satânica para entrar, eu provalvemente não deveria saber de sua existência. - Seja bem-vinda a agência 10 dos experimentos Loratti!- Exclama o cacheado, abrindo seus braços como em uma reza. Se antes eu já estava confusa, agora então eu me encontrava completamente perdida. - È o que? - Falo em um tom que não agradou muito Jonathan. - Nunca ouviu falar da história dos Loratti? - Pergunta ele desacreditado com a minha falta de informação, também começo a ficar preocupada. Me esforçei nos estudos para agora não saber a história dessa família aparentemente importante? Se bem que, agora não era a hora da autocobrança e sim de terminar aquilo logo e voltar para casa, para a minha irmã. - Desculpa querido, mas não. - Respondo seca e o garoto revira os olhos. - Tão ardilosa mas tão desantenada...- Suspira ele baixo, de maneira que só eu ao seu lado poderia escutar. - Continua me seguindo que eu vou contando pelo caminho, vamos a aula de história! - Exclama Jonathan já ficando animado novamente, ele deve ser um fofoqueiro de primeira. - Escuta só: a muito tempo átras, um cara chamado Marco Loratti começou a desenvolver pesquisas para a criação de um super soldado, inspirado pelos desejos da raça ariana de seu idólo: Hitler. - Ele começa e eu fico totalmente espantada, para considerar o Hitler como ídolo esse Marco com toda a certeza não era alguém de boa indole. O garoto, ao notar meu espanto, ri de forma suscinta e continua sua "aula". - Não fazia muito tempo que a 2° guerra havia terminado, portanto ainda se falava muito sobre os pensamentos do monstro. Muita gente também concordava com ele, mas não tão ferverozamente como Marco, ele chegava a passar semanas sem dormir fazendo pesquisas em prol da criação de uma raça perfeita. È claro que essa tal perfeição não incluia de forma alguma heterossexuais, negros, escravos e, principalmente, judeus, sendo todos esses considerados impuros e inaceitáveis em sociedade aos olhos de Hitler. - Eu já começando a compreender onde aquilo chegaria, fico arrepiada com a fala de Jonathan.

° ᴇsᴛʀᴇʟᴀ ɴᴇɢʀᴀOnde histórias criam vida. Descubra agora