Capítulo 3

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     Obcervando o jardim, vejo um coelho, ele está usando uma roupa branca com um coração cor carmim atrás, começo a seguir ele enquanto corre. O coelho para defronte uma porta enorme, nunca havia visto antes.
     Eu abro a porta e me deparo com um escritório vermelho, com detalhes em branco, preto e dourado, acredito ser o único cômodo colorido daquele lugar. Mas a algo que me chama mais a atenção do que isso, a cadeira tem um formato curioso, é um coração, nunca vi uma cadeira assim, todas as do hospital são quadradas e chatas. O coelho vai correndo em direção ao acento em formato de coração.
     - Como conseguiu entrar? Quem está aí? - Diz uma voz aguda e estridente, logo se virando para mim - Quem é você?
     - Alice.
     - Alice, você não deveria estar aqui - Ela coloca o coelho em uma gaiola de transporte e levanta de sua cadeira.
     - Eu me perdi, estava seguindo o coelho, não queria atrapalhar, perdoe-me.
     Ela abre uma gaveta e tira uma pasta de dentro dela.
     - Vejamos, Alice - Diz a mulher baixo - Aqui, você é a garota que sonha estar caindo em uma toca de coelhos.
     Eu a olho confusa, como ela poderia saber dos meus sonhos? Pensei que só o meu médico sabia disso, talvez seja alguma regra ou protocolo idiota que os adultos seguem.
     - Não era para você estar aqui Alice - Diz ela olhando-me com julgamento.
      - Me perdoe, irei voltar para o meu quarto.
     - Certa mente, feche a porta ao sair.
     Concordo com a cabeça e me retiro do escritório, ao fechar a porta escuto o telefone da diretora tocar, não me afasto para sair, quero ouvir, e se for algo importante?
     - Alô? - Diz a diretora seriamente - Ótimo, fico feliz que os equipamentos vão chegar a essa tarde, quanto antes fizermos o procedimento melhor, a final foi pedido da família.
     Do que será que ela está falando? Quem irá fazer um procedimento? Qual procedimento será feito? Escuto ela desligar o telefone, rapidamente me retiro de perto do escritório e vou para o meu quarto.


     Logo o meu psiquiatra entra para a nossa sessão, ele parece meio distante, talvez magoado, não sei dizer.
     - Alice, essa será a nossa última sessão - Ele diz se sentando na cadeira.
     - Mesmo? Por qual razão? Estou melhor? - Digo sorrindo.
     - Não Alice, você fará um procedimento muito delicado, que pode não dar certo - Ale respira fundo.
     - Mas, eu não entendo, os remédios e a terapia não está funcionando?
     - Temo que não Alice, então para evitar problemas a diretora, iremos fazer um tratamento rápido e indolor na sua cabeça.
     - Mas eu não quero, não podem me obrigar, minha cabeça está boa.
     - Você continua tendo alucinações Alice - Ele pega um de meus cadernos - E parecem piorar.
     - Mas, eu vou melhorar, prometo para o senhor, irei me comportar, irei melhorar - Digo tentando parar de chorar.

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