Bebidas e Confissões

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Em um momento de silêncio tenebroso, os três integrantes começaram a bater palmas após a apresentação de Kang Taehyun. Embora quisessem perguntar o que estava havendo naquele instante, decidiram ficar calados por enquanto. Choi Beomgyu foi o primeiro a pegar as suas coisas, com as mãos trêmulas e um pouco nervoso com tudo acontecendo, passou a guardá-las em sua mochila e segurou a alça, logo pedindo licença ao sair do camarim. Para não poder escutar alguém, colocou os fones de ouvido e, no volume máximo, pôs na sua música favorita enquanto caminhava com uma certa pressa até a van preta da agência.

Ao sentar-se em seu receptivo lugar - não há ordens ou lugares marcados no automóvel, mas todos preferiram ficar nos mesmos bancos desde o primeiro dia - apoiou a cabeça na janela que já estava fechada, aproveitando a canção que tocava no seu celular, fechou seus olhos e começou a cantarolar baixo a melodia da música. Involuntariamente, Beomgyu passou a roer as unhas, um hábito que adquiriu por causa da sua ansiedade. Às vezes, nem unha o rapaz tinha e acabava ferindo a sua mão e, todas às vezes que isso acontecia, Choi precisava usar curativos durante as promoções do grupo. Afinal, a imagem e a estética do artista eram tudo para a indústria de entretenimento, por mais que sua sanidade mental tivesse ido para o espaço.

O menino abriu os olhos ao perceber que uma pessoa estava afastando a sua mão de sua boca, no mesmo segundo, tirou os fones e deixou um sorriso sem graça aparecer em seu rosto depois de encarar o rosto do líder e dos outros rapazes, incluindo o produtor Bang e Kang Taehyun, o causador da sua unha destruída junto com a ansiedade.

- De novo? - Disse Soobin em choque ao ver dedos os dedos do mais novo sangrarem outra vez - Pensei que tinha parado com isso.

- Eu parei... - Susurrou, fixando o olhar na mão machucada - Eu não quero usar aquelas coisas novamente.

Yeonjun, ainda com a sua mochila nas costas, a retirou de seu corpo, abrindo o zíper de um dos bolsos pequenos e, sem demora, retirou uma caixa de curativo, entregando-a para o líder. Choi franziu o cenho, achando estranho e, ao mesmo tempo, engraçado com aquilo.

- Nós andamos com band-aid e coisas parecidas - Comentou Kai, soltando uma risadinha - Sabe, para caso você roer suas unhas de novo.

Beomgyu apenas balançava a cabeça em um movimento de concordância, dessa vez, observando o Choi Soobin sentar-se ao seu lado e preparando-se para botar os curativos em sua mão. Porém, na mesma hora, Kang Taehyun, de uma forma inesperada, tirou a caixa das mãos de Soobin. Sem jeito, Taehyun abriu um sorriso e encarou o rosto do líder por alguns segundos. O silêncio tomou conta da van.

- O que foi isso? - Disse Choi Soobin em tom de voz baixo, olhando com os olhos arregalados para Kang, um pouco assustado - Eu só estava ajudando o meu amigo.

- É... Hum... - Taehyun tentou falar alguma coisa, na verdade, tentou dar desculpas ou justificações - Eu sou o staff! Deixa eu cuidar dos meus novos irmãozinhos! Além disso, eu preciso praticar as minhas habilidades de um bom staff.

Ao escutá-lo atentamente, Beomgyu revirou os olhos e soltou um suspiro longo e baixo. Tudo o que não queria era estar perto do destruidor de coração ingênuo. Sem nenhum aviso, Choi pegou a caixa de uma forma estúpida, e sem jeito, abriu-a, não demorando para colocar o band-aid em volta de seus dedos. Aquilo era ciúmes? Não pode ser. Pensou Beomgyu enquanto erguia uma das sobrancelhas.

Taehyun empurrava Soobin para o lado com seu quadril, tirando o garoto do assento enquanto sentava ao lado de Choi, arrumando os curativos. E ao terminar o que estava fazendo, Choi Beomgyu afastou a mão do garoto, a enfiando no bolso da calça, fechando os olhos de novo, na intenção de não olhar para o rosto daquele novo funcionário indesejado por ele.

Segunda Chance para o Amor | TaegyuOnde histórias criam vida. Descubra agora