Eu estou com meus amigos, os gêmeos Tweedledee e Tweedledum, também o chapeleiro, bom diz ele ser um chapeleiro, ele usa um chapéu em sua cabeça que alega ter feito ele mesmo, devo admitir que se for o caso ele é muito habilidoso.
O chapeleiro é um velho de aparentemente uns cinquenta anos, os gêmeos parecem ter a minha idade, doze anos.
- Vocês saberiam me dizer a semelhança entre um corvo e uma escrivaninha? - Diz o chapeleiro olhando para uma xícara de chá invisível.
- Não, qual? - Pergunta um dos gêmeos.
- Eu não faço ideia - Diz o chapeleiro rindo esteticamente.
- Talvez por causa das penas - Digo olhando para eles.
- Penas? - O chapeleiro olha para mim confuso.
- Sim, antigamente se usavam canetas de penas.
- Interessante obcervação cara Alice - Ele coloca a xícara invisível no chão.
Estamos sentados no jardim do hospital, são seis horas, o único horário que temos livre todos os dias, mas ao mesmo tempo não me sinto livre.
Logo me retiro da roda de conversa e começo a andar pelo jardim do hospital, posso ver alguns enfermeiros trocando algumas rosas brancas por rosas vermelhas, tenho certeza de que se pintassem seria mais prático. A diretora do hospital não gosta de rosas brancas, ela diz que as vermelhas dão mais cores para o lugar.
- Alice, onde pensa que está indo? - O meu psiquiatra me para.
- Não sei, estou apenas andando, mas se o senhor quiser pode me dar alguma direção, talvez para um lugar longe daqui.
- Tem algum lugar em mente?
- Não - Respondo colocando as mãos para trás.
- Bom, para quem não sabe para qual lugar ir qualquer caminho serve, mas eu lhe recomendo ir para o seu quarto - Ele aponta para a direita.
- Talvez, mas e aquela porta? - Eu aponto para a esquerda.
- Você não está autorizada a ir para aquele local Alice.
- Por qual razão?
- Podemos dizer que não tem idade suficiente.
- Então só posso ir quando tiver idade? E qual seria essa idade?
- Bom, não é essa que está agora, melhor ir para o seu quarto pequena Alice, já está acabando o tempo de descanso e logo teremos a nossa sessão.
- Garanto que o tempo possa esperar.
- Se está tão positiva - Ele vai em direção a direita sumindo no meio dos pacientes.
Eu ando em direção a porta, tento abrir e, está trancada, em seguida sinto alguém segurar o meu ombro, me viro para ver quem é.
- Alice - Diz o enfermeiro - Tentando abrir portas que não deveria novamente?
- Estava apenas explorando, nada de mais.
- Aqui não é lugar e nem hora para a mocinha explorar, melhor ir para o seu quarto, não acha?
- Precisamente senhor - Digo soltando a maçaneta.
- Então seja uma boa menina e vá para o seu quarto, a diretora não iria gostar de saber que a senhorita anda explorando.
- Uhum - Eu concordo com a cabeça e vou em direção ao meu quarto.
Como já esperado, o meu psiquiatra estava me esperando sentado em uma cadeira ao lado de minha cama.
- Olá Alice, foi explorar um pouco mais antes de nossa sessão? - Diz ele olhando para mim segurando uma caneta.
- Pode se dizer que sim - Me sento em minha cama.
- Fez algum desenho ou escreveu algo? - Ele aponta para uma pilha de cadernos em minha mesa de cabeceira.
- Alguns desenhos - Eu pego e entrego a ele.
- Fico feliz que tenha seguido o meu conselho Alice.

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Alice
Fantasyvou usar isso como anotações, minha professora de português né pediu para fazer uma adaptação de uma fábula, então vou postar os capítulos aqui. A fábula escolhida é Alice no país das maravilhas, espero que gostem. (É mais puxado para a realidade, m...