Frey

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Muitas coisas me assustam...

O som do vento, a luz forte que bate no rosto dela ao amanhecer, a chuva, a escuridão, olhos brilhantes em meio ao escuro, sua voz... A voz DELA me assusta, sinto que ela por mais que não seja presente como as outras a qualquer momento apareceria atrás de mim e me sufocaria com um sorriso no rosto.

A voz... A voz das pessoas- Suas vozes me assustam. Enquanto eu luto e corro tentando agarrar o único feixe de luz que consigo ver no fim do túnel apenas escuto um ''volte pra lá'' ou ''Onde está a Nora'' no fim do túnel. 

Talvez algumas pessoas foram feitas para ficar do lado escuro do túnel- As vezes a luz que todos buscam seja um privilégio, e eu nunca tive ele.

Eu creio que ainda não me conheça, caro eu. Eu sou o Frey, sou apenas um fragmento de Nora. Nora é quem controla e originalmente possui este corpo, esta mente... Eu em momento algum consegui me enxergar como alguém, sempre me senti diferente das meninas.

Agni tem todo aquele brilho, quando ela sai eu fico com medo do que ela pode fazer com a gente e me assusto com suas explosões- Mas é isso que a mantém viva.

Luna sempre foi morta por dentro, creio que ter sido um fragmento da tristeza de alguém a fez ser assim... Mas recentemente tenho visto luz até mesmo nela, graças a um garoto de outra guilda.

Scarlet era uma de nós- Ela nunca se sentiu bem com a gente, acho que é por isso que ela decidiu ter um corpo próprio. Ao menos agora podemos ver ela vivendo, se divertindo e... Amando.

E bom, a Nora é a principal desta história. Ela é radiante, forte, determinada.. Ela tem até mesmo um noivo. Ele parece fazer bem pra ela, é até estranho dizer isto, mas fico feliz por eles.

E por fim, eu... O medo. É como eu gosto de me chamar- Elas me chamam de ''A frey'' ou ''A medrosa'' (no caso da Agni), creio que elas falam e se importam tão pouco com minha existência que sequer sabem que não sou uma garota. Mas eu realmente não me importo. Contanto que elas não deêm um jeito de fazer com que eu desapareça por completo está tudo bem. Por mais que eu sinta tão pouco, ainda quero 'viver'.

Eu tenho vagas memórias do que algum dia fui, alguns acham extremamente ofensivo falar desta forma, mas eu me vejo apenas como uma emoção ao invés de 'um todo'. Sinto que minha jornada com Nora começou quando ela pegou aquele colar... O toque dela naquele objeto e naquele livro empoeirado, o som estrondoso do lado de fora e a reação que o mundo teve com apenas um leve contato físico entre nossa pele e um objeto me assusta. Deve ser por isso que eu existo, e acabei ganhando forma há alguns anos, na dimensão do medo- Mas esta é uma longa história.

Sentado aqui nessa mesa com as outras duas enquanto Nora vive sua vida pode parecer entediante, talvez fosse mais interessante viver minha própria vida

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Sentado aqui nessa mesa com as outras duas enquanto Nora vive sua vida pode parecer entediante, talvez fosse mais interessante viver minha própria vida. Ao menos é o que elas fazem.

É engraçado ver elas se divertindo, recentemente sinto que apesar de estarmos apenas a algumas cadeiras de distância elas vem se afastando cada vez mais por simplesmente viver.

É como se a luz delas tomasse conta daquela sala escura em que ficamos, tomando conta até mesmo das sombras em que ELA se esconde.

As vezes eu desejava conseguir alcançar esta luz, mas... A luz parece me enfraquecer, faz com que eu tenha a impressão que meu corpo está sumindo, assim como o sol ao tocar a região escura no canto duma sala. A sombra simplesmente desaparece, voltando ao seu estado normal quando escurece- Quando a luz se vai. 

Será que há uma forma da sombra encontrar a luz sem que ela a tome completamente? 

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Será que há uma forma da sombra encontrar a luz sem que ela a tome completamente? 

Será que... O toque da luz arda tanto quanto uma queimadura? São muitas perguntas, mas creio que eu precise de ajuda para responde-las, afinal, não me encontrei ainda.


Poderia me ajudar, Frey?

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