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Seungmin abandona a faculdade, exausto e sentindo que seu corpo está pesado como se estivesse carregando três pessoas nas costas. A única coisa que o motiva a ir às aulas diárias é que, no final, ele poderá ir ao hospital visitar Sunbin.

O clima mudou drasticamente, pois pequenos flocos brancos de neve descem repentinamente do céu escuro de inverno. Seungmin não pode deixar de sorrir, pensando que Sunbin deve estar tentando convencer as enfermeiras a levá-la até a janela para que ela possa ver a neve cair.

E agora que está pensando na quase-namorada, ele verifica a hora, lendo que são seis da tarde, então é dentro do horário de visita para ir vê-la.

Mas antes de fazer isso, ele vai a uma pequena loja para fazer algumas compras. Um chocolate pequeno, um saco de balas de framboesa e dois sucos de caixinha. Só com isso, ele gastou o resto do dinheiro que sua mãe lhe envia semanalmente.

Não perdeu mais tempo e depois de respirar fundo, dirigiu-se àquele posto de saúde. É estranho, porque é a primeira vez desde que Sunbin foi hospitalizada que ele sente que talvez não devesse ir vê-la. É como se algo dentro dele estivesse dizendo para ele parar, esperar um pouco.

Mas esperar o quê? Não demora muito para descobrir.

Seu celular vibra no bolso de trás e a música que ele estava ouvindo é cortada para dar espaço para o toque nos fones de ouvido. Retirou seu dispositivo e verificou a tela para ver quem está interrompendo seu momento musical.

“Hyunjin”.

É quando seu mundo desaba sem ao menos ouvir o que Hyunjin tem a dizer, pois ele já sabe do que se trata a ligação.

De qualquer forma, ele responde para se livrar das suspeitas.

Sunbin faleceu. — sua garganta fecha instantaneamente e seu coração parece ter parado de bater. Ele se recusa a acreditar, simplesmente não consegue assimilar o que acabaram de lhe informar. — O velório será amanhã e depois de amanhã será o enterro.

— Obrigada por me contar. - ele responde da melhor forma que pôde, tentando não deixar seu choro incontrolável sair de sua voz.

Assim que termina a ligação, ele fica em seu lugar, olhando para o saco de gomas de framboesa que acabara de comprar para Sunbin. Alguns flocos de neve caem sobre ele e isso só piora a sensação de amargura. Ele não sabe o que fazer ou dizer, ele sente como se uma parte de sua alma acabasse de ser tirada.

Ele está arrasado e pode se ver refletido em cada soluço que sacode seu corpo fraco.

Como pode, dirige-se a um pequeno banco localizado perto de onde está. Ele fica sentado ali, enxugando as lágrimas que lhe escorrem pelas maçãs do rosto, enquanto observa a neve branca pintar as ruas daquele bairro.

É então que ele percebe que o desejo de Sunbin foi realizado; Nevou alguns minutos depois de sua morte. Pelo menos ele sabe que ela partiu em paz, como ela queria. Só por causa disso, Seungmin consegue sorrir por alguns segundos, para logo começar a chorar desesperadamente.

Ele não quer ver a neve, ele não quer pensar que Sunbin realmente se foi.

Ele não consegue entender por que tão de repente, quando apenas dois dias atrás ela conseguiu se levantar e caminhar com ele. Sunbin estava melhorando, ela poderia ter se recuperado, mas por que ela se foi então?

Há tantas coisas que ele deixou para dizer, tantos momentos que poderiam ter passado juntos, tantas emoções que ainda não descobriram. Ele nem conseguiu se despedir direito, a última coisa que disse na tarde anterior foi “até amanhã, te amo”.

Sunbin se foi, e Seungmin nunca foi capaz de dizer a ela que graças a ela, ele encontrou uma nova motivação para continuar indo para a universidade; ele nunca poderia dizer a ela que graças a ela, havia se tornado um fã da arte do café e que nas tardes livres gostava de preparar aquela bebida; ele nunca foi capaz de dizer a ela que havia se tornado sua pessoa favorita.

Sunbin se foi e Seungmin nunca conseguiu beber um último latte de baunilha preparado por suas majestosas mãos.

Seungmin nunca foi capaz de dizer a Sunbin que a amava. E agora ele nunca mais poderia fazê-lo.

 E agora ele nunca mais poderia fazê-lo

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𝐂𝐎𝐅𝐅𝐄𝐄. kim seungminOnde histórias criam vida. Descubra agora